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Quem cria TV não assiste

Não é de hoje que  pessoas que fazem TV evitam assistir à própria tevê. No livro A vida com a TV, do jornalista Luiz Costa Pereira Júnior,  que reúne matérias publicadas pelo jornal Estado de S. Paulo sobre o poder da televisão no cotidiano das pessoas, é possível conferir reportagens com opiniões de roteiristas e profissionais diretamente ligados à seleção da programação infantil que, de certa forma, não davam muito atenção à telinha.

A coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, desta quarta-feira, dia 21, traz uma entrevista com a autora Maria Adelaide Amaral. Escritora de minisséries sucesso, ela comenta sobre a nova novela que irá escrever para o horário das sete da Rede Globo. E avisa: “Não vejo a novela. Aliás, eu pouco vejo novela. Eu tenho mais o que fazer! Nessa hora estou trabalhando ou me preparando pra sair”. A história se repete.

Acompanhe:

Maria Adelaide Amaral, autora da próxima novela das sete da TV Globo, “Ti-Ti-Ti”, que estreia em julho, tem uma missão difícil: recuperar a audiência perdida no horário pela atual trama, “Tempos Modernos”, com 25 pontos no Ibope. Ela falou à coluna.

FOLHA – “Ti-Ti-Ti” será um remake da novela de 1985. Por quê?
MARIA ADELAIDE AMARAL
– A era das grandes minisséries, que escrevo há anos, acabou. E eu não posso justificar o meu salário escrevendo uma minissérie de cinco capítulos por ano, como foi “Dalva e Herivelto”. A Globo queria que eu fizesse novelas. Eu disse que, se fosse obrigada, faria então o remake de “Ti-Ti-Ti” com “Plumas & Paetês” [de Cassiano Gabus Mendes, morto em 1993]. Foi o Cassiano quem me levou para a TV, em 1990, para escrevermos “Meu Bem Meu Mal”. Depois, fizemos “O Mapa da Mina”. Me sinto herdeira dele. E não tenho a menor intenção de fazer novela das oito. Acho um porre.

FOLHA – Por quê?
MARIA ADELAIDE
– Dá um trabalho do cão. Você tem que escrever quase 40 páginas por dia. Eu não tenho mais saúde nem idade pra isso. Eu não tenho ambição de ser autora do horário das oito. Prefiro o das sete, das seis. Eu não quero escrever o trabalho da minha vida. O trabalho da minha vida foram as minisséries.

FOLHA – Por que você diz que “a era das grandes minisséries acabou”?
MARIA ADELAIDE
– Porque eles [Globo] não querem mais coincidir minissérie com “Big Brother”. Acho que eles tiveram muita reclamação por causa do horário em que eram exibidas. “A Muralha” teve 50 capítulos, “JK”, 53. Isso acabou.

FOLHA – Teme herdar a baixa audiência de “Tempos Modernos”?
MARIA ADELAIDE
– Paciência. Vamos fazer de tudo pra levantar.

FOLHA – Mas é um complicador.
MARIA ADELAIDE
– Eu não tô nem aí pra audiência. Eu tô aí pra trabalhar. Acho que [a audiência de] “Ti-Ti-Ti” vai ser melhor, pelo menos, do que esta que está no ar. Eu nem sei quanto que tá. O Bosco [Brasil, autor de “Tempos Modernos”] é um amigo, um bom autor, que funciona muito bem no teatro. E a gente torce para os amigos. Eu espero que a audiência da novela dele melhore. Porque, se melhorar, melhora pra nós.

FOLHA – Por que “Tempo Modernos” não dá audiência?
MARIA ADELAIDE
– Eu não sei. Não vejo a novela. Aliás, eu pouco vejo novela. Eu tenho mais o que fazer! Nessa hora estou trabalhando ou me preparando pra sair.

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