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Esse Rio é Meu: no compasso da música, professor inspira e conscientiza estudantes sobre a importância da reciclagem e da preservação do Rio Pavuna

CIEP Glauber Rocha está desenvolvendo o programa desde 2023.

Por Marcus Tavares

Quem constrói casa?
Pedreiro.
Quem faz sapato?
Sapateiro.
E quem constrói instrumentos musicais?
Silêncio.

O diálogo acima aconteceu em uma das aulas do professor de música Sérgio Moreira, no CIEP Glauber Rocha, localizado na Pavuna, Zona Norte do Rio. E foi ponto de partida para uma atividade lúdica e cheia de aprendizados. “Tomei conhecimento do programa Esse Rio é Meu na escola e que foi abraçado por diferentes colegas e disciplinas. Fique pensando que a música não poderia ficar de fora. Trata-se de uma área de conhecimento interdisciplinar. Como então aliar? Propus aos estudantes que levassem garrafas pet para a escola. Para quê? Iríamos construir instrumentos musicais”, recorda.

Sem explicar o objetivo e por precaução, o professor pediu para que cada estudante levasse duas garrafas, receoso de alguns não cumprirem com o combinado. Que nada. Todos levaram. E foi um verdadeiro sucesso.

O programa Esse Rio é Meu é desenvolvido em conjunto pela Secretaria Municipal de Educação e pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Prefeitura do Rio, em parceria com a oscip planetapontocom e a concessionária Águas do Rio – patrocinadora do programa. O objetivo do programa é engajar escolas na recuperação e preservação dos rios. Cada grupo de escolas da rede pública de ensino do Rio ficou responsável por desenvolver ações em torno de um dos corpos hídricos da cidade. O CIEP Glauber Rocha vem trabalhando com o Rio Pavuna.

De posse das garrafas, os estudantes, sob orientação e cuidado do professor com o uso da tesoura, criaram o que se chama de PetSom, a partir de um funil de uma garrafa, um instrumento de percussão bem simples de ser feito.

“Os estudantes se surpreenderam com o efeito do instrumento. E mais ainda: com o entendimento de que o material, que poderia ir para o rio, na verdade, pode servir como matéria prima para criar o que a imaginação quiser, diminuindo assim a poluição e contribuindo, inclusive, para uma ação empreendedora. Constataram que é possível transformar lixo em arte, promovendo um mundo mais sustentável”, comemora.

Se as crianças gostaram? Muito. Na verdade, praticamente a escola toda aderiu ao PetSom. Sérgio realizou a atividade com as turmas do 1º ao 4º ano do 1º segmento do Ensino Fundamental. “Houve um pertencimento muito grande que foi para além da sala de aula. Certo dia, uma das crianças chegou para mim e disse que deu de presente o PetSom para a mãe dela, por conta do Dia das Mães. Fiquei emocionado, pois isso revelou o quanto aquele instrumento tinha um significado a mais para a menina”, conta.

Significado que ganhou também cores. Os instrumentos foram personalizados nas aulas de Artes. De acordo com a coordenadora pedagógica Paula Ferreira Loureiro, o trabalho do professor Sérgio integra uma ação coletiva que vem sendo desenvolvida por toda a escola, da Educação Infantil ao 6º ano carioca.

“Como poderíamos implantar o programa Esse Rio é Meu de forma coerente e conversando com o currículo e o Projeto Político Pedagógico da escola? Resolvemos incluir e dialogar diferentes questões sobre o Rio Pavuna nas disciplinas, tornando assim o projeto relevante no processo de aprendizagem e, principalmente, na conscientização das crianças. Um rio saudável faz com que a comunidade também fique”, destaca.

Neste sentido, Paula conta que todos os professores da unidade vêm participando de diferentes ações, das ciências às aulas de Língua Inglesa, assim como os responsáveis. “Convidamos os pais para falarem sobre suas experiências com o rio. Uma das mães, inclusive, promoveu uma roda de conversa com os estudantes, trazendo a questão da poluição e da enchente. Incentivamos também a comunidade de ir ao rio e tirar fotos. Fizemos um grande mural com a produção. Em paralelo, produzimos pesquisas, cartazes, maquetes. Outra parte da produção foi para o Padlet, ainda em construção”, acrescenta.

Sérgio destaca que a profissão do magistério exige comprometimento e que sair da zona de conforto sempre é um desafio. “Estou pensando em como posso ampliar essa atividade. Trabalhar com alguns ritmos específicos e criar outros instrumentos estão no planejamento”, conta.

E quem constrói instrumentos musicais?

Sérgio explica para quem não sabe: o profissional se chama Luthier, quem, na verdade, constrói e conserta instrumentos musicais de forma artesanal. Os estudantes adoraram a novidade. “Quem sabe essa seja a profissão de um dos estudantes no futuro, já pensou?”, brinca e torce o professor.

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