Falando pra caramba … na sala de aula

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Projeto –  Falando pra caramba
Instituição – Escola Municipal Estados Unidos
Localização – Rio de Janeiro

Maria do Carmo Rezende Procaci Santiago é professora da rede municipal de ensino da Prefeitura do Rio de Janeiro. Leciona na Escola Municipal Estados Unidos, localizada no Catumbi, Zona Norte do Rio de Janeiro. No final do ano passado, ao participar do curso de capacitação Por dentro dos Meios, oferecido pelo Planetapontocom, por meio da MultiRio, Maria do Carmo ganhou o livro infanto-juvenil  Falando pra Caramba (e ouvindo também), de autoria de Silvana Gontijo.

A professora não pensou duas vezes: levou o livro para a sala de aula, para trabalhar com os alunos do 6º ano da Escola Municipal Estados Unidos. O resultado? Maria do Carmo fez questão de nos escrever contando como a atividade inspirou os estudantes e promoveu uma série de desdobramentos. A revistapontocom sugeriu a professora relatar todo o processo para dividir com outros professores. Ela aceitou a proposta e aqui está o seu relato da experiência.

Confira:

– O livro

O livro Falando pra Caramba (e ouvindo também) trabalha bem a oralidade, fazendo com que o aluno exercite bem a fala, entenda e pratique mais o saber ouvir, respeitando, por outro lado, a fala de seu colega. O livro articula conhecimentos de Ciências, Meio Ambiente e diferentes formas de se comunicar. Trabalha a construção da identidade e da pluralidade étnica e cultural e desenvolve novas formas de adquirir competências comunicativas por meio da criação de códigos e linguagens.

Outro ponto também muito significativo é que o livro leva o leitor para o meio digital, para o site da Turma do Planeta (www.turmadoplaneta.org.br), contribuindo assim para que os alunos possam ampliar seus conhecimentos em outros espaços. O livro é um passaporte para se discutir não só os meios de comunicação, mas também valores que devem ser trabalhados sempre e, inclusive, pela escola. A escola não tem somente a função de ensinar a ler e escrever. Codificar e decodificar os códigos linguísticos são imprescindíveis. Atribuir sentido aos textos que lê é muito significativo, pois contextualizar todas as informações possíveis é importante para a construção do conhecimento.

– O processo

Assim que recebi e li o livro pensei logo em desenvolver com ele um trabalho em sala de aula. E não deu outra. Coloquei minha ideia no ar e o resultado foi muito bom. Turma 1603: participativa, alegre, curiosa. Os alunos gostam de contar e criar histórias, falam bastante e animam muito o ambiente.  E, assim, fiquei mais animada e motivada…

Para dar início às atividades, fizemos uma roda e perguntei aos alunos como seria aquela aula, o que eles imaginavam que iria acontecer? Dei um tempinho para eles trocarem ideias e depois cada um foi se colocando. “Hoje vamos ensaiar uma peça, vamos ouvir uma história, apresentar uma notícia, vamos contar sobre o dia de ontem” e muitos outros falaram. Aproveitei o “vamos ouvir uma história” e sugeri primeiramente que eles contassem uma pequena história. E as histórias foram contadas. Após esta etapa, apresentei-lhes o livro começando a leitura do mesmo.

Cada aluno leu um pouco. Terminada a leitura, dividi os alunos em grupos e pedi que falassem sobre como eles eram, o que gostavam de fazer, o lugar onde moravam, suas famílias… da mesma forma com que os personagens do livro se apresentam.

Terminada esta etapa dei início às discussões propostas perguntando: “Gostaram do livro? A história fala sobre o quê? Qual a parte que chamou mais sua atenção?” Cada grupo apresentou seu trabalho oralmente. Quem quisesse acrescentar algo à fala de outro grupo podia.

Feito isso entreguei a cada grupo uma cópia de parte do livro e pedi que eles refletissem e discutissem sobre o que receberam. Falaram sobre amizade, sobre as palavras, as gírias, os símbolos representando as palavras, sobre o cuidado com o Meio Ambiente, sobre a situação do Rio Carioca, sobre a internet e outras coisas. As histórias foram escritas depois e representadas por meio de símbolos criados por eles. A fala e a escrita foram muito trabalhadas nas atividades. Os alunos criaram histórias, legendas de códigos a partir do teclado do computador e um pequeno livro.

A produção do livro serviu para mostrar que eles são capazes de criar e muito. Pode ser um poema, uma história, uma imagem, uma frase, um livro…  O importante é começar. Não desanimar nunca e acreditar no potencial de cada um. Está provado aí, por meio de todas as atividades que realizaram a partir do livro Falando pra caramba (e ouvindo também), que todos têm talentos e criam lindos trabalhos.

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