Por Marcus Tavares
Editor da revistapontocom
Caro leitor você já percebeu o quanto as novelas estão cada vez mais recheadas de merchandising? É personagem bebendo tal marca de bebida, abrindo a conta em determinado banco, dirigindo o carro daquela fábrica, comprando roupas da loja da esquina. E tudo como se fosse natural, como se aquelas marcas fizessem parte da vida dos personagens.
Pois é, já não bastam os intervalos comerciais nos incitando a desejar coisas que não precisamos. Agora, temos também os personagens que, por meio de suas histórias, nos incitam. Talvez, dirão alguns publicitários, de forma subliminar. Será?
Absolutamente. O merchandising nas novelas tem um impacto muito maior do que os comerciais sobre os telespectadores. Afinal, não são os personagens que ‘vendem’. São os atores que com a empatia e o dom de interpretar conquistam a atenção e despertam o desejo por determinado produto e ou serviço.
Nesta história, quem lucra de imediato é o autor da novela e os atores. O autor da novela ganha para escrever a cena, onde ele inclui a propaganda. Ganham também os atores que participam da cena. Um merchandising em um capítulo de novela – dependendo do horário e do canal – não sai por menos do que R$ 500 mil. Já pensou! Segundo matéria publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, a atual novela das oito da Rede Globo, Passione, possui 11 inserções de merchandising. Cada uma por R$ 950 mil. Sim, por capítulo.
Da onde vem este dinheiro? Ora, boa parte do seu bolso. Exatamente naquela hora que você compra ou adquire aquele produto ou serviço do seu personagem preferido. Que mal tem isso? Para nós adultos, talvez nenhum. Já somos bem crescidinhos e donos de nossas ações. Mas o que dizer das crianças? Será que elas têm consciência dessa estratégia?
Bem, do jeito que a coisa anda não devemos nos preocupar com o público infantil. O merchandising está tão institucionalizado que vem sendo difícil de identificá-lo. Para as crianças, deve estar tudo certo. A não ser, é lógico, que você leia os créditos finais da novela. Lá está claro que os produtos não fazem parte da ficção.
Pois é, as crianças são as mais exploradas, essa empresas não respeitam a ingenuidade dos pequenos e, tentam, por todos os meios vender de forma inescrupulosa os seus produtos, que, na maioria, são propagandas enganosas. Um mal que deve ser combatido por educadores e autoridades.
forte abraço
C@urosa
Apreciaria comentário idêntico sobre merchandising social em telenovelas e, se possível, com a apuração de que eles são totalmente gratuitos ou se, em alguns casos, contariam com dinheiro dos ‘anunciantes’.