Por Marcus Tavares
Há 14 anos trabalhando na rede municipal de ensino da Prefeitura do Rio e há seis no Ciep Compositor Donga, na Taquara, Zona Oeste do Rio, o professor de Geografia, Elvis Magorno, vem vivenciando na teoria e na prática cada etapa proposta pelo programa Esse Rio é Meu. Ao lado de quatro estudantes do 9º ano, ele percorreu alguns pontos emblemáticos do Rio Grande, oportunizando uma experiência viva.
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O programa Esse Rio é Meu é desenvolvido em conjunto pela Secretaria Municipal de Educação e pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Prefeitura do Rio, em parceria com a oscip planetapontocom e a concessionária Águas do Rio – patrocinadora do programa. O objetivo do programa é engajar escolas na recuperação e preservação dos rios. Cada grupo de escolas da rede pública de ensino do Rio ficou responsável por desenvolver ações em torno de um dos corpos hídricos da cidade.
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“A primeira etapa do programa Esse Rio é Meu é constituída pelo diagnóstico: promover um maior conhecimento dos estudantes a respeito do rio mais próximo de sua escola. Tendo em vista que a região da Baixada (planície) de Jacarepaguá faz parte de uma bacia hidrográfica cortada por diversos rios e lagoas, várias escolas da região possuem rios próximos. No caso de nosso Ciep, o rio que passa mais próximo é o Rio Grande, bem nos fundos de nossa escola. Depois de algumas aulas teóricas e pesquisas, fomos visitar o rio. Primeiro nos dirigimos ao afluente do Rio Grande, o Rio Teixeira. Conhecemos o rio que fornece água para o Rio Grande. Dois membros da Associação dos Moradores da Comunidade Teixeira nos acompanharam, explicando alguns projetos que vêm sendo desenvolvidos para recuperar a mata ciliar da margem”, explica Elvis.
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De lá, o grupo, com a presença da coordenadora pedagógica Marcelle Anacleto, partiu para o Parque Estadual da Pedra Branca, onde fica localizada a nascente do Rio Grande. “E pudemos observar um rio completamente diferente dos cenários anteriores. Um rio limpo, com sua fauna e mata ciliar preservados. E, por último, fomos ao Rio Grande, pela Rua Curumaú, bem próximo do Ciep. E o contraste: um cenário desolador. Um rio morto, com muito esgoto, sem oxigenação e sem vida e isso há cerca de um quilômetro da nascente”, complementa o professor.
Segundo Elvis, foi uma valiosa e completa experiência que ressignificou todo o projeto. As alunas Alessandra Carvalho, Ana Luiza Oliveira da Silva, Lara D’ Almeida e Sofia Melgaço tiveram a chance de ver ao vivo como o rio vem sendo poluído, inclusive, pela comunidade, que ocupa o local por não ter outra opção de moradia, ao virem de outras regiões do Brasil. “As meninas têm agora um grande desafio: compartilhar esses achados com as turmas, em especial, com os colegas do 6º ao 9º anos. E mais: fazer conexões com as aulas teóricas sobre globalização que já lecionei para as turmas, abordando as questões do capitalismo, da mão-de-obra e do consumismo”, destaca.
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De acordo com o professor, o conhecimento e a reflexão sobre a situação do Rio Grande, com certeza, vão gerar proposições dos estudantes. No ano passado, o Ciep já havia iniciado uma problematização a respeito do rio, mas dessa vez, aponta Elvis, as orientações e formações que os professores vêm recebendo do programa Esse Rio é Meu estão fazendo muita diferença. “Está sendo muito proveitoso para nós professores e estudantes. Estamos seguindo cada etapa proposta e parece que estamos no caminho certo”, finaliza.
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