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Monitores de mídia

Alunos de escola do Rio participam de curso de formação sobre mídia e educação.

Eles são monitores de mídia. E a partir do próximo ano vão atuar diretamente na comunicação da escola, auxiliando os professores, propondo e experimentando formas inovadoras de ensino e aprendizagem e redescobrindo novos caminhos para o sucesso escolar. No dia 21 de novembro, quinze alunos do primeiro ano do Colégio Estadual José Leite Lopes – Núcleo Avançado em Educação (Nave), concluíram o Curso de Formação em Monitores de Mídia, promovido pelo Departamento de Mídiaeducação da instituição, idealizado e gerenciado pela OSCIP planetapontocom.

“Trabalhamos de junho a novembro, em encontros semanais. O curso foi bem instigante e teve como proposta discutir o lugar, a importância e o poder dos meios de comunicação no nosso dia a dia e, em especial, no contexto da inovação escolar. Por outro lado também, cada estudante foi capacitado no uso dos equipamentos – câmeras, microfones, softwares de edição – do Departamento de Midiaeducação do Nave, com a proposta de que eles, a partir de agora, também poderão auxiliar os professores nas suas práticas e projetos”, explica Roberta Fernandes, coordenadora do Departamento de Mídiaeducação.

Segundo Roberta, durante os seis meses de encontros, os estudantes também colocaram a mão na massa: entrevistaram professores para mapear os projetos integrados, produziram um manual de bom uso dos equipamentos, que será distribuído aos novos e antigos estudantes do colégio, e propuseram intervenções no espaço escolar para chamar a atenção dos colegas quanto ao uso inadequado destes equipamentos.  “Foi interessante observar que à medida que discutíamos as questões sobre midiaeducação, o grupo começou a propor ações, que foram muito bem vindas”, destaca.

Ao longo do curso, os monitores leram o livro Por dentro dos Meios, uma publicação do planetapontocom que, ao resgatar a história dos meios de comunicação, instiga o leitor a refletir sobre o papel da escola, que, no mundo contemporâneo, precisa repensar suas práticas para formar cidadãos autônomos e com competências para avaliar, criticar e produzir de forma criativa, ética, solidária, sustentável e responsável.

“Foi um diálogo rico que produziu bons efeitos. Engana-se quem acha que esta geração está alienada dos principais temas e polêmicas do dia a dia. Faltam, sim, espaços para que ela possa se expressar, ouvir, dialogar e trocar experiências, visões e expectativas. Promovemos esse espaço”, ressalta Roberta.

Na entrega do certificado de conclusão do curso, que contou com a presença da diretora da escola, Ana Paula Bessa e da presidente do planetapontocom, Silvana Gontijo, foi pedido que cada um dos quinze alunos escolhesse um nome de guerra que resumisse o legado do curso e a força de cada integrante. Regina Estella não titubeou: “Regina Esperança”, confiante que o ano de 2014 será de grandes conquistas. Também estiveram presentes na cerimônia a gerente do planeta, Virginia Barbosa e os professores Winston Sacramento e Tiago Dardeau. O ex-aluno da escola Jonathan Caroba, hoje integrante do Departamento de Mídia e Educação da instituição, também participou.

Relação nominal dos monitores de mídia
André Luis Santos Andrey Arthur Azevedo Carolina Tavares Catarina Lopes Deborah Marcos Gean Saraiva Giulia Ventura Gustavo Torres Ingrid Andrade Julia Custódio Maria Luiza Aguiar Raquel Cristina Regina Estella Amaral Rhebeca Macedo Raquel Cardoso

Mídia e educação: o que pensam os monitores de mídia?

“A comunicação sempre esteve conosco. Ela é indispensável para a sobrevivência do ser humano. Porém, parece que essa comunicação não está funcionando muito bem nos dias de hoje. As pessoas conseguem se comunicar, mas não conseguem se fazer entender. Estamos diante de um grave problema. Acreditamos que, por isso, as ações de mídia e educação são necessárias. Elas precisam estar presentes na escola e desde cedo” – Andrey Arthur e André Oliveira.

“Em situações contínuas observamos que até mesmo um educador precisa buscar outras maneiras de ensino que possam desatar “nós” de aprendizagem. É preciso buscar formas ágeis e eficazes de trabalhar a linguagem. O conceito de comunicação é partilhar algo, tornar comum. Portanto, essa ação de partilhar algo merece ser investida cada vez mais na escola” – Deborah Marcos e Regina Estella.

“Sabemos que todo e qualquer tipo de aprendizado na escola necessita obrigatoriamente de muita prática e atenção. Neste sentido, é importante notar que o espaço de aprendizagem precisa ser entendido como um momento de liberdade para errar, acertar e, principalmente, tentar. Esses verbos só têm ação se a troca entre educadores e educandos for clara, simples e leve. Afinal, os alunos de hoje são os adultos de amanhã” – Carolina Oliveira, Giulia Ventura, Julia Custodio.

“A mídia está em toda parte, seja nas nossas casas ou em espaços públicos. Ela está sempre se renovando e se tornando indispensável, com as suas tecnologias interativas e cativantes. Para os adultos, é um meio. Para os jovens, um mundo. Porém, a falta de limites, às vezes, pode ser prejudicial. Não seria então muito útil discutir com os adolescentes formas positivas de usos?” – Gustavo Torres.

“Muitas vezes, nas aulas, onde apenas o professor fala e os alunos escutam, cria-se um grande abismo entre o educador e o educando, mesmo que não seja aparente. O problema muitas vezes está na linguagem utilizada. Os jovens têm uma linguagem própria. Portanto, não se pode falar com esse público da mesma maneira que se fala com o público adulto. O mestre precisa aprender a se comunicar com seu público alvo, de forma simples, direta e objetiva” – Raquel Rosa.

“Já percebeu como é difícil ensinar? Falar sobre os problemas da comunicação nos dias de hoje, quando as informações estão ao alcance de todos, pode parecer totalmente contraditório. Mas não é, principalmente no dia a dia das escolas. Na maioria das vezes, o que vemos é uma grande falha na comunicação entre educadores e educandos. Integrar o ensino ao mundo do aluno é a saída para melhorar a comunicação nas escolas” – Ingrid Andrade e Rhebeca Macedo.

O livro “Por Dentro dos Meios”, do planetapontocom, apresenta inúmeros exemplos de interação entre mídia e escola. A obra abrange diversos assuntos, além de auxiliar professores e mediadores a lidar com o novo contexto. A relação entre mídia e alunos pode colaborar bastante no processo de ensino e aprendizagem nos dias de hoje. Podemos perceber que, além da discussão sobre midiaeducação, está implícita uma visão crítica sobre as novas tecnologias”.
Catarina Lopes.

“As mídias de hoje tentam auxiliar/facilitar a compreensão de todos os ouvintes, telespectadores ou leitores, diversificando os meios para o entendimento. Com as tecnologias digitais, essa comunicação pode ser mais e mais facilitada”. Maria Luiza.

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