Matemática mais fácil

Os anos de trabalho na área de Educação Infantil fizeram a professora Milene de Fátima Soares perceber que o ensino de Matemática ainda é visto como um “bicho papão”. Acostumada a utilizar jogos e brincadeiras na sala de aula, ela decidiu provar que o processo de aprendizagem pode ser prazeroso. 

Milene desenvolveu um estudo de caso, durante um ano e meio, onde adaptou jogo de regras para auxiliar a aprendizagem de matemática em uma turma do 3° ano do Ensino Fundamental e concluiu que elas aprenderam melhor com os jogos. A pesquisa foi realizada em uma escola pública de Brasília, com 14 crianças, sete meninos e sete meninas, de diferentes faixas de renda e contextos familiares. O trabalho resultou na tese de mestrado O Jogo de Regras na Aprendizagem Matemática: Apropriações pelo Professor do Ensino Fundamental, onde a professora catalogou mais de 60 jogos educativos.

De acordo com a educadora, a escola analisada já desenvolvia atividades lúdicas e, no começo do ano letivo, as crianças montavam uma “caixinha matemática”, com materiais como palitos, moedinhas, fita métrica e botões. Os materiais eram usados em atividades organizadas pela professora para auxiliar o ensino da disciplina. A pesquisadora acompanhou o desenvolvimento das crianças e auxiliou algumas atividades. 

Para Milene, os professores precisam ver criança como criança e adaptar os conteúdos de ensino à realidade dos pequenos. Os jogos oferecem atividades envolventes e apresentam o conteúdo matemático no cotidiano infantil. Eles podem simular, por exemplo, compras e situações que exijam a tomada de decisão.

A pesquisa também ajudou a desenvolver um projeto em escolas públicas do Distrito Federal. “Visitamos as escolas interessadas e ajudamos os professores a refletir sobre como podem melhorar a prática pedagógica”, explica Milene. De acordo com ela, a introdução dos jogos no processo de aprendizagem é importante, mas é fundamental que os professores desenvolvam o pensamento crítico das crianças. “Os professores devem perceber que podem fazer melhor o que fazem todos os dias”, conclui.

Escolas interessadas em participar do projeto podem entrar em contato com a pesquisadora pelo e-mail [email protected]

Com informações do portal UNB

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