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Direto da poltrona: o olhar da TV

“Televisão vicia?  Não. Mas pode ser um mau hábito. E quem fala isso é uma pessoa que adora TV desde criança. A televisão traz um certo comodismo. Como já disse Homer Simpson: é um programa colorido atrás do outro, do outro, não consigo largar”, afirma Ale Rocha.

    

Por Marcus Tavares

Por problemas pessoais, ele tornou-se um telespectador assíduo. E lá se vai quatro anos. A assiduidade o transformou em crítico de TV a ponto de criar um blog só sobre o assunto: o poltrona, que traz informações, comentários e análises sobre a telinha brasileira. Só para se ter uma ideia, Ale constatou que o volume dos comerciais é maior do que o da programação. Fato inclusive relatado pela Folha de S. Paulo em sua última edição do caderno Ilustrada.

Foi exatamente por este envolvimento com a televisão que a revistapontocom, que já deu voz e vez a pesquisadores e acadêmicos sobre a qualidade, o uso e a interface entre criança, jovem e a TV, resolveu ouvir Ale Rocha. Afinal, que avaliação Ale faz da tevê brasileira? Qual é a análise do telespectador que se dedica a assistir a tudo o que é oferecido pela TV?  Além de assinar o blog, Ale Rocha é colunista do Yahoo! e colabora para outros veículos que cobrem a programação da tevê.

Leia a entrevista, analise e faça também o seu comentário.

revistapontocom – De que forma você constatou que o volume dos comerciais é maior do que a programação?
Ale Rocha –
Sempre notei como telespectador. Alguns canais me incomodavam mais que os outros, mas todos sempre apresentavam variações. Até que passou a incomodar também meu filho. Vendo televisão durante à noite, notava que ele dava uma reclamada do quarto, enquanto dormia, pelas alterações de volume.

revistapontocom – Esta constatação significa que…
Ale Rocha –
Significa que as emissoras abertas e os canais pagos não respeitam a legislação, que proíbe esse tipo de variação. Desrespeito ao telespectador.

revistapontocom – Na sua visão, trata-se de uma grande estratégia de marketing da TV?
Ale Rocha
– Se for, é uma estratégia burra, pois, no mínimo, eu abaixo o som. Em alguns casos, mudo de canal. Além de não assistir ao comercial, corro o risco de não voltar para assistir ao que eu estava vendo anteriormente. Perde o anunciante, perde a emissora.

revistapontocom – Muito se fala que a programação da TV é feita, na verdade, para ‘rechear’ os comerciais. Você concorda?
Ale Rocha
– Discordo. Há um modelo que sustenta a TV. O comercial está neste modelo. Logo isso vai ter que mudar, com a internet ganhando espaço, além de outros recursos, como o gravador digital, que permite avançar os comerciais. Mas, hoje, os comerciais são necessários. E não, não são o principal destaque da televisão. As atrações ainda prevalecem.

revistapontocom – Televisão vicia?
Ale Rocha
– Não. Mas pode ser um mau hábito. E quem fala isso é uma pessoa que adora TV desde criança. A televisão traz um certo comodismo. Como já disse Homer Simpson: “é um programa colorido atrás do outro, do outro, não consigo largar”. Ver televisão demais pode isolar as pessoas. Mas isso também ocorre com música ou internet. Nada que é demais é bom.

revistapontocom – O que você acha da Classificação Indicativa dos programas de TV?
Ale Rocha
– Acho válida. O problema é como ela é feita. Quem classifica? Com que critérios? Não é muito claro e transparente. Acho necessário que a classificação exista, como forma de orientação. Mas o que temos hoje, com horários estipulados, ainda lembra a boa e velha censura.

revistapontocom – Televisão aberta é coisa para criança e jovem?
Ale Rocha
– Televisão aberta é para toda a família. Cada faixa etária pode encontrar opções. Claro que o Cine Privé da Band não é para crianças, assim como a TV Globinho não é para a terceira idade. Sou defensor da TV aberta. Tem muita coisa ruim? Tem. Mas há ótimas atrações. Volta e meia aparece uma novela de qualidade, caso das atuais Passione e Ti-Ti-Ti. Há programas de humor chatos, mas outros bons, como Furo MTV, Comédia MTV e CQC. Há o Profissão Repórter, A Liga etc. Basta procurar que as opções estão disponíveis.

revistapontocom – Que nota você dá para a televisão brasileira?
Ale Rocha
– Dou nota 7 para a televisão aberta brasileira. Acho que há uma boa programação. Sofrível em alguns horários e dias, mas muito boa em outros. Há pouco tempo, era difícil escolher o que assistir em uma terça-feira, por exemplo. O Aprendiz? E-24? Força-Tarefa? Profissão Repórter?

revistapontocom – Por que você se interessou tanto pelo tema (TV)?
Ale Rocha –
Sempre gostei de televisão. Desde pequeno. Diz a minha mãe que aprendi as primeiras palavras em uma reprise da Vila Sésamo no final da década de 70. Sou parte da primeira geração que teve a televisão como babá eletrônica. Porém, só comecei a escrever sobre o tema em 2006. Alguns meses antes, no final de 2005, fui diagnosticado com hipertensão pulmonar, uma doença crônica e sem cura. Tive que parar de trabalhar e criei um blog para me ocupar. Este blog, o Poltrona, cresceu e trouxe muitas oportunidades. Hoje, ao mesmo tempo que aguardo na fila por um transplante de pulmão, sou colunista do Yahoo! e colaboro eventualmente para outros veículos.

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