Por Artur Melo, 12 anos
Estudante do 7º ano do Ensino Fundamental, da Escola Sá Pereira
Meu nome é Robben e minha história vou contar… Sou alemão. Nasci em Berlim. Venho de uma família muito rígida. Nasci na época da Segunda Guerra Mundial. Meu pai era o braço direito de Hitler e minha mãe trabalhava no campo de concentração, lá na Áustria, no principal campo. Era ela que comandava tudo por lá.
Se eu tenho orgulho da profissão de meus pais? Não, tenho não. Discordava de tudo aquilo. Para mim era uma coisa terrível a morte das pessoas porque elas eram judias, negras, homossexuais ou por qualquer outro motivo, preconceito. Eu tentava entender, mas não conseguia nunca.
Tinha treze anos quando meti um sonho na cabeça: ser jogador de futebol. Esse desejo só ia aumentando cada vez mais, ninguém conseguia me tirar esse sonho, apesar de toda a influência para eu ser um soldado alemão, quem sabe até um o próximo Adolf Hitler. Enquanto jogava, esquecia de toda essa tristeza.
Um dia tomei uma decisão muito importante: peguei uma bolsa, coloquei dentro dela um par de chuteiras, minha linda bola de couro, um pouco de dinheiro e, por fim, umas mudas de roupa. Entrei no carro de minha mãe, para ser mais específico, me escondi na mala. Em meu quarto deixei apenas um bilhete explicando o motivo da minha fuga.
Então, em uma das paradas que minha mãe fazia durante a viagem, eu saí do carro e fugi para perto dos alpes da Áustria. Nessa época já estava com dezoito anos e, sem querer me gabar, jogava muito bem. Decidi parar em um ponto perto das árvores e dos alpes para construir minha moradia. Achei que o melhor seria uma casa na árvore. E lá fui eu. Depois de construir minha bela casa, descansei, me senti livre daquilo tudo. Mas não durou muito…
Quando meus pais leram o bilhete que eu havia deixado, ficaram desesperados. Meu pai mandou diversos soldados à minha procura, e o esquadrão da Áustria (onde eu estava) foi comandado pela a minha mãe. Após alguns dias de procura, me encontraram e me levaram de volta a Berlim, onde me receberam com um belo jantar, apesar da minha fuga. É claro que logo depois tivemos uma longa conversa…
Nenhuma conversa foi o suficiente para me fazer mudar de ideia sobre o nazismo. Fugi muitas vezes, de outras maneiras e para tantos lugares. Não me tornei um jogador, resolvi trabalhar escrevendo, contando histórias, e sempre ajudando os judeus, em suas lutas para recuperarem a sua dignidade, como uma forma de me desculpar por todos os males feitos pelos meus pais e por todos os demais nazistas.
Artur, muito bom esse texto. Escreva sempre!
Beijos