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Produção estudantil

Por Bianca Souza
Do Jornal Conexão Colégio Pedro II

Não é de hoje que alunos do Colégio Pedro II se destacam por seu senso crítico e posicionamento frente aos mais diversos temas que estão ou deveriam estar em debate na sociedade. E foi nos jornais estudantis, que circularam pelas diversas unidades do Colégio, que essa atitude ganhou expressão. Exemplo disso foi o jornal O Brado, da década de 1940, dirigido e produzido por alunos como Wilson Choeri e Aloysio Jorge. Em pleno Estado Novo, quando a imprensa nacional era censurada pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), O Brado foi o único periódico que ousou criticar o ingresso do presidente Getúlio Vargas na Academia Brasileira de Letras.

Conheça o jornal, na versão online

Muitos outros jornais estudantis fizeram história e alguns de seus exemplares são preservados pelo Núcleo de Documentação do CPII e podem ser conferidos no Campus Centro. Atualmente, quem está resgatando e mantendo viva essa tradição é a equipe que produz o jornal O Imperador, do Campus Tijuca II, que completou em maio um ano de circulação.

Criado em 2014, o jornal é resultado de um projeto do Núcleo de Design Gráfico, coordenado pelo professor André Queiroz. Através do jornal os alunos podem explorar produção textual, diagramação, ilustração, fotografia e desenho. A proposta é aliar os conhecimentos técnicos adquiridos com o estímulo ao senso crítico. Apesar do cenário de crise dos veículos impressos, André acredita na força desta plataforma e pretende estimulá-la entre os alunos. “A mídia impressa tem perdido espaço para versões digitais, porém acredito que o contato físico com a matéria é importante. Sentir o cheiro do papel e da tinta, além da sua textura, provoca uma experiência diferente à leitura”, defende.

Hoje, a equipe do jornal é composta por oito alunos que desempenham tarefas distintas: produção textual, diagramação, fotografia e ilustração. “A partir da análise de referências e do estudo do design de ‘grids’, desenvolvemos um padrão para o nosso jornal. A pauta é montada em reunião com toda a equipe.

Discutimos assuntos atuais que ocorrem dentro e fora da escola, daí definimos um tema central que guia as matérias principais e a ilustração da capa”, explica André Queiroz. Fernanda Scovino, 17 anos, integra a equipe da diagramação responsável pela revisão textual, edição e, geralmente, busca de imagens, e conta um pouco sobre o processo de produção do jornal. “Organizamos a disposição desses elementos nas páginas do jornal, tentando torná-las visualmente homogêneas e agradáveis”, explica.

A cada novo número, a equipe ganha o reforço de colaboradores (alunos ou servidores), que participam enviando textos para o jornal. Matheus Andrade, 17 anos, faz parte da equipe desde a criação de o Imperador. O interesse veio da vontade de cursar jornalismo e do gosto por escrever. Matheus descartou o jornalismo, mas continua escrevendo sobre temas atuais. “Gosto de usar o humor, que é uma arma muito boa para uma crítica social ou para retratar uma situação. E com isso a leitura fica mais leve também”, conta.

Textos sobre transexualidade, pena de morte, terrorismo e até o valor surreal do transporte público no Rio de Janeiro rechearam as páginas da 5ª edição do jornal, que tem periodicidade trimestral. E em todas elas, é possível perceber a voz de cada aluno por trás das palavras impressas. “É um compromisso nosso expor ideias para o debate em sociedade. Penso que jornalismo com opinião é uma grande proposta”, defende Matheus.

A dedicação dos alunos que produzem O Imperador se reflete na popularidade do jornal no Campus. “Do ano passado para cá, tanto o conhecimento quanto o gosto pelo jornal foram mais difundidos pelos alunos, principalmente os mais jovens das primeiras séries do Fundamental II, o que fez com que adaptássemos alguns detalhes do jornal para adequá-lo ao gosto do público.

Dentro do ambiente escolar, o nosso objetivo é levar informação diferenciada sobre alguns temas importantes, que muitas vezes não são discutidos na sala de aula ou em família”, analisa Fernanda. Para Matheus, a cada nova edição lançada a identificação dos alunos cresce e faz com o que o jornal ganhe ainda mais força. “A resposta é imediata e muito boa! Todos que o leem gostam”, afirma.

Do papel para a web

Em maio, O Imperador ganhou sua versão online. No site, é possível conferir as edições anteriores e textos dos alunos. “O layout do site foi desenvolvido pelos alunos do Núcleo de Design Gráfico. A proposta é fazer com que mais pessoas tenham acesso aos conteúdos que produzimos e aumentar a produção, já que a internet permite e exige uma maior atualização e velocidade da informação”, explica André. O evento de lançamento do site contou com depoimentos da equipe, show de stand up comedy do aluno Matheus Andrade e da banda Faixa 13. Vida longa a O imperador!

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