Ela era uma adolescente, cursando o terceiro ano do Ensino Médio, quando a sua escola promoveu uma visita dos alunos a uma reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Foi naquele dia que Ana Lúcia Nunes de Sousa decidiu seguir a carreira acadêmica, tornar-se cientista. Professora adjunta no Instituto Nutes de Educação em Ciências e Saúde, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Ana Lúcia lançou durante a Bienal do Livro sua primeira obra, “Luanda no mundo da ciência”.
Voltado para o público infantil, o livro conta de forma lúdica as histórias de cientistas negras do Rio de Janeiro, a partir do olhar de uma menina de 10 anos, que precisa fazer uma redação sobre o que ela pretende ser quando crescer. É com a chegada de uma prima mais velha que ela vence o desafio, após ser apresentada ao diversificado mundo da Ciência. Entre as cientistas negras do Rio de Janeiro citadas na obra estão a filósofa e professora de história, Helena Theodoro; a engenheira química Michelle Mothé; e a dançarina e professora do curso de dança Tatiana Damasceno, por exemplo. Diante dessa diversidade de possibilidades e atuações, Luanda descobre que nos caminhos da ciência ela poderia ser o que quisesse.
“Luanda no mundo da ciência” é resultado de dois projetos de extensão: “As incríveis cientistas negras: educação, divulgação e popularização da ciência”, da UFRJ, e “Mulheres negras fazendo ciência”, do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet), de Maria da Graça (RJ), que receberam apoio da FAPERJ, por meio do Programa Meninas e Mulheres nas Ciências Exatas e da Terra, Engenharias e Computação-2021; da 2ª Chamada Garotas Stem: formando futuras cientistas-2021′, do British Council, e da Pró-Reitoria de Extensão da UFRJ.
A ideia do livro, conta Ana Lúcia, partiu das alunas e foi sendo lapidada em conjunto. A vivência em uma colônia de férias afrorreferenciada e o fato de ser mãe de duas crianças ajudaram a mergulhar no universo infantojuvenil.
Fonte – Faperj