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Estudo busca rastrear a presença do coronavírus no esgoto

Alexandre Pessoa, professor e pesquisador da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio/Fiocruz

Flavia Perez.

Com o objetivo de acompanhar a disseminação do vírus ao longo da pandemia de Covid-19, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) iniciou um estudo, em parceria com a prefeitura de Niterói, no estado do Rio de Janeiro. O propósito é rastrear a presença de material genético do novo coronavírus (Sars-CoV-2) em amostras do sistema de esgotos do município. As primeiras coletas, iniciadas em 15 de abril, detectaram material genético do novo coronavírus em amostras de esgotos em cinco dos 12 pontos de coleta. As amostras coletadas posteriormente estão em fase de processamento.

Segundo Alexandre Pessoa, professor e pesquisador da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio/Fiocruz, “com os dados levantados até o momento atual, podemos afirmar que se existe o coronavírus no esgoto sanitário isso quer dizer que naquele território existem pessoas infectadas. Esse levantamento é fundamental para identificar as áreas nas quais pessoas estão contaminadas e podem estar com coronavírus em seus dejetos. Contudo não há evidências até o momento se houve caso de contaminação pela via feco-oral e que, quando excretado nas fezes, o vírus ainda seja viável para contaminar outras pessoas, entretanto é necessário aprofundar as pesquisas ”, analisa.

A pesquisa, que faz parte dos estudos no campo da Virologia Ambiental da Fiocruz, visa promover a vigilância epidemiológica do meio ambiente, permitindo identificar regiões com presença de casos da doença, mesmo aqueles ainda não notificados no sistema de saúde.

Dados de um estudo internacional, recém-publicado na revista científica Lancet Gastroenterol Hepatol, mostraram que pacientes com a Covid-19 analisados pelo Hospital Universitário de Sun Yat-sen, em Zhuhai, na China, apresentaram em suas fezes o material genético do vírus.

Acesso à água e prevenção de doenças

O acesso à água é fundamental para o controle do avanço da Covid 19, uma vez que a lavagem das mãos é uma das medidas mais importantes para a prevenção do contágio pelo novo coronavírus. Contudo, esse acesso precisa abranger toda a população para que o impacto para a saúde seja efetivo.

Diante dessa necessidade, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), em conjunto com a Defensoria Pública do Estado, ajuizou neste mês uma ação pública para que a Cedae adote medidas que garantam o abastecimento de água à população. A decisão da 26ª Câmara Cível foi parcialmente favorável à causa.  

De acordo com a deliberação, os réus devem providenciar a regularização do fornecimento de água em todas as áreas do município. Além disso, a decisão também determina que sejam adotadas medidas para o abastecimento adequado e regular de água nas regiões não abrangidas pela rede de abastecimento da Cedae, priorizando as comunidades carentes, mediante caminhões-pipa ou outros meios adequados, provendo o acesso à água.  

Para o professor e pesquisador Alexandre Pessoa, “em um cenário de pandemia e contaminação, ou você protege todos ou você não protege ninguém, de acordo com as diretrizes epidemiológicas. O acesso humano à água é um direito essencial e tem que incluir as habitações, os moradores de rua, casas de repouso, pensões, habitações com banheiros comunitários, sendo disponível a toda a população”.

Flavia Perez é jornalista, pós-graduada em Língua Portuguesa, desenvolve pesquisa na área de Midiaeducação e trabalha há mais de dez anos criando conteúdos sobre Educação, Cultura, Saúde e Meio Ambiente.

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