Crianças, pais e internet. Mais um estudo, e desta vez envolvendo 25 países europeus, reforça o que pesquisas anteriores já mostravam: muitos pais não têm conhecimento do que seus filhos fazem na web e, na maioria das vezes, ignoram os riscos aos quais as crianças estão expostas na rede mundial de computadores.
De acordo com o relatório da London School of Economics e Political Science (LSE), divulgado no dia 21 de outubro, uma em cada oito crianças disse ter sido incomodada com conteúdos e ou experiências impróprias. O estudo foi feito a partir de uma amostra de 23.420 crianças com idades entre 9 e 16 anos que usam a internet e também com o pai ou a mãe dessas crianças. As entrevistas foram realizadas entre março e agosto de 2010, em 25 países europeus.
“A internet é hoje central para a vida das crianças em toda a Europa e é usada para uma série de coisas que muitas vezes são benéficas, o que inclui trabalhos escolares, jogar, ver vídeo e mensagens instantâneas. Assim ao mesmo tempo, é preocupante que algumas crianças têm sido perturbadas por conteúdos impróprios. As crianças são aquelas que têm maior dificuldade para lidar com experiências perturbadoras e esta é a área onde os governos devem promover ações para proteger e educar”, destaca a professora e pesquisadora Sonia Livingstone, uma das autoras do estudo.
Alguns resultados:
– Metade de todas as crianças disse que acha mais fácil serem elas próprias no mundo virtual do que no mundo real.
– Os adolescentes do sexo masculino estão mais expostos a imagens sexuais do que as do sexo feminino.
– 48% das crianças que utilizam a internet têm acesso em seu próprio quarto.
– Uma em cada três crianças tem acesso à internet por meio do celular ou outro dispositivo portátil.
– Crianças de 11 a 12 anos não sabem mexer em configurações de privacidade ou bloquear contatos indesejados na web.