Estreia nesta quinta-feira, dia 31, a mostra Cabimento, com mais de 20 criações multimídia concebidas e desenvolvidas por 83 jovens que acabam de ser formar nos cursos técnicos oferecidos pela Oi Kabum!, Escola de Arte e Tecnologia do Instituto de Responsabilidade Social da Oi, em parceria com a ONG Cecip. A exposição ficará em cartaz até o dia 2 de fevereiro, no Oi Futuro Ipanema. A ideia é revelar novos talentos cariocas em fotografia, design gráfico, vídeo e computação gráfica, de uma garotada que tem entre 17 e 23 anos e mora em comunidades populares do Rio.
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“Depois de 18 meses de experiências em criação artística misturada à tecnologia, os jovens podem ganhar o mundo que aprenderam a reinventar nas dependências da Oi Kabum!. Cada vez mais, a mostra de fim de curso serve como plataforma de lançamento de novos profissionais da arte e tecnologia, que ainda podem vir a integrar o Núcleo de Produção da escola, que funciona como uma espécie de incubadora, ajudando a introduzir os jovens no mercado de trabalho”, afirma Paola Scampini, diretora de Educação do Oi Futuro.
As temáticas urbanas têm forte presença na exposição. Passinho, criação de um coletivo de cerca de 20 jovens, traz uma série de vinhetas gráficas animadas que revela as influências rítmicas e coreográficas sob o aparente improviso dos dançarinos. A proposta é realizar uma radiografia inédita dessa dança, que é fenômeno popular, mostrando de Michael Jackson aos mestres-sala, passando pela dança russa, o balé clássico e passos quase desconhecidos como os do coco de zambê. Os componentes do coletivo compuseram os mash-ups – cruzamentos de músicas já existentes, mixadas em uma só – que servem de trilha.
Em Olhar Passageiro, o longo trajeto dentro de um ônibus vira uma série fotográfica, unindo a visão de quem passa pelo veículo à de quem está dentro dele. Já em ArteManha – um coletivo estabelecido com experiências prévias de oficina em locais como a Praça do Conhecimento, no Complexo do Alemão – o grafite transforma-se em projeto educativo, onde se ensina arte e reciclagem para crianças.
Corrente Urbana traz a bicicleta como protagonista de uma série de fotografias, enquanto frases escritas nos muros públicos estampam roupas na coleção Arruá. Também dentro do campo da moda, uma jovem desenvolve estamparia digital para lenços que podem ser usados como colares. As inspirações para compor as peças de Barroca foram, além do próprio barroco, a pichação islâmica, os grafismos indígenas e africanos, e a estética navy.
Novos cartões-postais da favela — em obras imponentes como o teleférico e a Praça do Conhecimento — alternam-se com a visão de seus moradores, na poesia de paisagens, escadas, vielas e personagens locais, temas da série de fotos Riquezas do Alemão.
Em vídeo, cinco curta-metragens espelham a diversidade de interesses e linguagens dessa geração. Em Mundo Grande, uma homenagem aos versos de Drummond (narrador e “personagem” em forma de estátua), poemas são entremeados a dramas cotidianos cariocas. Felicity Game Fiction inspira-se na estética do videogame — em diálogo com filmes recentes como Scott Pilgrim contra o mundo — numa crítica bem-humorada ao mundo nerd.
Betão mistura ficção com programa jornalístico tendo como protagonista um mendigo profissional. O monstro da baba utiliza recursos de stop motion, inserções gráficas e mash-ups de filmes antigos em uma reflexão que contrapõe a fantasia infantil à alienação adulta. Já no documentário Cinema novo (de novo), os jovens entrevistam uma nova geração de cineastas responsável por filmes que desmitificam a favela e o mundo popular.
A sustentabilidade entra em pauta com A Monstruosa, projeto que propõe a organização de uma recicloteca com forte identidade visual, ligando as categorias que separam o lixo a “monstrinhos” especialmente concebidos para o projeto, que facilitam a identificação dos resíduos.
Outros cabimentos
No dia da abertura da exposição, dia 31, às 19 horas, haverá um debate sobre inovações em design, fotografia e audiovisual. O evento contará com a participação de Batman Zavareze, Liana Brazil, Julia Levy e Patrícia Gouvêa. Batman é designer, artista multimídia e curador do Festival Multiplicidade Imagem Som – inusitados; Liana Brasil é sócia e diretora de arte da Superurber, misto de agência criativa, laboratório de tecnologia e estúdio de arquitetura que cria projetos multimídia e interativos para cultura, educação, entretenimento e propaganda; Julia Levy é superintendente do Audiovisual da Secretaria de Cultura do Governo do Estado do Rio de Janeiro e coordenadora acadêmica da área de gestão de projetos e entretenimento da FGV; Patrícia Gouvêa é fotógrafa, criadora e diretora do Ateliê da Imagem e Mestre em Tecnologias da Comunicação e Estéticas da Imagem pela ECO/UFRJ.
Oi Futuro em Ipanema
Rua Visconde de Pirajá, 54 / Ipanema – Rio de Janeiro
Entrada gratuita.