Por Luiza Lins
Cineasta. Coordenadora da Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis
O cinema infantil continua inexpressivo no Brasil. E ainda não merece destaque tanto no Ministério da Cultura (MinC) quanto nas produtoras, nas TVs, na mídia e mesmo na classe cinematográfica, que vê o cinema voltado para crianças como algo menor e sem importância para o mercado.
Mas apesar disto, e dos editais do MinC voltados para este público ainda não terem sido lançados, as produções de curtas e longas, aos poucos, começam a crescer. Que eu saiba, este ano teremos cinco longas sendo lançados: Tainá 3, Nautilus, Aviaõzinho Vermelho, Na Corda Bamba e Uma História Antes da História, do Núcleo de Animação de Campinas. Vários bons projetos também estão em produção, e entre eles o longa Tarsilinha, da TV Pinguim, e o Minhocas, que deu uma parada na produção mas que deve retornar em breve.
Em breve abriremos as inscrições para a Mostra Competitiva de Curta Metragem da 11ª Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis. E apesar do Edital Curta Criança não ter sido lançado, estamos otimistas quanto ao número e a qualidade dos curtas inscritos.
Enfim, é realmente, nos dias de hoje, uma pena não termos filmes nacionais para crianças nas telas de cinema, mas ao mesmo tempo as produções que estão chegando aos pouquinhos têm uma qualidade de conteúdo muito boa. E temos que lembrar que vários curtas nacionais estão circulando pelo Brasil através de inúmeros cineclubes espalhados pelo país. Temos a Programadora Brasil e o Canal Infantil na internet distribuindo conteúdo para estes cineclubes. A Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis lançou a Caixa Comemorativa [composta de DVDs com os curtas], que também está circulando pelo país.
Enfim, as coisas estão acontecendo aos poucos. Vamos tentar ser otimistas e acreditar que este hiato nas salas de cinema seja um pausa necessária para mais e melhores produções no futuro.