revistapontocom – O que hoje não se pode deixar de ensinar, na área de Matemática, na Educação Básica?
Raul Agostino – Os conteúdos tradicionais foram sofrendo mudanças no decorrer dos anos e o que temos hoje é o resultado da tentativa de equilibrar os conhecimentos abstratos e concretos. O maior problema que enfrentamos não é no que ensinamos, mas como o fazemos.
revistapontocom – O que é preciso ser aprendido, na área de Matemática, pelos alunos na Educação Básica?
Raul Agostino – Os conteúdos que serão necessários para prosseguir na vida escolar, claro. Mas principalmente a raciocinar além dos exercícios e das avaliações. O aluno precisa sair da escola todos os dias com maior independência intelectual do que quando chegou.
revistapontocom – Qual é o principal desafio de se ensinar Matemática, nos dias de hoje, para os alunos na Educação Básica?
Raul Agostino – A falta de motivação, sem dúvida é um dos principais obstáculos para a aprendizagem. O professor, antes de tudo, precisa cativar o interesse de seus alunos pelo que ensina. A paixão pelo conhecimento matemático pode ser estimulada desde cedo, por meio de jogos, de histórias, de desafios.
revistapontocom – Ensina-se Matemática, nos dias de hoje, da mesma forma que se ensinava no final do século XX? Se algo mudou, o que mudou e por quê?
Raul Agostino – Boa parte dos professores ainda trabalha com o método com que foram ensinados. Um método, aliás, que tem se mostrado fracassado. De maneira geral utiliza-se pouco as novas tecnologias. A notícia boa é que há uma nova geração de professores sendo formados que dispõem de uma visão mais dinâmica. Junto do compasso e do esquadro eles usam o computador e até mesmo o celular para fazer o conhecimento chegar aos seus alunos. O número de publicações paradidáticas de qualidade disponíveis também aumentou. Há boas perspectivas.
revistapontocom – Hoje, você diria que ensinar Matemática, na Educação Básica, é mais …. por quê?
Raul Agostino – É mais estimulante. A fronteira do que podemos fazer está aberta. Em um clique assistir a um documentário sobre a história da matemática, brincar um game cheio de conceitos ou ler um livro repleto de mistérios matemáticos.
Trabalho com Ensino Fundamental há 22 anos destes 7 como coordenação de escola, como Pedagoga, ajudei na criação do PPP da escola e de vários Projetos que visavam mudança no Ensino da Matemática.Porém como afirma Raul Agostino, muitos professores ainda estão presos no conceito daquilo que aprenderão, que era somente o abstrato, aprendiamos conteúdos de matemática sem realmente onde usar e como usar.Eis a questão, hoje e sempre será necessário o abstrato, mas ele deve ser verbal porque e extremamente necessário e motivador para o aluno se trabalhar o concreto, ir em busca de onde se irá usar e como usar o conteúdo.Vi estes anos e realmente é fato, que o professor do Ensino Fundamental trabalha melhor a disciplina que gosta e necessário mudar este cenário…Eu sempre trabalhei o curriculo de matemática entrelaçado, os conteúdos eram dados conforme a necessidade se apresentava, por exemplo frações já era apresentada na forma decimal e em números inteiros.Nunca subestimei o poder do meu aluno de aprender concretamente tudo que era proposto, com certeza nessa aposta quem ganhou foram os alunos que aprenderão a fazer conexões de uma disciplina com outras…assim não se fragmenta o trabalho escolar. Porque temos de deixar de pensar que o aluno possui , na sua cabeça caixinhas para cada conteúdo ensinado…e a regra de cadernos separados, professores diferentes…isto deve acabar no Ensino Fundamental.Parabéns profesoor , concordo o Ensino deve mudar!!!!!