No próximo dia 18, a cidade de Guimarães, em Portugal, vai abrir espaço para a animação brasileira. A produtora e criadora de conteúdos para infância e animação brasileira Patricia Alves Dias foi convidada pela organização do evento Guimarães 2012 – Capital Europeia da Cultura para assinar a curadoria da Mostra melhores momentos da animação brasileira. A propostado evento Internacional capitales européennes dela culture, que acontece desde 1985, é promover um diálogo entre criadores e criações, divulgando a diversidade cultural que caracteriza a Europa e, em paralelo, acolher outras culturas de outros países, como a do Brasil.
“Como tínhamos apenas um tempo estimado de sessenta minutos para compor os titulos da Mostra melhores momentos do cinema de animação brasileiro, convidamos aqueles autores e filmes brasileiros que de certa forma se apresentam como referências no âmbito da investigação estética e narrativa. A ideia era compor uma panorama diversificado com a representação em diferentes segmentos, desde obras experimentais de autores, dos mais novos aos mais consagrados, até conteúdos com fins comerciais para crianças. Há também obras de novos realizadores, com suas diferentes técnicas. Infelizmente, não estamos levando na maleta obras de enorme relevância para a cinematografia nacional de animação como as animações da série Hoje é dia de Maria, de Cesar Coelho, e o longa Lutas, de LuizBolognesi, mas terão seu destaque em nossa fala”, destaca Patricia.
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Veja abaixo os vídeos que farão parte da mostra Melhores momentos da animação brasileira:
Neomorphus , de Animatorio, stop motion, 2’48 sec.,2011, HD
Mutações,etapas de uma transformação. A evolução como ganho de função é denominada neo-mórfica. Ecossistema imaginário de adaptação das criaturas em seus meios – a transformação desses meios em função dessas criaturas, gerando um ciclo fantástico. A simbologia da mutação faz parte do momento que vivenciamos em nossa trajetória, mudando de espaço, encontrando um novo espectro, uma nova fase; evoluindo. Premiado em inúmeros festivais internacionais entre eles o Festival de Stop Motion do Canadá.
Quando os morcegos se calam, de Fabio Lignini, 7, 1986, 35mm
Durante uma tempestade, um homem chega à sua casa misteriosa. Faz parte da coletania de filmes realizados no Acordo de Cooperação Artística e Técnica entre o Brasil e Canadá, obteve prêmios de Melhor Obra nos festivais de animação mais importantes do mundo, tais como Annecy, Hiroshima, Los Angeles, entre outros. Primeira obra do realizador Fábio Lignini que desde 1989 faz parte da equipe de diretores da Dreamworks de Steven Spielberg.
Tempestade, de Cesar Cabral, 10 min., 2010, 35mm
Um marujo solitário enfrenta violentas tempestades a fim de reencontrar a sua amada. No caminho, estranhos acontecimentos mudam completamente sua vida. A animação em stop motion recebeu menção honrsa no Festival Del Nuevo Cine de Havana e foi premiado no Animamundi. Obteve também o prêmio do Cinema Brasileiro de Melhor Fotografia.
Fofurinha, de Andrés Lieben, 11 min., 2010, HD digital/ Betacam SD
O balão de cachorrinho da Lili voa pra longe, e ela fica arrasada! Ela resolve então se aventurar com os AmigãoZões entre as nuvens, numa longa jornada em busca da pequena Fofurinha! Da série Meu Amigãozão, é uma co-produção Brasil e Canadá exibida nos canais DiscoveryKids da America Latina.
Arbrario, Caldo de Cana é Um Real, pixilation, 1’08”, 2010, HD
Do comportamento aos universos paralelos, as linguagens tomam diferentes caminhos de manifestação própria. Experimeto em pixilação de grupo de novos artistas do nordeste brasileiro.
Tyger, de Guilherme Marcondes, 2D, puppetry e photographs, 4’30”, HD, 2006
Um enorme tigre aparece misteriosamente numa grande cidade. Ele vai revelar a realidade escondida numa noite que poderia ter sido como qualquer outra. Tyger é um curta inspirado no poema homônimo de William Blake. Um animal gigante passeia por São Paulo revelando diferentes realidades. Vencedor de Melhor Animação no 37th Tampere International Short Film Festival, Melhor Curta no Anima Mundi, Melhor Filme no Clerrmont-Ferrand Film Festival 2007. Menção Honrosa no Clerrmont-Ferrand Film Festival e Melhor Animação no Odense Film Festival.
Casa de Máquinas, de Daniel Herthel e Maria Leite, stop motion, 5 min., HD, 2007
Uma chave inicia o funcionamento de uma complexa estrutura mecânica onde planejadas reações em cadeia e acaso se misturam em cooperação. O vídeo “Casa de Máquinas” utiliza conceitos que transitam entre o teatro e as artes visuais. Através do teatro de bonecos, a designer Maria Leite e o desenhista e escultor Daniel Herthel se interessaram pela ciência que envolve o processo de animação de um objeto. Com este foco, alternam funções de artista e inventor, promovendo um elogio ao “fazer manual” e retornando às antigas tecnologias dos autômatos, da relojoaria e do ofício da madeira. Realizado com subsidio do British Councile Arts Council of England, o filme exibido em Annecy, Edinburgh International Film Festival, FilmFestival Hamburg, Anima Mundi e Ottawa.
Passo, de Ale Abreu, animação tradicional, 4’, 35mm, 2007
Passo surgiu a partir de exercícios de desenho e animação realizados durante o período da finalização do longa Garoto Cósmico, e como experimento para um novo projeto do estúdio. Praticamente sem um roteiro definido, o filme foi concluído na ilha de edição, onde acrescentamos as imagens da mão desenhando e assumimos a ruidagem do lápis como o som do pássaro. No fundo havia o desafio do improviso: “vamos ver no que dá”. Passo foi exibido em festivais internacionais de animação como Annecy, Hiroshima, Cinanima e o Animacor na Espanha, onde foi premiado.
Matinta, de Humberto Avelar, animação tradicional, 13 min., 35mm, 2006
No interior do Brasil, reza a lenda que quando Matinta Perera passa por um vilarejo, e não encontra oferendas, uma tragédia pode acontecer. Uma menina e seu gato acabam, por acaso, descobrindo os mistérios da bruxa Matinta Perera que se transforma em pássaro e que abre conhecimentos sobre um mundo novo e maravilhoso, o que permite a menina suplantar seus medos. O filme faz parte da premiada série Juro que Vi,e recebeu o premio especial da presidência do Japan Prize.
O Caminho das Gaivotas, de Alexandre Rodrigues, Barbaro Joel Ortiz, Daniel Herthel e Sergio Glenes, 11 min., 35mm, 2011
Era uma vez, um lugar muito, muito longe daqui, onde não havianada…havia apenas três casas, um coqueiro e uma vaca. Lá vivia uma menina, que se chamava Maria Soledad. Apesar de seu nome, Soledad nunca estava só. Ela sempre estava acompanhada de seus brinquedos: um pião, uma flauta e uma manta de retalhos. Até que um dia, chega El Dios Huracán… O filme foi realizado no Acordo de Cooperação em Animação Brasil e Cuba e recebeu os prêmios de melhor animação em Nueva Mirada e Menção de melhor direção de arte no Divercine.