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Esse Rio é Meu: criatividade e arte de mãos dadas na Escola Municipal Cyro Monteiro

Programa vem sendo desenvolvido pela professora Michele Xavier.

Por Marcus Tavares

Quais são as possibilidades de um programa que envolve a recuperação dos rios, a escola e o protagonismo das crianças? Inúmeras. Na verdade, tudo depende da criatividade e, certamente, de um trabalho pedagógico consciente de sua importância na constituição de conhecimentos e valores de cada estudante, visando a cidadania. É assim que vem sendo desenvolvido o Programa Esse Rio é Meu na Escola Municipal Cyro Monteiro, localizada em Anchieta, Zona Norte do Rio.

O programa Esse Rio é Meu é desenvolvido em conjunto pela Secretaria Municipal de Educação e pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Prefeitura do Rio, em parceria com a oscip planetapontocom e a concessionária Águas do Rio – patrocinadora do programa. O objetivo do programa é engajar escolas na recuperação e preservação dos rios. Cada grupo de escolas da rede pública de ensino do Rio ficou responsável por desenvolver ações em torno de um dos corpos hídricos da cidade. A Escola Municipal Cyro Monteiro vem trabalhando com o Rio Pavuna.

“Na unidade, o projeto vem sendo realizado desde maio deste ano pelos alunos da Sala de Recursos e por alguns estudantes do 6°, 8° e 9°anos. As atividades estão sendo desenvolvidas por meio de metodologia ativa, na qual os alunos são protagonistas das ações: eles são atores do processo, logo, pesquisam e debatem sobre o assunto a fim de conhecer a realidade e propor soluções para os problemas encontrados”, explica a professora Michele Teixeira Crestani Xavier, da Sala de Recursos, responsável pelo projeto na unidade escolar.

Como resultado, os discentes já fizeram pesquisas, organizaram uma linha do tempo e criaram cartazes com soluções em prol da limpeza do Rio Pavuna, envolvendo moradores e o poder público, ratificando a importância da gestão democrática nas discussões dos problemas que afetam a comunidade.

Gestão democrática: participativa e interdisciplinar que acontece na condução das ações do programa dentro da própria escola: “Contamos com a parceria da Agente de Apoio à Educação Especial, Geane Nascimento, a adesão de um professor de Ciências, Gilberto Leitão, outro de Inglês, Marcelo Rodrigues, e o empenho da gestão escolar, que fomenta o diálogo e multiplica boas ideias”, explica Michele.

Desde a implantação do Esse Rio é Meu, os participantes têm pesquisado quais são os elementos descartados em maior quantidade no leito do rio com o objetivo de identificar aqueles que são passíveis de reciclagem, oferecendo novos modos de utilização. E aí a criatividade e arte correm soltas.

Com o papelão, foram criados quadros retratando a pintura de Vincent Van Gogh, Os Girassóis, uma moldura vasada com folhas e máscara africana.

Com as sacolas plásticas, foram elaboradas flores decorativas, utilizadas para decoração e colocadas no jarro, que também foi confeccionado com papelão.

Com garrafas pet, fizemos comedouros para pássaros, colocados nas árvores da escola e localizadas na comunidade. Com os cabos de vassoura e latinhas, a turma deu vida a instrumentos musicais, o que levou a criação do Coral Vozes da Cyro. A clava foi feita com cabos de madeira e os maracas (chocalhos) com as latinhas. No repertório: Não olhe pra trás (Capital inicial), Não quero dinheiro (Tim Maia) e We will rock you (Queen)”, comemora.

E não foi só isso. Os estudantes também criaram uma série de podcast chamada Cyro Preserva, que, em cada edição, discute um tema específico sobre o meio ambiente. Entre as pautas: racismo ambiental, mata ciliar, poluição e recuperação do Rio Pavuna.

Durante todo esse processo, a comunidade foi envolvida. Os estudantes realizaram uma caminhada de conscientização junto aos moradores para ratificar a importância da preservação dos rios. Maquetes foram confeccionadas representando o Rio Pavuna no século XVIII e a Tribo Upabuna que deu origem ao nome do rio e a degradação do leito do rio nos dias de hoje.

“A partir de agora, nossa ideia é voltar ao Rio Pavuna para plantio de mudas de árvores e para analisar as mudanças ocorridas diante das propostas de conscientização realizadas. Vamos também solicitar à prefeitura a limpeza do rio e uma placa dando nome a ele. Também queremos apresentar nosso projeto na Lona Cultural de Guadalupe para uma maior conscientização da comunidade, pois a educação ambiental precisa ser tratada como algo constante no cotidiano porque trata-se de uma parte fundamental de nossas vidas.  Vivemos neste planeta e necessitamos dos recursos naturais preservados. Quanto antes o indivíduo aprender que é parte da natureza, ele será ainda mais capaz de ser sustentável com o meio ambiente”, finaliza Michele.

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