Por Patrícia Aguiar Branco de Araujo
Publicitária, jornalista, roteirista, produtora, diretora multimídia e professora na graduação e pós-graduação de audiovisual na Universidade Estácio de Sá.
Breve História do Cinema
Nos Estados Unidos, no início da década de 1890, o advento do cinema se deu com o cinetoscópio criado por Thomas Alva Edison, através de máquinas nas quais filmes com aproximadamente 20 segundos, podiam ser vistos por uma pessoa de cada vez, olhando pela abertura de uma caixa. Hoje em dia, o público está muitas vezes também sozinho a frente de uma tela de computador, vendo filmes pela internet.
leia também
– cinema e a internet
– cinema e a comercialização na web
– cinema contemporâneo e convergência de linguagens
– cinema e a interatividade
– cinema e seus caminhos
Oficialmente, são os irmãos Lumiére que exibiram as primeiras produções na França. No início do século XX o cinema era visto pela classe operária, em circos, lojas, armazéns ou lonas montadas para as exibições. Nos dez primeiros anos o cinema ainda era, apenas, uma sequência de tomadas estáticas, fruto direto da visão teatral. O cinema foi pensado, roteirizado e filmado, inicialmente na Europa para exibições de para classe operária. Já a partir de 1920, ainda na era do cinema mudo, nos Estados Unidos, o cinema se torna um produto da cultura de massa e consolida o sistema de estúdios que duraria até os anos 50. O cinema é o principal representante da cultura de massa.
Os estúdios (Warner, MGM, Universal, Paramount, etc) na era da indústria cultural, tinham o cinema todo calculado, sob total controle: as histórias, os atores, os valores de produção, os gêneros, as audiências. Os estúdios são o melhor exemplo por serem locais onde se criam e recriam universos de total diferença, representando todos os símbolos desta lógica produtiva e criativa. Ao público, massa, não interessam quem tinha o controle ou se eram controlados, só lhes interessa os filmes que eram e ainda são o espelho da vida onde o público se vê. O cinema representa também o encontro do espectador com ele mesmo, muito mais do que catártico, o cinema é reflexivo e também se impõe como novas formas originais de arte, sendo que as reproduções da arte do cinema são particularmente reveladoras na sua forma de atuação sobre a arte.
O cinema mudou a forma e os modos de vida da sociedade industrial e influenciou desde a moda até a forma de pensar. O ambiente criado na sala escura de exibição, a tela em grandes proporções e a linguagem cinematográfica apresentada, cativam o espectador, que se torna refém quando envolvido e transportado pela magia desse entretenimento. Seguramente, o cinema é a forma mais cativante de transmissão de conteúdo audiovisual.
O tamanho da tela e a escuridão do ambiente focam a atenção do público e proporcionam a possibilidade de narrativas com muitos planos abertos e planos sequência. Nas produções feitas voltadas para a televisão, como novelas, mini-séries e mesmo documentários, observamos a priorização de planos fechados e médios e a linguagem de muitos de cortes sucessivos. Essa linguagem facilmente identificada e exarcebada nos vídeos clipe tem o intuito de atrair o telespectador. Nas produções originariamente cinematográficas que são exibidas posteriormente em telas menores, muito se perde por conta da linguagem original, pela ausência do escuro e pelo tamanho da tela. As filmagens feitas no formato widescreen são transformadas na tv para o formato fullscreen ou tela cheia.
O fato de o mercado se ajustar a uma demanda do consumidor pode significar que, devido à má informação, o público pode estar perdendo uma ótima oportunidade de ver os filmes da forma que foram originalmente concebidos pelos cineastas. Entre tantas teorias, o cinema, em sua origem, tem como função entreter, transportar o espectador para aquela realidade apresentada na tela.
Desde o final do século 19, até os dias de hoje a indústria do cinema produziu centenas de milhares de filmes. Entre eles, algumas centenas de películas que têm encantado milhões de pessoas em diferentes gerações ao redor do planeta. No cinema, as imagens podem ser às vezes mais duradouras e fortes do que palavras e frases. Desde quando ele ganhou fala usou escritores, com a cor arregimentou pintores, recorreu a grandes músicos e arquitetos, todos contribuindo com sua visão e forma de expressão. Mas o cinema, como diz Jean-Claude Carriere, se formou a partir de si mesmo. Inventou a si mesmo e imediatamente se copiou, se reinventou, assim como funções desconhecidas. Com cada grande cineasta, expandiu linguagens, num processo de mutação contínua, refletindo velozmente as relações das sociedades humanas.
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A Coleção CULTCLASSIC lançou recentemente Uma Sessão Méliès – Quinze filmes de Georges Méliès, com produções do autor entre 1898 e 1909. Para quem se interessa pela história do cinema, mas também por suas linguagens, é uma oportunidade vibrante ver esses filmes no formato DVD. Interessante pensar, com Mélîès, as mutações, que o texto chama atenção. Méliês era mágico, ilusionista, e criava com os parâmetros da “visão teatral”, como conta o artigo. Mas interessante pensar também como, depois de cem anos, ainda é possível reconhecer o mesmo propósito de fantasia e de surpreender o espectador, com “mágicas”.