Grupo se destaca na pesquisa e produção de games

Conheça o projeto Comunidades Virtuais, da Universidade do Estado da Bahia.

Por Lynn Alves
Coordenadora do Grupo de Pesquisa Comunidades Virtuais

O Grupo de Pesquisa Comunidades Virtuais, ligado à Universidade do Estado da Bahia, foi criado em 2002 com o objetivo de realizar pesquisas na área de cultura digital, destacando especialmente os games e suas implicações nos distintos cenários de aprendizagem (formal e não formal). Em 2006, o grupo participou da Chamada Pública MCT/FINEP/MEC – 02/2006 para o desenvolvimento de jogos eletrônicos educacionais e ampliou seus objetivos, passando também a produzir jogos para diferentes espaços de aprendizagem, como escolas e empresas.

A aprovação do projeto para desenvolver o jogo Tríade – igualdade, liberdade e fraternidade foi um marco para o nosso grupo, pois introduziu de vez a entrada na área de desenvolvimento de games no Brasil. Atualmente o grupo tem no seu portfólio nove jogos desenvolvidos:


Tríade 

O game possibilita a imersão dos alunos no universo do século XVIII, especialmente na Revolução Francesa, despertando nos alunos do ensino fundamental e médio o desejo de aprender de forma lúdica e prazerosa. Este conteúdo rico e importante para entender o contexto da sociedade contemporânea é apresentado através de um jogo de simulação. Este tipo de game possibilita aos jogadores experimentar situações que não podem muitas vezes ser concretizadas no cotidiano.


Aventura no Polo
Foi criado para situar as crianças na faixa etária de 7 a 13 anos sobre as matérias primas que são produzidas no Pólo Petroquímico de Camaçari, compreendendo que estes produtos retornam para o seu dia-a-dia de diferentes formas. A intenção é que as crianças compreendam também o papel social e econômico das empresas que compõem o Pólo Petroquímico.


Quiz Braskem
O jogo Braskem Game Quiz mostra de forma lúdica e didática como se processa a cadeia produtiva do plástico que é desenvolvido pela empresa Braskem. A interação acontece com um tabuleiro dinâmico que contém perguntas relacionadas aos processos de transformação, envolvendo assuntos desde a retirada da matéria-prima do petróleo (a Nafta) até o processo de reciclagem dos plásticos.


Búzios: ecos da liberdade

O jogo pretende simular o contexto da sociedade baiana no século XVIII especificamente a Revolta dos Búzios e resgatar uma revolta popular que se desenvolveu na Bahia, criando um espaço para que os alunos possam construir conceitos e significados acerca desse conteúdo histórico mediado por um jogo eletrônico.


Brasil 2014 – rumo ao Hexa

O jogador precisa solucionar os problemas da cidade de Salvador a fim de realizar os jogos da Copa do mundo em 2014, para tanto é preciso administrar recursos financeiros, mantendo estáveis as variáveis de saúde, educação e segurança.


In Situ

É um espaço de aprendizagem sobre o sistema imunológico humano. O jogador deve controlar as células de defesa do organismo defendendo o corpo de ataques virais e bacterianos. A partir da imersão no game, o jogador terá a possibilidade de conhecer as funções das estruturas celulares.


Guardiões da Floresta
A movimentação do jogador pelo cenário e desafios presentes no jogo desenvolvem a construção da noção de espaço, lateralidade e relação entre objetos. Além de conter elementos sobre a fauna, flora e lendas amazônicas. O código do jogo Guardiões da Floresta foi disponibilizado para o Grupo de Pesquisa da Universidade Federal do Oeste do Pará, coordenado pelo professor Doriedson Almeida, com o objetivo de ser desenvolvida uma nova versão do jogo ampliando a narrativa sobre lendas e contextos da Amazônia. A narrativa dos Guardiões será também ampliada no projeto do Gamebook que será um ebook gamificado financiado pela Fapesb e CAPES. O grupo da Universidade Aberta da Terceira Idade da Uneb de Juazeiro, coordenado pela professora Iva Santos, também vem interagindo neste trabalho. 


Industrialli
O jogador tem o desafio de administrar cidades inglesas à beira do período histórico conhecido como Revolução Industrial, gerenciando aspectos como o desenvolvimento agrícola, a construção das fábricas, o aumento do desemprego, a urbanização e a reivindicação de grevistas. Será necessário lidar com contextos que envolvem distintas áreas do conhecimento, focando sobretudo em desafios ligados ao ensino da História como modo de produção, capitalismo e industrialização.


Dois de Julho: o jogo, primeiro jogo para dispositivos móveis

Através de um jogo em estilo Tower Defense mostramos ao jogador a importância do 2 de Julho na Independência do Brasil.

O único jogo desenvolvido em 3D foi o Tríade e utilizamos o Torque como motor. Contudo, por conta destas especificações o game não pode ser executado nas escolas públicas e particulares do estado da Bahia, pois não tinham placa de vídeo. O referido jogo foi avaliado no laboratório do nosso grupo por alunos do ensino fundamental que cursavam o oitavo e nono ano. O fato de ser disponibilizado gratuitamente no site do Comunidades Virtuais possibilitou que os internautas pudessem interagir com o jogo e enviar feedbacks que vieram de diferentes partes do Brasil e também da Inglaterra e Portugal. Este jogo levou trinta e nove meses para ser desenvolvido, incluindo o processo de avaliação.

A partir da experiência do Tríade, o nosso time decidiu produzir jogos em flash que poderiam ser executados em qualquer computador, sem necessariamente ter conexão de rede e placa de vídeo. Assim, com exceção do jogo Dois de Julho, o jogo que está sendo desenvolvido em UNITY, todos os demais jogos foram produzidos em Flash, com uma média de tempo de desenvolvimento de vinte e quatro meses.

Os jogos que têm financiamento das agências de fomento, como Finep, CNPq, Capes, Fabesp e Pro-forte, são disponibilizados gratuitamente no site do Comunidades Virtuais, junto às Orientações Pedagógicas, e são avaliados nos cenários escolares e acompanhados por um grupo de pesquisadores. É importante ressaltar que os jogos Brasil 2014, Insitu e Industriali foram financiados pela Secretaria de Educação do Estado da Bahia para os Centros Juvenis de Ciência e Cultura. Estas pesquisas geram artigos que são publicados no Seminário de Jogos Eletrônicos, Educação, Comunicação: construindo novas trilhas, SBGAMES, ABCIBER, EPPEN, ENDIPE, entre outros.

O trabalho do grupo também tem um viés na formação na medida em que se constitui em campo de estágio para alunos dos cursos de Design e Computação da Uneb, contando com bolsistas de Iniciação da Pesquisa dos cursos de Turismo, Pedagogia, Psicologia e Arquitetura. E em nível de especialização o grupo coordenou e realizou o curso Game Design financiado pela Fapesb.

Além destas atuações são realizadas pesquisas em nível de mestrado e doutorado que investigam cotidianamente as relações dos games e educação sob diferentes perspectivas. No site do Comunidades Virtuais também encontram-se disponível teses e dissertações que foram produzidas no período de 1994 a 2010, na área de educação sobre games no Portal do Games Studies, projeto financiado pela Fapesb.

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