Por Esther Costa
Jornalista, Pedagoga e especialista em midiaeducação pela PUC-Rio
No primeiro momento pode parecer complicado fazer a articulação entre ensino, o estudo curricular, a questão da formação de professores e as novas tecnologias da informação e comunicação. Em linhas gerais, é fácil percebermos uma relação entre o ensino e o estudo curricular. Mas, essa percepção não acontece com o terceiro e quarto elementos dessa articulação, a formação de professores e as tecnologias da informação e comunicação. E qual seria o resultado das interações entre ensino, estudo curricular, a questão da formação de professores e as novas tecnologias da informação e comunicação? O resultado dessa articulação é uma pedagogia apropriada para os meios de comunicação. Ou simplesmente, midiaeducação.
Cabe neste momento um relato pessoal que deu direção a este artigo. Buscando aprimorar os conhecimentos sobre a formação do midiaeducador, parei para observar como alguns alunos dos cursos de Pedagogia entendiam a interface entre os campos da Educação e da Comunicação. A esse respeito, inicialmente observei que nos primeiros períodos do curso de Pedagogia os alunos têm um julgamento prévio de que os meios de comunicação, mais especificamente a televisão, o computador e o rádio, são apenas formas de entretenimento que fomentam a alienação e por isso, devem ser combatidos pela escola.
É pertinente destacar que na posição de jornalista e pesquisadora observo que o processo educativo pode acontecer de várias formas e, não necessariamente na sala de aula. A midiaeducação tem caráter interdisciplinar e pode interagir com as diversas áreas do saber facilitando, o processo de ensino-aprendizado. Para que isso ocorra, é preciso investir na preparação cuidadosa dos futuros professores, fundamentada na amplitude social da mídia e no seu papel educativo voltado para os valores humanos.
Para Silverstone (2002), é fundamental para nossa vida cotidiana estudar a mídia como dimensão social e cultural, mas também, política e econômica, no mundo moderno. Em linhas gerais, Silverstone quer enfatizar a importância de entendermos a mídia como um processo que interfere nas transformações sociais. E, por isso, é relevante para os cursos superiores de Pedagogia incluir efetivamente as dimensões teórica, crítica e produtiva da midiaeducação no currículo da formação de professores.
É de extrema relevância social poder ampliar reflexões e promover soluções que contribuam para uma melhor elaboração do currículo do curso de Pedagogia, que contemple o uso de suporte instrumental e teórico que possibilite compreender e usar todas as linguagens dos meios de comunicação. Analisar a formação acadêmica do professor dando enfoque aos debates sobre como os cursos de Pedagogia estão contemplando a formação midiaeducativa em seu currículo, que forma docente para atuar nas áreas de Educação Infantil e nas séries iniciais do Ensino Fundamental, é o ponto de partida para a consolidação de uma pedagogia apropriada para os meios de comunicação.
Uma vez que a capacidade de criação de material midiaeducativo é pouco desenvolvida nos cursos de Pedagogia concluímos que existe uma dicotomia entre teoria e prática. Por isso, observamos que é preciso promover ações que contribuam para melhor equilíbrio do conteúdo teórico e prático ao longo das disciplinas do curso.
Entendo que para cumprir este desafio de ensinar ao futuro professor que a “media education é um caminho para o pensamento e a investigação” (FERGUSON, 2002. p. 5) os cursos de Pedagogia, portanto, precisam materializar em seus currículos e assumir o compromisso de ensinar que a mídia, assim como o “currículo, é texto, discurso, documento” (SILVA, 1999).
Referências
FERGUSON, Robert. “Media Education e o desenvolvimento de uma pedagogia apropriada”. In: ______. Colabora, Curitiba, v.1, n.3, 2002, p.3 – 16.
MOREIRA, Antônio F. B.; SILVA, Tomaz Tadeu da. Currículo, Cultura e Sociedade. São Paulo: Editora Cortez, 1994.
______. Sociologia e Teoria Crítica do Currículo: Uma Introdução. São Paulo: Editora Cortez, 1994.
SILVERSTONE, Roger. “A textura da experiência ”. In: ______. Por que estudar a Mídia?. São Paulo: Loyola, 2002 , p. 11 – 32.
Esther, o texto está muito bom! Parabéns pela abordagem deste tema que ao meu parecer é muito interessante. E, confesso que sua exposição me motivou a buscar a conhecer um pouco mais sobre o assunto. Mais uma vez meus sinceros parabéns!
Esther parabéns pelo artigo!!!
amiga,estou muito orgulhosa por você e por mim. Isso só reforça minhas considerações sobre você. Parabéns você merece pois és esforçada e se dedica realmente ao que faz. Aproveito para agradecer sua colaboração na minha formação acadêmica. Bjs
Esther costa,
li seu artigo e gostei muito. Sou educadora e, com certeza, o recomendarei aos demais colegas das escolas.
Att. MAriana Camacho
ps: Q orgulho!!!! hihihih