Filmes e debates

Evento, no Rio, debate ditadura civil militar na América Latina. Entrada franca.

A Mostra Cinema pela Verdade volta ao Rio com seis novas sessões nos dias 20, 22, 23 e 28 de agosto, passando por cinco lugares diferentes. A primeira delas acontece no auditório do Colégio Pedro II do Engenho Novo, com o filme Eu Me Lembro, de Luiz Fernando Lobo, às 14h. Em sua segunda edição, a mostra foi criada com o objetivo de promover exibições de filmes seguidas de debates sobre o período da Ditadura Civil-Militar e seus desdobramentos, bem como a relação com as ditaduras contemporâneas do Cone Sul.

Realizada pelo Instituto Cultura em Movimento (ICEM), em parceria com o Ministério da Justiça, a mostra foi contemplada pelo edital “Marcas da Memória”, da Comissão de Anistia, que visa à promoção de eventos e projetos com foco neste período marcante da história brasileira. O ponto de partida foi um encontro, durante a primeira semana de maio, no Rio de Janeiro, entre os “agentes mobilizadores” – 27 universitários de diferentes áreas, que foram capacitados para serem os produtores locais em suas respectivas cidades. No Rio, a agente mobilizadora é Clarice Green, de 24 anos, estudante de Ciências Sociais da UFRJ.

Este ano, foram selecionados para a mostra dois documentários sobre a ditadura no Brasil e dois filmes de ficção sobre o período da ditadura na Argentina e no Chile. Entre as produções brasileiras estão Eu Me Lembro, de Luiz Fernando Lobo, e Marighella, de Isa Grinspum Ferraz. Já a ficção Infância Clandestina, de Benjamín Ávila, é uma coprodução Brasil-Argentina, e No, de Pablo Larraín, faz um recorte sobre a ditadura chilena.

“O projeto Cinema pela Verdade cria um ambiente de mobilização em todo o país. Especialmente junto à juventude, em favor da memória, em favor da construção da verdade para que o país possa, finalmente, passar a limpo a sua história e possa enfrentar os seus erros de frente, para que eles não se repitam mais. E, ao mesmo tempo, possa gerar consciência crítica na juventude para que ela assuma para si um legado de resistência, de lutas e de conquistas dos nossos direitos”, ressalta o presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão.

A vice-presidente do ICEM, Luciana Boal complementa: “Por vivermos em um país em que 92% dos municípios não possuem salas de cinema, nós do ICEM acreditamos que projetos como o Cinema pela Verdade são fundamentais para dar mais acesso à produção nacional. E ter as universidades como palco dessas sessões é investir na formação de um público crítico e articulado. Nada melhor do que trabalhar com os próprios universitários para estimular o contato com o cinema nacional e para que possam compreender localmente como é possível produzir um festival, além de formarem uma rede de agentes culturais”.

Sobre os Filmes Selecionados:

Eu me lembro, de Luiz Fernando Lobo: exibido no Festival Internacional do Rio de Janeiro. O documentário acompanhou cinco anos das caravanas da Anistia e reconstrói a luta dos perseguidos por reparação, memória, verdade e justiça por meio de imagens de arquivo e de entrevistas.

Infância Clandestina, de Benjamín Ávila: representante argentino ao Oscar 2013, categoria melhor filme estrangeiro. Argentina, 1979. Juan, assim como seus pais e seu tio leva uma vida clandestina. Fora do berço familiar ele precisa manter as aparências pelo bem da família, que luta contra a ditadura militar que governa o país.

Marighella, de Isa Grinspum Ferraz, ganhador do Prêmio de melhor longa-metragem da Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul em 2012. Carlos Marighella foi o maior inimigo da ditadura militar no Brasil. Este líder comunista e parlamentar foi preso e torturado, e tornou-se famoso por ter redigido o Manual do Guerrilheiro Urbano.

NO, de Pablo Larraín, concorreu ao Oscar 2013 na categoria melhor filme estrangeiro. Pressionado pela comunidade internacional, o ditador Augusto Pinochet aceita realizar um plebiscito nacional para definir sua continuidade ou não no poder. Os líderes do governo contratam René Saavedra para coordenar a campanha contra a manutenção de Pinochet.

Serviço

20 de agosto, terça-feira
14h – Exibição do filme Eu Me Lembro, de Luiz Fernando Lobo
Local: Auditório do Colégio Pedro II – Unidade Engenho Novo
Debate: ás 15h40
Debatedores: Luiz Fernando Lobo, Tarcísio Motta, Leonardo Brito

22 de agosto, quinta-feira
13h – Exibição do filme Infância Clandestina, de Benjamín Àvila
Local: Auditório Hilton Sales, UFRRJ
Debate: às 15h
Debatedores: Marcelo Muller, co-roteirista do filme

22 de agosto, quinta-feira
18h – Exibição do filme Marighella, de Isa Grinspum Ferraz
Local: Auditório Hilton Sales, UFRRJ
Debate: às 20h

23 de agosto, sexta-feira
9h – Exibição do filme NO, de Pablo Larraín
Local: Auditório da FACHA – Unidade Botafogo
Debate: logo após o filme durante a aula inaugural de Radialismo
Debatedores: Oswaldo Munteal (mediador), Roberto Mader, Jackson Saboya

23 de agosto, sexta-feira
14h – Exibição do filme Marighella, de Isa Grinspum Ferraz
Local: Auditório do Colégio Pedro II – Unidade Humaitá
Debate: às 16h

28 de agosto, quarta-feira
19h – Exibição do filme Marighella, de Isa Grinspum Ferraz
Local: Auditório João Goulart, UERJ
Debate: às 20h, durante o evento do ENEH – Encontro Nacional de Estudantes de História

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rita de oliveira lopes
rita de oliveira lopes
11 anos atrás

Como eu gostaria que meus alunos e nós professores do interior tivéssemos acesso a esse tipo de programação.
Estamos tão longe de tudo.Queremos e precisamos de acesso a esses eventos.
Em Sociologia estamos falando sobre a ditadura militar,sobre o poder.Seria muito bom participar.

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