Usos de drones para monitorar descarte irregular de resíduos sólidos na cidade do Rio

Estudo é realizado pela Uerj.

Da revista eletrônica da Faperj
https://www.faperj.br/

Tecnologia e inteligência artificial a serviço do ecossistema. É o que propõe estudo financiado pela Faperj que visa usar drones para monitorar o descarte de resíduos sólidos em áreas remotas da cidade do Rio de Janeiro. Em entrevista ao site da Faperj, o coordenador do projeto e engenheiro Marcelo Musci, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), campus Zona Oeste, diz que o descarte ilegal dos detritos é uma realidade e que se agrava em áreas de difícil acesso, o que exige maior esforço de coleta, tornando-se um risco potencial aos profissionais de limpeza.

“O problema se agrava em regiões com falhas na assistência à coleta de lixo, nas quais os moradores tendem a descartar detritos em regiões de encostas e áreas de difícil acesso. Além da poluição e riscos de deslizamentos de terra, esse lixo também piora a proliferação de ratos, baratas e outras pragas urbanas. Os drones, com sua mobilidade e capacidade de capturar imagens de alta resolução em tempo real, oferecem uma alternativa eficiente e de baixo custo, diminuindo a exposição de equipes humanas às áreas de risco”, conta Marcelo a Marina Verjovsky, da Faperj.

O professor lembra também que o relevo desnivelado e a vasta extensão territorial do Rio de Janeiro tornam a análise manual das imagens coletadas pelos drones mais complexa. Neste sentido, o estudo utiliza Inteligência Artificial, com aprendizado de máquina, para interpretar e identificar automaticamente quais lugares contém detritos, sem precisar da análise humana. “A abordagem combinada envolveu drones equipados com câmeras de alta precisão e GPS, além de recursos computacionais avançados para o armazenamento, processamento e interpretação das imagens, todos adquiridos com financiamentos de Auxílio à Pesquisa da Faperj”, explica.

O pesquisador conta que técnicas semelhantes já são usadas em outros países, mas ainda são incipientes no Brasil. No entanto, ainda é preciso treinar localmente as máquinas para se adaptarem às diferentes geografias locais, além de promover o aprimoramento das técnicas computacionais, que estão em constante evolução. A equipe fez o estudo em várias regiões da Zona Oeste da cidade, incluindo os arredores do campus universitário, e, ao final, conseguiu identificar e rotular automaticamente imagens contendo vestígios de descarte irregular, com uma eficácia de 92%. De um total de 4.169 objetos, apenas 338 não foram identificados pela máquina.

A nova tecnologia promete melhorar o monitoramento ambiental no Rio de Janeiro. “No momento, ainda estamos refinando a técnica, para obter resultados cada vez melhores. Mas pensamos em propor parcerias futuras com a GEO-Rio, órgão da Prefeitura do Rio de Janeiro que é responsável pelo monitoramento de encostas. Além disso, a técnica pode ser adaptada para monitorar a poluição ambiental de resíduos sólidos em águas, como da Baía da Guanabara, por exemplo”, finaliza

Confira aqui o artigo publicado na Revista de Gestão Social e Ambiental

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