Quando Jonathan Caroba, 17 anos, terminou, no ano passado, o Ensino Médio e Técnico oferecidos pelo Colégio Estadual José Leite Lopes, o Núcleo Avançado em Educação (Nave), localizado na Tijuca, Zona Norte do Rio, ele não tinha ideia que em pouco tempo estaria de volta à escola. Nesta última semana, Caroba, ex-aluno do curso técnico de Narrativas Digitais, estava lá. Com o passaporte garantido para o curso de jornalismo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), o estudante trocou a carteira pela mesa do professor. Diante de um grupo de 20 educadores, ele ministrou uma oficina para orientá-los no melhor uso de algumas ferramentas digitais, como o Power Point, o Prezi, Photoshop e o Cmaptools.
“Desde o ano passado, já notava que os professores não faziam uso de todas as potencialidades destes programas, o que poderia, na prática, favorecer um maior e melhor interesse dos estudantes pelo conteúdo, pelas aulas”, destacou.
Foi a partir desta constatação e de algumas dicas que Caroba volta e meia dava para os professores, que, no início deste ano, a direção da escola e parte dos educadores viabilizaram a oficina, realizada nesta quinta-feira, dia 28 de fevereiro. Uma semana antes, o estudante recebeu, via e-mail, alguns trabalhos produzidos pelos professores nas plataformas em discussão.
Do ponto de vista do aluno e dos conteúdos apreendidos durante o próprio curso médio e técnico da escola, Caroba analisou cada trabalho e, na oficina, fez uma avaliação coletiva, apontando vantagens e desvantagens das produções. “Observei que alguns professores podem e devem fazer mais uso de imagens, de cores e de uma diversidade maior de fontes. O uso de animações entre os slides é importante também, bem como inserir no mesmo documento hiperlinks, por meio de botões. Minha análise partiu do dia a dia da sala de aula, da vivência cotidiana como estudante. Partiu do olhar do aluno”.
Um diálogo produtivo. Os professores Francisco Evandro, de Matemática, e Nilma Duarte Medeiros, de Química, que o digam. Segundo eles, a presença e a segurança de Caroba foram surpreendentemente ricas. “É maravilhosa essa troca. Isto significa que o trabalho da escola está gerando frutos. É o que eu chamo de renovação, não é mesmo? Ontem ele era meu aluno. Hoje, sou aluno dele”, brincou Evandro.
Para a professora Nilma, Caroba trouxe o olhar do estudante, com autonomia e inovação. “Foi uma experiência fantástica ter um ex-aluno trocando o conhecimento de uma forma tão segura e oportuna. Acho que foi dado o pontapé inicial. Será interessante investir cada vez mais nesta sistematização. Gostei muito das dicas e orientações”.
De acordo com a diretora da escola, Ana Paula Bessa, o grande diferencial da proposta foi ouvir o ex-aluno, promovendo e oportunizando um espaço de mediação. “A avaliação não é de um especialista, mas de um ex-aluno. Isso impacta positivamente. Há uma empatia direta. Esse encontro foi uma forma de sinalizar para o professor a percepção do aluno. A iniciativa é bem vinda e a escola está aberta para este diálogo”, comemorou.
Nossa que lindo isso! A mãe do Caroba deve ter ficado muito orgulhosa! Com certeza eu ficaria. Parabéns a escola pela ideia e iniciativa maravilhosa!
Lia Christo