Sustentabilidade: que tipo de jovem você é?

Por Marcus Tavares

Quando o assunto é meio ambiente e sustentabilidade, você é do time dos comprometidos, teóricos, refratários, intuitivos ou eco-alienados? Foram estas as cinco categorias criadas para descrever a relação dos jovens com o tema. Os dados fazem parte da pesquisa Dossiê Universo Jovem 4, produzida pela  MTV, em 2009. De acordo com o levantamento, os adolescentes se preocupam com o ecossistema, porém a atuação dos jovens ainda é assumidamente pequena, superficial e dificilmente se transforma em ação concreta.

“Independentemente do grau de informação que os jovens têm sobre o meio ambiente, quando eles discutem a questão chegam à conclusão de que a situação é bastante séria e que, daqui a alguns anos, as gerações futuras vão sofrer as consequências”, destaca o documento, que ouviu jovens dos 12 aos 30 anos, de nove cidades do país.

Confira o dossiê na íntegra

Segundo o documento, os comprometidos (17%) são aqueles que conhecem as causas ambientais, falam sobre o assunto com os amigos, têm pais mais conscientes e colocam o conhecimento que têm em prática. Os teóricos (26%) são os que mais possuem conhecimento, mas não têm tantas atitudes conscientes quanto os comprometidos. São bastante idealistas com a questão do meio ambiente e os que mais reivindicam. Já os refratários (20%) não valorizam o assunto. Assumem que não fazem nada pelo meio ambiente e acreditam que esse é um problema das gerações futuras.

Os intuitivos (21%) não possuem muita informação sobre o assunto. Dizem que gostariam de saber mais a respeito do tema e fazem um pouco mais do que os refratários. E, por fim, os eco-alienados (16%) são os que menos sabem sobre o assunto e os que menos apresentam ações ecologicamente corretas.

A pesquisa mostra que a escola e a mídia são as principais responsáveis pela formação da consciência ambiental. Os temas mais conhecidos são o aquecimento global, a falta de água, a camada de ozônio, o tsunami, as geleiras que podem acabar, o desmatamento, a emissão de CO2 e as discussões sobre o Protocolo de Kyoto, que não foi assinado pelos Estados Unidos nem pela China, dois grandes poluidores.

De acordo com os responsáveis pelo dossiê, as escolas vêm tentando não “escolarizar” o tema meio ambiente, mas colocá-lo em prática, pois a experiência tem mostrado que, quando o aluno vivencia a questão do meio ambiente, o resultado é melhor. No entanto, isso demanda da escola tempo e dinheiro e, do aluno e sua família, boa vontade e comprometimento.

A visão do futuro

Apenas 17% dos jovens acreditam que ninguém vai mudar sua atitude em relação ao meio ambiente. 32% acreditam que a população vai mudar sua postura em relação à preservação do meio ambiente e outros 48% acham que a sociedade vai mudar em parte.

A crença maior é que não haverá escolhas: o ser humano vai ter que mudar sua relação com o meio ambiente. Cinco em cada dez jovens acreditam que só a população, atuando de forma coletiva, pode virar o jogo em favor do meio ambiente e do Brasil. Acreditam, porém, que isso só vai acontecer quando o grau de consciência for maior ou quando o problema for sentido na pele e no bolso.

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