Vinte milhões. Este é o número de nativos digitais que vivem no Brasil. Para quem ainda não conhece a expressão, tratam-se de jovens que têm entre 15 e 24 anos e que há pelo menos cinco anos estão conectados à internet. Os dados e a definição do conceito foram divulgados no dia 7 de maio pela União Internacional das Telecomunicações (UIT), órgão da Organização das Nações Unidas (ONU). Fruto da pesquisa ‘Medindo a Sociedade da Informação”, o levantamento aponta que o país ocupa a 4ª posição mundial, atrás da China (75,2 milhões), dos Estados Unidos (41,3 milhões) e da Índia (22,6 milhões).
“Enquanto não existe consenso na literatura do impacto exato que as tecnologias da informação e comunicação têm sobre os jovens, há consenso geral que as mídias digitais estão mudando o jeito que eles aprendem, brincam, socializam e participam da vida civil”, destaca a UIT a respeito das transformações enfrentadas pelos nativos digitais.
De acordo com o levantamento, tais jovens representam 5,2% da população mundial e 30% da faixa etária dos 15 aos 24 anos. No Brasil, 60,2% dos jovens são nativos – 10% do total dos brasileiros. Apesar do grande quantitativo brasileiro, o mesmo estudo da UIT mostra que o custo de estar conectado no Brasil é um dos mais altos do mundo.
O minuto das ligações por celular, o principal serviço de telefonia do país e motor da expansão da banda larga móvel, chega a US$ 0,74. A quantia é mais de setenta vezes o valor de US$ 0,01, cobrado na Coreia do Sul, país mais barato. A despeito da quantidade de jovens conectados, a banda larga fixa é apenas a 55ª mais barata do mundo, custando, em média, US$ 17,20, cerca de R$ 40. Até no envio do SMS, o país está entre os maiores: cobrando US$ 0,23 o torpedo. É o segundo mais caro.
Na lista dos países com maior proporção dos nativos digitais entre os jovens estão os mais desenvolvidos. Coreia do Sul conta com 99,6% de sua juventude conectada. O Brasil está na 50ª posição. A UIT mediu também o Índice de Desenvolvimento em Tecnologia da Informação e Comunicação (IDI). Os países que equilibram bem o nível acesso à web, o uso da rede e as habilidades desenvolvidas on-line têm os maiores índices. O Brasil tem IDI de cinco pontos. Está no 62º posto.