Por Artur Melo, 10 anos
Estudante do 6º ano do Ensino Fundamental, da Escola Sá Pereira
O dia em que um limão foi mais azedo
Um dia, minha mãe me pediu para ir ao mercado fazer umas compras. Lá fui eu…
Estava na seção de frutas quando então um pequeno menino, bem pequeno mesmo, chegou perto de mim. Perguntou se eu poderia comprar três limões para ele. Achei esquisito, mas disse que estava tudo bem, que eu poderia comprar os limões.
Mas uma coisa estava martelando minha cabeça. Com tantos biscoitos, chocolates, refrigerantes por que limões? Não poderia ser banana, maçã, uva? Perguntei se não queria outra coisa. Ele disse que não. Fiquei meio sem graça. Enfim perguntei por que ele queria os três limões.
Ele me respondeu. Precisava dos limões para fazer malabares, no sinal de trânsito. Nunca ia imaginar aquela resposta. Acho que ele nem sabia o que significava esse nome ‘malabares’. Acho também que, provavelmente, nem ia para a escola.
Falei que, além dos limões, ele poderia escolher o biscoito que quisesse. Todo feliz, me agradeceu e foi correndo pegar um biscoito. Paguei. Ele me agradeceu novamente e foi embora.
Bem, eu também fui embora, pensando nas injustiças desse nosso mundo.
E o limão, que eu já não gosto, ficou muito mais azedo!
Revendo suas publicações me dei conta de que havia pulado algumas. Essa do limão e seu azedume me enterneceu! Quanta maturidade num menino de dez anos… Te amo, meu garoto sensível e doce… Muito, mas muito distante desse limão, azedíssimo! Beijo
Arthur querido, você me emocionou!
Além de prodigioso, você é sensível.
Como disse o mestre Vinicius de Moraes, “Se todos fosse iguais a você…”
Beijo carinhoso,
Rachel Bassan