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Como mediar a aprendizagem de seus alunos

Por Marcos Méier
Mestre em Educação. Psicólogo. Trainer pelo International Center for the Enhancement of Learning Potential (ICELP)

Para ser bem-sucedido como professor, não basta saber o assunto. Não basta conhecer novas tecnologias. Não basta ser popular com os alunos. Esta é apenas uma parte da história. Para dar boas aulas é necessário aprender uma série de coisas que não estão escritas nos livros de Pedagogia nem nos livros de auto-ajuda e raramente foram ensinadas na faculdade.
 
O professor precisa aprender a ser um “mediador da aprendizagem”. Ao contrário do que se imagina, ser professor não implica ser mediador. A relação não é imediata. Há uma teoria que fundamenta a ação do mediador da aprendizagem, e ela tem sido construída, modificada, incrementada e melhorada há muitas décadas. É a “teoria da mediação”, ou, tecnicamente falando, Teoria da Modificabilidade Estrutural Cognitiva, do autor israelense Reuven Feuerstein (pronuncia-se fóier-stáin). É uma das melhores contribuições atuais sobre Educação. Conceitos como aprender a aprender, modificabilidade, desenvolvimento da autonomia e tantos outros são tratados de forma teórica e prática.

Um professor pode potencializar sua ação modificando sua postura como educador. É necessário aprender como desafiar, incentivar, provocar e desequilibrar saberes pré-concebidos. É fundamental que o professor torne-se cada vez mais dispensável, e o aluno, cada vez mais autônomo. Há um provérbio que diz: “O verdadeiro mestre é aquele que, com o passar do tempo, torna-se inútil”. É porque o mestre deve ensinar mais que conteúdo, deve ensinar como construí-lo, permitindo que seus discípulos o ultrapassem.

Enfim, é preciso saber como mediar. Um bom professor não pode ser orientado apenas pelo bom-senso ou pelo senso comum, mas orientado, inspirado e fundamentado em teoria sólida, em conhecimento científico, em saberes consolidados pela experiência.

Antigamente (bom seria se fosse apenas “antigamente”) os professores apenas “transferiam informações” para seus alunos em vez de ajudá-los a construir o próprio conhecimento. Ainda bem que isso está mudando nas escolas. Há pouco tempo, os alunos tinham que copiar, decorar (memorizar) e repetir até aprender.

O método utilizado estava baseado nas crenças a respeito do que é uma criança e do que os adultos deveriam esperar dela. Naquela forma de pensar, as crianças eram “mini-adultos” e, portanto, deveriam aprender a se comportar de forma adulta o mais rápido possível. E o jeito mais fácil de transformá-las em adultos era fazê-los escutar em silêncio, copiar exatamente o que estava escrito no quadro-negro e repetir as frases construídas pelo professor. Não havia muito espaço para idéias próprias das crianças.

Essa forma de lidar com a criança precisa mudar. Hoje sabemos que as crianças têm um jeito especial de explicar o mundo à sua volta e de compreendê-lo. Elas têm uma lógica diferente da lógica do adulto. Não é mais possível encher suas cabecinhas com informações sem sentido, mesmo que essas informações sejam muito óbvias para o professor.  As crianças precisam primeiramente compreender, para somente depois guardar na memória os conhecimentos construídos. Tentar inverter o processo desmotiva, pois não há prazer em “decorar” algo que não se entende.

Assim, os professores precisam adotar uma metodologia coerente, adequada à criança que existe hoje e não mais aquele ser passivo, subserviente, e que “não tinha ainda nenhum conhecimento”. A criança hoje é inteligente, criativa, questionadora, comunicativa, ativa e interage tanto com as outras crianças quanto com os adultos. Uma criança com essas características merece ser tratada com o que há de mais moderno e eficiente na Educação atual.

Feuerstein propõe que essa “nova criança” seja tratada por um “novo professor”. Esse novo professor é o mediador da aprendizagem. Postura e conhecimento transformados e atualizados.

Caso queira conhecer mais sobre o trabalho, consulte o site oficial de Feuerstein (www.icelp.org). No Brasil, há vários centros autorizados cujos endereços você também encontra no site do Feuerstein ou fazendo uma rápida pesquisa no Google. Há também alguns livros em Português sobre o assunto.

Nos roteiros do Aprimora, você encontra algumas orientações sobre como mediar. Essas orientações estão baseadas nas doze características da mediação explicadas na teoria e são aspectos práticos que nela encontram respaldo nessa teoria. O ideal é que você, professor, conheça com profundidade essas características, pois você pode potencializar sua eficácia como mestre e potencializar a aprendizagem de seus alunos. As orientações são um pequeno “recorte” de uma postura que cada vez mais será necessária aos professores eficazes.

Entretanto, apesar de serem sucintas, diretas e objetivas, elas podem, ser seguidas por você, tornando ainda melhor o uso do Aprimora e propiciar a seus alunos experiências que os levam a aprender a aprender, que é um dos principais objetivos da Educação.

Bom trabalho!

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Hudson Xavier
Hudson Xavier
6 anos atrás

Boa tarde!
Parabéns pelo conteúdo formativo apresentado.
Hoje temos várias ferramentas para o ensino aprendizagem que podemos utilizar para aplicar em sala de aula, mas como isto é possível? é como ter pá, inchadas, etc e não saber utilizar e este conteúdo apresentado nos mostra a importância de não só ser um mediador, mas como utilizar as ferramentas para exercer este papel.
Obrigado pelas informações e mais uma vez parabéns e muito obrigado.

Luciana Pinguelo
Luciana Pinguelo
7 anos atrás

“Para ser bem-sucedido como professor, não basta saber o assunto. Não basta conhecer novas tecnologias. Não basta ser popular com os alunos. Esta é apenas uma parte da história. Para dar boas aulas é necessário aprender uma série de coisas que não estão escritas nos livros de Pedagogia nem nos livros de auto-ajuda e raramente foram ensinadas na faculdade….”

Na realidade das realidades!!!

Nossos alunos são são repletos em historias dentro do seu universo, dentro das suas perspectivas e dos seus olhares. Vamos abrir uma janela para nossos alunos se posicionarem e lá veremos um universo rico em saberes!

Cláudio Oliveira
Cláudio Oliveira
Reply to  Luciana Pinguelo
6 anos atrás

É um bom texto, a alguns exageros por parte do autor , mas no geral diria que é um bom texto.

Hudson Xavier
Hudson Xavier
Reply to  Luciana Pinguelo
6 anos atrás

Parabens Luciana pelas palavras e como mediamos e aprendemos com este universo.

Abs

André Luiz de Oliveira Breguêz
André Luiz de Oliveira Breguêz
7 anos atrás

Muito bom o artigo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Maria Lúcia PEDROSA
Maria Lúcia PEDROSA
7 anos atrás

Ótima reportagem.

Cristina
8 anos atrás

Olá amor,

que artigo interessante!

Eu sei o quão legal fazer posts frequentes!

Tenho postado sobre o Cursinho Descomplica no site http://maiseducativo.com.br/descomplica-e-bom/

Beijos!

Bruna
8 anos atrás

Bom dia

Amei blog.

Abraços!

Maria da Conceição de sa Bezerra
Maria da Conceição de sa Bezerra
8 anos atrás

Gostei muito, estou cursando pedagogia e gostaria de saber mais a respeito.

katia
8 anos atrás

Adorei, quero mais informação de comio proceder como professor mediador. mas recursos

Ricardo
Ricardo
9 anos atrás

Bem, de fato, apenas trocar o giz por um canetão ou projetor não significa uma mudança “brusca” no processo de aprendizagem. Na verdade, a mudança esta na postura e atitude uma vez que estamos num época de mudanças radicais de conceitos e a sociedade como um todo consegue enxergar apenas a rebeldia desta “nova” geração, sem propor algo em prol de intermediar a comunicação.
Vejo esta época como a da geração que instituiu o “rock in roll” como representante da juventude, foi uma mudança abismal e o mundo continuou girando e girando e as coisas se acertaram, mas houve e há quem não gostou ou goste, quem de nós não tivemos ou temos um ídolo do rock como uma espécie de guru em algum momento da vida?
Assim é que devemos analisar os conceitos:
Pra que serve o que estou ensinando? Onde será eficazmente utilizado? Qual a profundidade do mergulho que devemos dar neste conceito? e etc,
Estas são algumas de perguntas que devemos fazer ao elaborar um plano de ensino, e tenho dito…

Wolney Gomes Leandro
Wolney Gomes Leandro
9 anos atrás

Muito interessante. Quero saber mais sobre o assunto.

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