Unicamp oferece curso de verão para estudantes surdos do Ensino Médio

Inscrições gratuitas.

A Unicamp deu início a um projeto inédito para a comunidade de pessoas surdas no Brasil: a realização de uma oficina de verão em que estudantes surdos do Ensino Médio poderão resolver problemas e enfrentar desafios matemáticos, contribuindo assim para o fortalecimento do vocabulário de matemática em Libras. As inscrições são gratuitas e seguem até 25 de novembro. É fato que a oficina vai ser de interesse maior dos estudantes de Campinas e de cidades próximas. Mas a iniciativa é bem válida e por isso a revistapontocom está divulgando.

inscrições aqui

Os alunos selecionados ficarão hospedados por duas semanas no campus da Unicamp, em Campinas. O objetivo da iniciativa “Matemática+Libras” é promover e enriquecer o vocabulário, em Libras, de termos matemáticos que eventualmente não existam ou não sejam disseminados na Língua Brasileira de Sinais.

Com o déficit existente hoje, professores e alunos surdos enfrentam dificuldades de comunicação em sala de aula que causam impacto no processo de aprendizagem. Podem se inscrever na oficina estudantes do Ensino Médio surdos que gostem de matemática e sejam fluentes em Libras. A oficina será realizada de 16 a 27 de janeiro de 2023. A programação também prevê atividades sociais e uma vivência no campus da Unicamp. Ao final, os estudantes gravarão, pequenos vídeos resolvendo alguns problemas matemáticos, utilizando os sinais que tenham desenvolvido e contribuindo assim para sua difusão.

O programa é realizado pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da Unicamp (Proec) e organizado pelo Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (IMECC) e Olimpíada de Matemática da Unicamp (OMU). O projeto é totalmente gratuito e a Unicamp oferecerá alimentação e uma ajuda de custo de R$ 1.760,00 para hospedagem dentro da própria Universidade.

Francisca Aglaiza Romão Sedrim Gonçalves, professora de Matemática da rede pública do Estado do Ceará e uma das idealizadoras do projeto, conta que ao fazer seu primeiro curso de Libras descobriu que não havia sinalário (reunião de sinais manuais) para muitos dos termos da matemática.

“Muita coisa na matemática é visual ou palpável, mas a língua é extremamente importante na construção do conhecimento. Não se vê professor de matemática apresentando um resultado ou provocando os seus alunos em silêncio. Por mais que seja possível ensinar matemática utilizando recursos visuais, a língua materna é um canal de aproximação entre o aluno e o objeto de estudo”, explica.

Diante desse contexto, a Unicamp reconheceu a importância de apoiar a iniciativa. Fernando Coelho, pró-reitor de Extensão, explica que o projeto visa atender uma demanda grave, mas desconhecida do grande público. “Dessa forma, a Unicamp faz uma contribuição valiosa para que, com o tempo, tenhamos uma política pública que atenda às demandas das pessoas surdas, ampliando esse esforço também para outras disciplinas além da matemática”, disse.

Marcelo Firer, professor do IMECC e responsável por levar o projeto à Unicamp, avalia que nessa primeira oficina será possível explorar um caminho para, ao menos, reduzir os problemas na educação de pessoas surdas. “O projeto foi concebido para que os alunos selecionados tenham uma vivência rica e um crescimento matemático, ao mesmo tempo que possam contribuir para o enriquecimento da comunidade surda”, afirma.

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