Por Artur Melo, 13 anos
Estudante do 8º ano do Ensino Fundamental, da Escola Sá Pereira
Rede social é lugar de amizade? Papo furado? Namoro? Piada? Laços? Informação? Conhecimento? Troca? Violência? Inimizades? Discussão? O que será esse espaço da internet?
Ele era uma homem meio covarde, meio medroso, meio esquisito. Pela internet, gostava mesmo era de atacar as pessoas. Desconfio que fora das redes também. Passava horas e horas nisso. Sem amigos, na verdade, sem praticamente ninguém, um homem sozinho. Já de idade, não tinha aprendido quase nada. Não tinha aprendido a ser generoso com o mundo porque só gostava de atacar, tornando-o violento, mundo cinza e sem graça, embora ele achasse que violência fosse coisa apenas de mocinhos e vilões. Também não tinha aprendido isso.
Não tinha aprendido a ser amoroso com as pessoas nem com as de perto, muito menos com as de longe. Com as de perto não era capaz de carinho, cuidado e delicadeza. Com as de longe, poderia o homem aproveitar as redes sociais para ser gentil e afetivo (se a gente pensar que talvez ele tivesse dificuldade de se abrir com quem divide o cotidiano). Não, não era esse o caso. Mas reclamava dizendo que são os jovens de hoje em dia que não se relacionam porque vivem em seus eletrônicos.
Não tinha aprendido a ser respeitoso com as ideias dos outros. E já era tão de idade… Achava que era o dono da razão e sabia de tudo. Não respeitava a opinião dos outros nem sabia escutá-las. Ninguém podia contrariá-lo. Sempre era ele que estava certo. Não estava disposto a abrir a sua mente para novas ideias e opiniões de jeito nenhum. As dele eram sempre as melhores. Mas vira e mexe dizia que onde já se viu gente tão ignorante, no tempo dele é que era bom.
Talvez o homem não tivesse espelho em casa. Talvez tivesse, mas o espelho não podia lhe mostrar tudo porque os olhos também precisam olhar para dentro. As pessoas que não são generosas, amorosas e respeitosas na “vida real” também não serão nas redes sociais. Talvez nas redes elas apenas despejem para um número maior de pessoas aquilo que elas são.
Que bacana, Artur! Ótimas reflexões! Sempre bom ler seus escritos. Beijos, Beth