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Esse Rio é Meu: em Realengo, professora da Escola Municipal Rondon promove a defesa do território em torno do Rio Piraquara

Confira a experiência da professora Gloria Sarnaglia.

Relato de experiência
Professora Gloria Maria Martins B. Sarnaglia
Escola Municipal Rondon
Realengo, Zona Oeste do Rio

Em 2023, nossa escola participou mais uma vez do programa Esse Rio é Meu. Realizamos o projeto com 36 alunos do 6º ano do Ensino Fundamental. Desde seu início, logo no começo da primeira etapa, os alunos receberam o projeto com muito entusiasmo e alegria. E como esperado muito aprendizado foi desenvolvido.

No primeiro momento, realizamos uma apresentação do projeto e uma discussão em grupo sobre a importância e o estado em que se encontravam os rios da nossa cidade. Em seguida, com o intuito de que os alunos compreendessem melhor a situação do Rio Piraquara, produzimos uma breve exposição, em Power Point, com informações sobre o Rio Piraquara. Esse trabalho trouxe uma base de conceitos importantes como a localização geográfica, a distinção dos termos país/estado/cidade/bairro usando mapas e a identificação das partes constituintes de um rio (nascente, leito, margem, afluente e foz). Através dessa atividade, os alunos puderam não só conhecer um pouco sobre o contexto do Rio Piraquara, mas também aprenderam e fortaleceram conteúdos das disciplinas de Geografia e de Ciências.

Ainda na etapa de diagnóstico, foi realizada a montagem de um triorama [um cenário em 3D] das partes principais de um rio. Esse trabalho serviu para a fixação dos conteúdos apresentados nas aulas anteriores e melhor compreensão do contexto do nosso rio. O material foi adquirido pelo site imprimaestaideia.com.br. Os alunos usaram a criatividade para pintar as imagens e depois colaram os números relacionando corretamente cada parte do rio com a legenda. 

Em seguida, reforçamos as informações sobre cada parte do Rio Piraquara, indicando que sua nascente fica dentro do Parque Estadual da Pedra Branca, que seu leito segue pelo bairro de Realengo parcialmente canalizado, encontrando alguns afluentes no caminho, e que sua foz fica no Rio Marangá. Desta forma, os estudantes puderam compreender melhor o significado de cada parte no contexto do rio escolhido.

Para finalizar essa etapa, promovemos uma visita ao Parque Estadual da Pedra Branca (PEPB) Subsede Piraquara, onde fica a nascente do rio Piraquara e onde também está localizada a Cachoeira do Barata, bastante conhecida na região, usada como área de lazer e banho pela população que visita o parque. Nessa visita, os estudantes tiveram a oportunidade de conhecer mais sobre o rio. O guarda-parque Alessandro fez uma apresentação, explicando sobre o trabalho do parque e a importância da preservação do mesmo para a manutenção inclusive do Rio Piraquara.

Os alunos participaram de uma simulação usando os equipamentos de combate a incêndios, que são um dos grandes problemas enfrentados na preservação do parque. Os alunos se divertiram e apreciaram a vista de cima do aqueduto. Puderam compreender melhor a importância do parque na preservação do Rio Piraquara e reconhecer a diferença do Rio Piraquara dentro e fora do parque. Já na escola, os alunos montaram cartazes em grupos como forma de sintetizar tudo que aprenderam.

Na realização da segunda etapa do projeto, para a execução da nossa intervenção junto ao Rio Piraquara, fizemos uma nova visita ao Parque Estadual da Pedra Branca, Subsede Piraquara. Desta vez, percorremos a trilha até a nascente do Rio Piraquara. Coletamos uma amostra da água e fotografamos o rio dentro do parque. Toda a visita foi conduzida com a parceria dos guardas-parques que, ao longo do caminho, além de ajudarem na segurança dos alunos na trilha, orientaram os estudantes sobre educação ambiental e a preservação do parque. Aproveitamos para coletar o que encontramos no caminho da trilha, como forma de contribuir para preservação do parque e consequentemente do Rio Piraquara.

Depois da visita, também andamos até a Rua Ocaibi, que fica no caminho de volta para a escola. Lá podemos observar a situação do rio. Coletamos uma amostra da água e fotografamos o rio fora dos limites do parque.

Voltando para a escola, juntamos toda a turma e analisamos as amostras no laboratório de ciências. Nessa análise, comparamos a turbidez da água e o pH das amostras de dentro e de fora do parque. Constatamos que a água da Rua Ocaibi é mais turva do que a água de dentro do parque. E que o pH da água da Rua Ocaibi é maior (entre 7-8) que a da água de dentro do parque (entre 5-6), provavelmente pela presença de sabão e outros produtos lançados no rio.

Após nossa intervenção, realizamos uma exposição para sintetizar os resultados. Concluímos que há mudanças na paisagem, no volume de água, na presença de seres vivos (girinos e peixes), na turbidez da água e no pH da água de dentro e fora do parque. Dessa forma os alunos entenderam que o parque protege o Rio Piraquara mantendo-o em sua condição natural. Já fora do parque, o rio sofre com as ações humanas, uma vez que infelizmente a população não sabe cuidar do rio como deveria.

No final do ano, realizamos ainda uma roda de conversa em sala de aula onde os alunos chegaram à conclusão da importância do parque para preservação do Rio Piraquara. Dentro do parque o rio está protegido, devido as ações de preservação da unidade de conservação e o rio Piraquara mantém sua condição natural. Após a saída do parque, o rio sofre com diferentes ações da população que leva a sua poluição e descaracterização.

No encontro, foi discutido com os alunos algumas medidas que podemos tomar para ajudar na preservação do Rio Piraquara, inclusive contribuindo para a preservação do parque, já que ele é o grande responsável pela conservação do Rio Piraquara.

Algumas atitudes apontadas:

– Respeitar todas as regras do parque quando formos visitá-lo (exemplos: não jogar lixo, não arrancar nenhuma planta e não alimentar os animais);

– Não provocar incêndios, que são os maiores desafios enfrentados pela administração do parque. (exemplos: não fazer fogueiras nem dentro nem fora do parque e não soltar balões);

– Não capturar animais silvestres e ligar para o parque caso apareça algum animal em sua casa. Os guardas-parque são responsáveis pelo resgate e devolução desses animais para a natureza; e

– Divulgar o trabalho dos guardas, curtir e seguir o parque nas redes sociais: @ parqueestadualdapedrabranca

Para tentar impedir que o rio continue sendo poluído fora do parque:

– Não jogar lixo no rio, nem nenhum tipo de resíduo, como esgoto;

– Ligar para os órgãos competentes da prefeitura para realizar serviços de limpeza no rio; e

– Denunciar e realizar reclamações caso ocorra quaisquer atos de poluição ou destruição do rio.

Após essa etapa de conclusões, finalizamos com uma mostra e exposição com o resumo de todas as atividades realizadas no projeto ao longo do ano, com o intuito de compartilhar nossos aprendizados com o restante da comunidade escolar.

A mostra foi montada no pátio da escola com a ajuda de alguns alunos e sob minha orientação. A exposição contou com cartazes produzidos pelos alunos durante o projeto, os trioramas das partes de um rio confeccionados pelos estudantes, registros fotográficos das atividades realizadas e informações sobre os resultados da nossa intervenção.

Montamos também uma maquete representando o Rio Piraquara em sua condição natural e fizemos um painel com todo o lixo coletado durante a trilha do parque para mostrar a importância de preservar o parque e consequentemente o Rio Piraquara. A mostra ficou montada durante as duas primeiras semanas de dezembro para visitação de toda a comunidade escolar: alunos, professores, funcionários e responsáveis.

Chegamos ao fim do projeto com a certeza de que promovemos e desenvolvemos muitos aprendizados, vivenciamos muitas experiências novas e criamos memórias que irão impactar nossas ações futuras em relação à preservação da natureza.

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Cilene
Cilene
8 meses atrás

Parabéns à professora e aos alunos pelo excelente trabalho! Com certeza esses alunos serão multiplicadores de tudo o que aprenderam!

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