Por Marcus Tavares
Os estudantes do 6º ano da Escola Municipal Alcide de Gasperi, localizada em Higienópolis, Zona Norte do Rio, quase não prestavam atenção a um bem público do bairro: o Rio Faria-Timbó. Por conta de tanta poluição, o rio, para grande parte dos jovens, não passava de um espaço de descarte de lixo e entulho. No entanto, desde o início do ano, essa percepção vem se modificando. Ao incorporar no Projeto Político Pedagógico da escola o programa Esse Rio é Meu, direção, professores e estudantes passaram a trabalhar juntos no resgate de um novo papel do rio Faria-Timbó.
O projeto Esse Rio é Meu é desenvolvido em conjunto pela Secretaria Municipal de Educação e pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Prefeitura do Rio, em parceria com a oscip planetapontocom e a concessionária Águas do Rio. O objetivo do programa é engajar escolas na recuperação e preservação dos rios. Cada grupo de escolas da rede pública de ensino do Rio ficou responsável por desenvolver ações em torno de um dos rios da cidade.
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“Quando resolvemos desenvolver o projeto Esse Rio é Meu na escola, decidimos estabelecer estratégias interdisciplinares que pudessem envolver o tema e os conteúdos curriculares de forma a provocar e instigar uma reflexão sobre a importância da preservação e recuperação do nosso rio. E assim foi feito. Logo no início levamos os cerca de 100 estudantes do 6º ano para ‘conhecer’ o rio”, conta Silvia Werneck, coordenadora pedagógica.
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Uma ação planejada envolvendo os professores Tabatha Rayda Mohamed, de Matemática, Rose Elen Vitoriano e Lessandro Dantas, de Geografia, Rubens da Silva, de História, Victor Hugo Dominato, de Ciências, Lívia de Alvarenga, de Língua Portuguesa, e Sarah Helena Mello, de Artes.
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Sob a orientação de Sarah, os estudantes fotografaram alguns trechos do Rio. A professora de Língua Portuguesa auxiliou na escrita das legendas das fotos, objeto de discussão. O professor de História auxiliou na pesquisa sobre o rio enquanto os de Geografia elaboraram um questionário a ser preenchido pelos moradores e familiares sobre o descarte do lixo e a história do rio. Os resultados da pesquisa foram tabulados nas aulas de Matemática, que transformaram as informações em diferentes gráficos.
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“E resolvemos divulgar todo esse trabalho no Instagram da escola. Acreditamos que a linguagem digital tem hoje uma maior adesão junto à população. Então tudo está lá na nossa conta, assim como vídeos que editamos e postamos toda segunda-feira, abordando alguma questão do projeto”, avisa Silvia.
De acordo com a coordenadora, o Esse Rio é Meu tem uma boa repercussão junto aos estudantes e suas famílias, mas trata-se de um trabalho, a longo prazo, de conscientização e repetição. “Um trabalho que não tem um prazo de encerramento. É um processo contínuo de aprendizagem e resiliência”, finaliza.