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Esse Rio é Meu chega a todas as escolas da Prefeitura do Rio: parceria com professores, estudantes e suas famílias

Entrevista com Silvana Gontijo, presidente do planetapontocom,

Por Marcus Tavares

Início de um novo ano letivo e com ele o reinício do programa Esse Rio é Meu nas escolas da Prefeitura do Rio de Janeiro. Só que desta vez, o projeto, iniciado há dois anos, alcança toda a rede de escolas (1556), envolvendo 267 rios.

O programa Esse Rio é Meu é desenvolvido em conjunto pela Secretaria Municipal de Educação e pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Clima da Prefeitura do Rio, em parceria com a oscip planetapontocom e a concessionária Águas do Rio – patrocinadora do programa. O objetivo do programa é inovar metodologicamente a partir da interdisciplinaridade, engajando escolas na recuperação e preservação dos rios. Cada grupo de escolas da rede pública de ensino do Rio ficou responsável por desenvolver ações em torno de um dos corpos hídricos da cidade.

Um desafio e tanto, porém com grande adesão das escolas e um saldo positivo por onde passa, conscientizando diretores, professores, funcionários, estudantes e suas famílias a respeito dos rios da cidade.

Esse Rio é Meu: lei no município do Rio

De acordo com Silvana Gontijo, presidente do planetapontocom, o sucesso do programa é fruto do resultado de diversos fatores, mas principalmente de um processo que responde e respeita as aspirações dos professores, tentando ajudá-los a resolver os problemas do cotidiano escolar e, assim, provocando e instigando a conscientização e a cidadania.

Em entrevista à revistapontocom, Silvana avalia os dois primeiros anos do programa e faz reflexões sobre a importância de acreditar nos sonhos e no ser humano, marca registrada da oscip planetapontocom, criada por Silvana e parceiros e que completa, em julho, 20 anos.

Acompanhe a entrevista:

revistapontocom – Qual é o balanço desses dois anos do programa Esse Rio é Meu?
Silvana Gontijo –
Acho que a principal sensação que tenho é de surpresa, gratíssima surpresa. No início do programa, tínhamos como meta atingir 60% da rede das escolas do Rio. Nunca cogitei 100%. E, agora, em 2024, o programa chega a todas as escolas da Prefeitura do Rio de Janeiro. Isso mostra a força de uma ideia. Em 2024, as 1556 unidades escolares da rede participarão do programa e o número de rios atendidos chegará a 267.

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revistapontocom – O programa vem impactando positivamente o dia a dia de muitas escolas. Qual é o segredo?
Silvana Gontijo –
É resultado da devoção da equipe do planetapontocom. E, é claro, de toda a comunidade escolar e de todos os parceiros. Existe também uma força que vai aumentando com o tempo. À medida que as escolas vão desenvolvendo o trabalho, ele vai sendo disseminado, inspirando outras escolas, trocando ideias e experiências, o programa alcança outros voos. Quando os professores descobrem que podem desenvolver o programa do jeito deles, que não há prescrição alguma metodológica, o programa cresce ainda mais. Quando percebem que a causa é de todos e que podem trabalhar de forma integrada ao projeto político pedagógico da escola e com seus pares, o programa adquire pertencimento. Valorizamos a realidade de cada professor, de cada escola, de cada território. Incentivamos a criatividade e também por isso estamos vendo uma mobilização concreta e que transforma para o bem. É muito, mas muito, gratificante ver essa força agregadora, o que é auspicioso em tempos de tanto ódio. Diversas e diferentes atividades e ações de protagonismo e representatividade foram e estão sendo desenvolvidas e com excelência pelas escolas.

Veja como o programa vem sendo desenvolvido nas escolas

revistapontocom – O programa é uma iniciativa da sociedade civil. Mas, na realidade, não deveria ser uma ação de política pública?
Silvana Gontijo –
Em 2013, quando estive na Dinamarca pude constatar que a mobilização das escolas em torno da recuperação dos rios daquele país fazia parte de uma estratégia política educativa de governo. Como aquilo me impressionou e endossou meu desejo de promover essa ação aqui no Brasil. Sim, aqui partiu da sociedade civil. Mas esse é o caminho, é o nosso caminho de construção da cidadania. Em nenhum país do mundo a consciência pública nasce de uma hora para outra. É uma construção. De certo, na Dinamarca, houve em algum momento uma conscientização da população, talvez tenha havido um planetapontocom que liderou e ou provocou um fenômeno de transformação social para que o país chegasse no patamar que está hoje. Portanto, não é por acaso que as coisas acontecem. Estamos vivendo estágios que outros países já vivenciaram. Somos a única nação do mundo que era uma colônia e virou império. Saímos de um modelo colonial para sermos um império, da noite para o dia. Ganhamos uma ‘independência’ sem ter que lutar por ela. Conquistamos uma ‘abolição’ sem que o povo tivesse exigido. Instauramos uma ‘República’ sem a participação do povo. É uma história civilizatória totalmente construída a despeito do seu cidadão. Uma história marcada pelo impedimento do exercício da cidadania, fruto da tirania e de governos autoritários. O nosso ‘Calcanhar de Aquiles’ é a falta de conscientização do direito. Isso leva tempo e é um processo histórico.

Acesse a plataforma do Esse Rio é Meu

revistapontocom – Um processo bem lento por aqui no Brasil, você não acha?
Silvana Gontijo –
Com certeza, está bem lento mesmo. Neste contexto, desenvolver o Esse Rio é Meu é um grande desafio, mas sou otimista. Penso no presente, no que podemos de fato fazer no agora. Foco minha energia nisso. Estamos fazendo o nosso melhor. A força, na verdade, está em todos nós: na nossa equipe, nossas escolas, nossos professores, estudantes e suas famílias. E em tantos outros parceiros, os conselheiros do planetapontocom, os embaixadores do programa, jornalistas, artista, intelectuais e, acima de tudo, da empresa Águas do Rio, patrocinadora desta iniciativa no Rio de Janeiro, que teve a sensibilidade de perceber a importância do que estamos propondo e fazendo. A semente está plantada. Não é possível negar a importância do que está acontecendo nas escolas, nos territórios, que participam do programa. Talvez, o que eu tenha a transmitir de mais valioso para as novas gerações é o otimismo. Bem como duas outras palavras mágicas: empatia e delicadeza, que fazem total diferença no relacionamento e na construção humana, condições para construir um mundo melhor. E mais uma, não menos importante: a resiliência. Não me canso de divulgar, de apresentar, de defender o Esse Rio é Meu. De lutar pela cidadania, pelo direito de todos. Repito e repito a importância dessa causa quantas vezes for preciso.

revistapontocom – E qual é o objetivo disso tudo?
Silvana Gontijo –
Transformar a educação pública. Trabalhar para que o nosso programa seja adotado em cada município do país. Não precisa ser com o planetapontocom. O que desejo é que cada território tenha o seu projeto. Estou convencida da relevância, do êxito e da performance do Esse Rio é Meu.

Conheça a metodologia do programa

revistapontocom – Hoje o programa acontece junto à Prefeitura do Rio. Há planos de expansão?
Silvana Gontijo –
De fato, temos o Esse Rio é Meu sendo desenvolvido junto às escolas da Prefeitura do Rio. Desde o ano passado, chegamos também a Itabira, em Minas Gerais. O Governo do Estado do Rio está prospectando um acordo com 12 municípios fluminenses, cujos rios drenam para a Baía de Guanabara. Atualmente, temos cinco Termos de Convênios assinados: Cabo Frio e Cachoeira de Macacu (RJ), Jacarei (SP), Paulista e Olinda (PE). Quando penso na realização do programa em outro município vislumbro a imagem das caravelas portuguesas que se lançavam ao mar sem saber onde e como chegar. A ideia de uma nova aventura, de um navegante pronto a desbravar novas águas. Porém, com um detalhe, uma aventura que se revela, desde o início, promissora. É bom deixar claro que o planetapontocom não recebe recursos públicos. Todos os nossos projetos são financiados pela iniciativa privada. Neste sentido, quando um município demonstra interesse em trabalhar conosco, elaboramos um Termo de Convênio, no qual estabelecemos as responsabilidades de cada parte. A partir daí, vamos atrás de recursos da iniciativa privada. 

revistapontocom – Neste ano, o planetapontocom completa 20 anos. O que isso significa?
Silvana Gontijo –
Uma estrada de muitos projetos e ideias. Não imaginava que o planeta chegaria aos 20 anos com tantos trabalhos realizados sob a marca da inovação. Uma iniciativa que acredita no ser humano. O planetapontocom tem como missão desenvolver soluções inovadoras para a educação pública brasileira. Nunca nos afastamos disso. E vamos continuar acima de tudo inovando para melhorar a qualidade da Educação Pública brasileira. 

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