Esse Rio é Meu e a etapa do diagnóstico: quando os estudantes ‘visitam’ o rio in loco

Escolas do Rio iniciam a primeira fase do programa.

Por Marcus Tavares

Uma das primeiras etapas que as escolas são orientadas a desenvolver no programa Esse Rio é Meu é a realização do diagnóstico do rio mais próximo à sua localidade. Inicialmente, os professores são instigados, com seus estudantes, a registrarem o que já sabem sobre o rio e a pesquisar informações que possam ajudar a entender o contexto, os problemas e o cenário em que o córrego se encontra. Todo esse trabalho parte, portanto, de um diagnóstico da realidade e de uma visita da escola ao rio, indispensável.

“É nesta etapa que vamos iniciar uma investigação a respeito do rio. O rio está na superfície? Está canalizado? Qual é a situação do rio? Apresenta algum tipo de problema? Está limpo? Falta, na verdade, um envolvimento maior da comunidade? Em algumas regiões, diferentes escolas vão trabalhar com o mesmo rio, afinal, muitas vezes, o rio passa por diversos bairros e tem trechos que se apresentam de forma desigual”, explica a professora Monica Waldhelm, que integra a equipe do planetapontocom responsável pela formação dos professores.

O projeto Esse Rio é Meu é desenvolvido em conjunto pela Secretaria Municipal de Educação e pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Prefeitura do Rio, em parceria com a oscip planetapontocom e a concessionária Águas do Rio – patrocinadora do programa. O objetivo do programa é engajar escolas na recuperação e preservação dos rios. Cada grupo de escolas da rede pública de ensino do Rio ficou responsável por desenvolver ações em torno de um dos corpos hídricos da cidade.

Nas últimas semanas, várias escolas da Prefeitura do Rio iniciaram as ações do programa, na fase do diagnóstico. E muitas delas foram conhecer de perto o rio mais próximo da unidade escolar. Destacamos, abaixo, três escolas: a Escola Municipal Dunshee de Abranches, localizada na Ilha Governador, Zona Norte do Rio; a Escola Municipal Embaixador Ítalo Zappa, localizada em Vargem Pequena, Zona Oeste do Rio; e a Creche Municipal Silvio Amancio, localizada em Anchieta, Zona Norte do Rio.

Nas três unidades, os estudantes tiveram a oportunidade de ver de perto o rio, canal ou córrego. Momento de reflexões e encaminhamentos para o desenvolvimento do programa ao longo do ano letivo. Confira:

Escola Municipal Dunshee de Abranches, localizada na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio
No dia 29 de março, sob a supervisão da professora Elisabete da Silva Toledo e do professor José Guilherme de Castro Nóbrega, os estudantes da Turma Carioca (8 e 9º anos) foram conhecer de perto o Canal dos Bancários, caminhando até a Praia da Rosa. A atividade chamou a atenção dos alunos e despertou o interesse de outros. Claudiane Carneiro dos Santos, 14 anos, João Victor Oliveira da Silva, 16 anos, e Diana Gomes da Silva, 14 anos, todos do 9º ano, por conta própria, fizeram o mesmo trajeto dias depois. Tiraram fotos e fizeram vários registros. Claudiane redigiu inclusive um texto sobre a experiência de ver o canal de pertinho. Ela compartilhou com a revistapontocom. Leia: “Após sairmos da escola, fomos até o valão e vimos lixos jogados lá. No início ele estava baixo. Mas depois, um pouco mais para frente, o valão estava mais cheio (perto do campinho de futebol). Vimos pneus dentro do valão. A sujeira e o cheiro eram insuportáveis. A água em frente ao colégio estava “normal”, porém quando começamos a andar um pouco mais, vimos ela ficando bem esverdeada. Olhamos e vimos alguns peixes. Fomos até o final do canal para observar mais. Percebemos que ele vai até a praia. Na praia, vimos vários lixos na areia perto da água e dentro dela também. Fomos também até uma pequena vila e vimos as águas do valão por ali, observamos pessoas pulando na água da praia e andamos até a ponte. No início da ponte, tinha mais lixo. Quando voltamos percebemos no valão a presença de um jacaré. É importante a limpeza do valão para que doenças não apareçam. Mas também é importante a conscientização dos moradores de não jogar lixo no valão!”.

Escola Municipal Embaixador Ítalo Zappa, localizada em Vargem Pequena, Zona Oeste
Os estudantes do 5º ano, sob a supervisão da professora Elaine Elias, realizaram uma visita guiada, com observação do trajeto e do entorno do rio, a partir do portão da escola até a margem do Rio Firmino. A experiência mostrou para os alunos o quanto o rio precisa de um olhar mais cuidadoso da comunidade e das autoridades públicas. É preciso recuperar o córrego.

Creche Municipal Silvio Amancio, localizada em Anchieta, Zona Norte
No dia 14 de abril, a escola promoveu uma aula passeio com algumas crianças juntamente com os seus responsáveis e equipe pedagógica para visitar um trecho do Rio Pavuna, localizado na Rua Itajace, em frente à Escola Municipal Lúcio de Mendonça. Ao observar o Rio, as crianças perceberam que o rio está bastante sujo. Aproveitaram e foram até a Escola Municipal Lúcio de Mendonça para entender um pouco mais sobre a situação do rio. Os estudantes conversaram com uma funcionária da escola e moradora do bairro. Souberam que o lixo é descartado no rio pela própria comunidade que mora no entorno, o que causa sérios problemas para a população. Em dias de chuva, o Rio transborda, alagando casas e a escola. Retrato diferente de décadas atrás, quando era possível, inclusive, pescar no rio. Professores e estudantes saíram de lá com o sentimento de que é preciso fazer alguma coisa para salvar o rio.

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