Por Marcus Tavares
No Centro Municipal de Educação Infantil Dinorah Alvarenga, localizado no bairro da Chapada, no município de Itabira, a professora Marcilene do Patrocínio está à frente do programa Esse Rio é Meu, desenvolvido com turmas da Educação Infantil.
Pós-graduada em Pedagogia Empresarial e dinâmicas de grupo e com larga experiência em programas sociais, Marcilene está engajada no projeto Esse Rio é Meu. Desde que o município de Itabira começou a implementar a proposta em diferentes unidades, Marcilene vem promovendo atividades e ações de engajamento das crianças da Educação Infantil e de seus responsáveis.
O programa Esse Rio é Meu é desenvolvido em conjunto pela Secretaria Municipal de Educação e pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Prefeitura de Itabira, em parceria com a oscip planetapontocom e a Fundação Vale – patrocinadora do programa. O objetivo do programa é engajar escolas na recuperação e preservação dos rios. Cada grupo de escolas ficou responsável por desenvolver ações em torno de um dos corpos hídricos da cidade
Leia abaixo o relato de experiência da professora Marcilene do Patrocínio
Meu nome é Marcilene do Patrocínio do Centro Municipal de Educação Infantil Dinorah Alvarenga. Sou a professora focal responsável pelo projeto Esse Rio é Meu (Erem). O programa foi desenvolvido de forma lúdica devido a idade das crianças: cinco anos. Iniciamos o projeto em abril. Para começar, fizemos um trabalho de incentivo para que as crianças fossem envolvidas. Houve uma roda de conversa bem animada, convidando as crianças a participarem.
De imediato, planejamos uma visita ao córrego da Chapada. Primeiro só com professores para analisar o acesso e as características do curso d’água, para depois ver meios de levar as crianças. Depois, na segunda visita, levamos as crianças. Elas conheceram o curso. Seguimos todo o percurso do curso do rio que pudemos. Pelo caminho, as crianças foram fixando cartazes de conscientização do meio ambiente para que a comunidade percebesse o envolvimento da escola junto ao projeto e participasse também da recuperação e preservação do córrego.
No caminho de volta, recolhemos um dos recursos que córrego oferece: a argila. Com a argila, fizemos modelagem e pintura de vários objetos que serão expostos em uma exposição que estamos planejando. E de volta à sala houve uma profusão de atividades.
Os estudantes fizeram um desenho de observação do córrego. Produziram novos cartazes com pinturas e dobraduras da imagem do córrego. Pesquisaram nos mapas disponíveis a localização da escola e do córrego próximo. Elegeram dois estudantes da sala que assumiram a função de protetores do córrego. Listaram a relação dos animais que viviam no entorno do rio. E desenvolveram poemas, elegendo um para representar a turma.
Fizemos também um abaixo-assinado, envolvendo as famílias das crianças. A ideia é que toda a população – família, vizinhos e amigos – assine e se engaje no cuidado do córrego e no projeto Esse Rio é Meu. Já conseguimos 500 assinaturas. Ao mesmo tempo, produzimos um questionário para que os responsáveis nos ajudem com seus conhecimentos do passado sobre o rio. Convidamos, inclusive, o avô de um dos alunos, que mora próximo ao córrego por 40 anos, para nos dar uma entrevista.
Em todas nossas ações, aproveitamos o contexto do projeto para promover atividades de produção e interpretação de texto, bem como de leitura e desenvolvimento da oralidade. Os estudantes produzem convites, cartazes, questionários e poemas. Isso tudo sem deixar de lado a oralidade, presente em cada etapa. Volta e meia os estudantes trazem de casa figuras de rios e águas limpas e poluídas. Colo todas no livro – O livro do EREM – do projeto para incentivar que continuem no engajamento
Iniciamos, recentemente, um trabalho com os personagens da Turma do Planeta, criado pelo planetapontocom. Faremos uma galeria de todos os personagens com descrições em cartazes. Já conhecemos cada um assistindo aos vídeos no site. Estamos agora ensaiando uma apresentação da música da Turma do Planeta. Gostamos muito do personagem Jequitibá que é característico do Brasil.
A participação dos pais está muito animadora. A comunidade sabe do projeto, sabe da importância de cuidar dele, sabe da necessidade de desenvolvermos ações concretas. As crianças estão se superando em chamar atenção da família. Quase todos os dias chega uma aqui dizendo que falou para alguém cuidar do córrego e quando vê alguém jogando lixo chama atenção. Em paralelo, estamos em contato com os órgãos responsáveis para ações práticas no córrego a começar pela instalação de uma placa de identificação do córrego.
Vamos fazer uma apresentação aos pais de todas as nossas ações na escola no dia 15 de julho. Inclusive com apresentação musical e poesia. Convidaremos a comunidade. Estamos aprendendo que nunca podemos subestimar nossas crianças. Elas têm um potencial muito grande de chamar atenção para um problema na e da comunidade com trabalhos responsáveis na escola. Para finalizar, gostaria de agradecer o apoio da coordenadora pedagógica da escola, professora Ada Lúcia Jácome. Uma valiosa contribuição para o sucesso do projeto.
