Tenho 13 anos e nenhum dos meus amigos usa o Facebook

Leia o texto da menina Ruby Karpdo que circulou nas rede sociais e obteve mais de 45 mil opções "compartilhar".

 

Por Ruby Karpdo, do Mashable
13 anos, mora em Nova York e está tentando descobrir como sobreviver ao ensino médio. Você pode encontrá-la no Twitter em @rubykarp, no Tumblr (
the-perks-of-being-ruby.tumblr.com) ou em artigos semanais para o HelloGiggles (hellogiggles.com/author/ruby-karp).

Sou uma adolescente que mora em Nova York. Todos os meus amigos têm redes sociais –Instagram, Vine, Snapchat etc. Quando eu era mais nova, só falava sobre o Facebook. “Mãe, quero um Facebook!”, e outras queixas que só uma mãe suporta.

Mas agora, aos 13 anos, venho percebendo algo de diferente. O Facebook vem perdendo os adolescentes recentemente, e acho que sei o motivo.

Parte da razão para que o Facebook esteja perdendo a atenção de minha geração é que existem outras redes agora. Quando eu tinha dez anos, ainda não tinha idade para um Facebook.

Mas uma coisa mágica chamada Instagram havia acabado de aparecer –e nossos pais nem faziam ideia de que houvesse uma idade mínima para inscrição. Meus amigos todos logo tinham Instagrams.

Agora que temos idade suficiente para um Facebook, não queremos mais. Quando chegou o momento em que estávamos autorizados a ter um Facebook, todos estávamos obcecados com o Instagram.

Isso me conduz ao ponto seguinte. Ainda que eu tenha Facebook, nenhum dos meus amigos tem. Eles acharam que ter um seria perda de tempo.

Decidi ter uma conta no Facebook para descobrir qual era a graça do site. Logo descobri que o Facebook é inútil se você não tem amigos lá. Meu único amigo no site é, tipo, minha avó.

OI, BONEQUINHA’

Adolescentes são seguidores. É isso que somos. Se todos os meus amigos estão baixando uma coisa nova e bacana chamada Snapchat, é isso que eu quero também!

Todos os nossos pais e os amigos de nossos pais têm Facebook. Não é só por eu receber ocasionais mensagens do tipo “oi, bonequinha”. Mas meus amigos postam fotos que me colocam em encrenca com os pais.

Digamos que eu seja convidada a uma festa e haja menores bebendo lá. Eu não estou bebendo, mas alguém pega a câmera. Mesmo que eu não esteja com um copo na mão, talvez seja fotografada por trás de uma menina que está bebendo algo forte. Mais tarde naquela semana, um idiotinha decide postar fotos da festa “maravilhosa”.

Se minha mãe me visse em uma festa com pessoas bebendo, mesmo que eu não estivesse, eu estaria morta. Isso não é culpa do Facebook, mas acontece lá.

O Facebook também causa muito bullying no ensino médio. A molecada faz comentários malvados em uma foto sua, ou envia mensagens malvadas. Não é culpa do Facebook, mas, uma vez mais, é algo que acontece lá.

Se minha mãe ouvisse dizer que estou sofrendo bullying no Facebook, me forçaria a sair da rede na hora.

Quando eu era mais nova, minha mãe tinha Facebook. Eu entrava sempre, para resolver charadas, jogar etc. O Facebook era algo único. Era um grande sucesso, mas não deixava de ser cool por isso.

Com o passar dos anos, eu sempre quis um Facebook só para mim. Mas, quando abri minha conta, tudo começou a mudar. Havia coisas demais acontecendo. A mudança do velho Facebook para o modelo Timeline aconteceu muito repentinamente.

Basta ver algo como o Twitter –eles têm, tipo, quatro botões. As pessoas gostam mais de um design mais “simples”.

PROPAGANDA

O Facebook também se tornou uma grande ferramenta de marketing. O site toma seus interesses com base naquilo que você tenha “curtido” e veicula anúncios na sua página. Não quero ofender, mas, quando estou olhando meu Feed de notícias, não quero realmente saber sobre o novo produto da Pantene.

Não é mais o Facebook que existia quando eu tinha sete anos. Ficou complicado –a realidade é que “nós gostávamos dele como era. Por que vocês estão mudando tudo?”

Em resumo, o Facebook está se esforçando demais. Os adolescentes odeiam quando as pessoas se esforçam demais; isso causa rejeição. É como quando minha mãe me diz para não fazer alguma coisa –eu imediatamente sinto que devo fazê-la. E, quando ela me força a fazer alguma coisa, eu não tenho a menor vontade.

Os adolescentes gostam de aderir às coisas por vontade própria. Se você fica esfregando os novos recursos do Facebook na cara deles, eles se irritam e encontram novas mídias sociais.

O Facebook precisa dos adolescentes, porque em breve seremos nós as pessoas que o manterão. E os adolescentes sabem disso, o que os incomoda.

Eu amo o Facebook, de verdade. Espero que eles se recuperem e atraiam o pessoal da minha idade. Acho que a ideia do site é ótima, e desejo toda sorte a eles.

Tradução de Paulo Migliacci. 

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