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Sonhando alto

Por Lucas França
Estudante do Colégio Estadual José Leite Lopes – Nave

Foi lá para o fim de agosto que eu e mais dois amigos, todos estudantes do curso de Roteiro para Mídias Digitais, do Colégio Estadual José Leite Lopes – Núcleo Avançado em Educação (Nave), passamos por uma experiência transformadora. Fui convidado pelo meu amigo Victor Hugo Liporage para gravar um minidocumentário sobre a visão do adolescente em relação à separação dos pais. Chamamos a Cinthia Martins para completar a equipe e assim o projeto tomou forma. Corremos atrás de câmera, locação, documentação e pronto, começamos o processo.
Até então, eu não sabia o que esperar. Fizemos a seleção dos entrevistados, estudantes do meu próprio colégio, e partimos para uma conversa inicial com cada um, para sabermos se havia alguma coisa que não deveria ser falada ou apresentada no produto no final. Já nesta etapa, me emocionei bastante e acabei me envolvendo com as histórias. Os entrevistados se doaram muito. Foi bonito ver a realidade sendo contada.

Escolha feita, partimos para a gravação. Câmera preparada, anotações em mão e tudo pronto. Nove estudantes foram entrevistados. Conforme as pessoas ganhavam confiança e se sentiam confortáveis, mais histórias contavam e externavam seus sentimentos de maneira simples, porém repletos de veracidade.

Esses momentos me transformaram pois sofri um choque de realidade. Pai homossexual que separou da mãe para viver outro relacionamento. Padrasto que “não vai com a cara” do enteado. Falta de compreensão dos responsáveis. Histórias reais e tensas. Histórias vividas por estudantes/pessoas que passam por mim no corredor da escola, que batem papo comigo na fila do almoço.
Ter participado da produção do documentário “Terceira Pessoa” (é este o nome do curta), foi e é gratificante. É meu primeiro “filme”. Não sei se foi tão válido me envolver tanto. Mas, se eu cresci e me tornei uma pessoa melhor ao ouvir as histórias, acho que devo estar no caminho certo.

Ah, tem duas coisas para ressaltar. A primeira é que o nome “Terceira Pessoa” foi escolhido, pois queremos reforça a ideia de que o adolescente é o último a ser ouvido e levado em conta no processo de separação. Ele, fruto daquele relacionamento que um dia conheceu a afeição, é jogado para o lado e não possui, tirando o acompanhamento psicológico, momento para desabafar. O adolescente é o ponto chave.

A segunda coisa é que resolvemos ser um pouquinho “ousados” e colocamos o documentário para participar do Mostra Geração 2015, a vertente juvenil do Festival do Rio de Cinema. Enfim, o filme foi selecionado e será exibido no cinema, dia 8 de outubro, no Oi Futuro Ipanema. Amo histórias, estou aprendendo a amar cinema. Ronaldinho Gaúcho, ao ser perguntado sobre a fase do Flamengo no campeonato de 2011, disse: “Estão deixando a gente sonhar”. Acho que a mesma coisa está acontecendo conosco. Sonhemos alto, então.

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