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Sem autoridade

No que se transformou a relação professor-aluno? Leia e comente.

Por Marcus Tavares

No que se transformou a relação professor-aluno? Numa sociedade em que todas as informações estão no Google, em que o professor já não é mais o único detentor do conhecimento e em que crianças e jovens são incentivados a ser cada vez mais autônomos, parece que a figura do professor perdeu o espaço de autoridade. Espaço de reconhecimento de seu valor enquanto profissional/estudioso de uma área do conhecimento.

Não sou contrário à era do Google, ao compartilhamento das informações, e muito menos a dar vez e voz aos jovens, mas acredito que muitos professores foram sendo colocados num sem-lugar. Não só professores, mas os adultos de uma forma geral frente à juventude.

Se em casa assistimos a cenas de jovens que, cada vez mais, afrontam pais, determinam e impõem suas vontades sem nenhum respeito, o que podemos esperar da relação professor-aluno? Hoje a sala de aula tornou-se um espaço onde o docente tem grande dificuldade de exercer autoridade (por favor, não vamos confundir com autoritarismo). Exemplos práticos: os estudantes ignoram sua presença, não cumprem prazos na entrega dos trabalhos, querem impor sempre a sua vontade no ritmo e na condução da aula.

Não posso generalizar. Outros leitores dirão que os jovens sempre foram assim, testaram os limites do professor. Concordo. Mas não podemos negar que essa relação está mais complexa. Outro grupo culpará os professores por tal cenário. Afirmarão que o ‘mestre’ é que não sabe lidar com os adolescentes, que não tem pulso. Mas se a família muitas vezes não tem esse pulso firme, é a escola que vai conseguir?

Ela deve tentar. Mas alguns professores já jogaram a toalha. Desistiram da ideia de conquistar, construir uma relação com os estudantes. Relacionam-se com aqueles que ainda estão interessados na troca, no diálogo, na aprendizagem. Outros continuam na busca e vêm conseguindo lidar com a atual geração, mas vivem antenados para qualquer imprevisto que possa dificultar o relacionamento e colocá-lo por água abaixo.

Muitas vezes idolatramos a geração dos jovens, a primeira a poder criar, produzir e distribuir informação. Mas a primeira, talvez, que é criada sem ter nos adultos (pais e professores) referências e valores. Será que estou sendo muito radical?

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MARICELSO RIBEIRO
9 anos atrás

NÃO HÁ RECEITA PRONTA

Não existe RECEITA PRONTA para ser pai/mãe/professor principalmente nas questões relacionadas a LIMITES e INDISCIPLINA na casa ou na escola. Vivemos num país laico e democrático, no entanto REGRAS e LIMITES nos são impostos em todos os setores da sociedade, definidos por diversas leis. No MUNDO REAL essa história que vamos ser MEDIADOS por alguém e que nem percebemos é uma fábula, METAS são impostas e na LINHA de PRODUÇÃO tem que haver RESULTADOS. Não há dúvida que o melhor SISTEMA de se viver seria o ANARQUISMO, se cada um soubesse o seu VERDADEIRO PAPEL na sociedade.

Nas palavras da anarquista L. Susan Brown:
“Embora a compreensão polular de anarquismo seja de um movimento violento anti-estado, o anarquismo é uma tradição muito mais sutil e delicada do que a simples oposição ao poder governamental. Os anarquistas se opõem à idéia de que o poder e a dominação são necessários para a sociedade, e por isso defendem formas mais cooperativas e anti-hierárquicas de organização econômica, politica e social.” [The Politics of Individualism, p. 106]

Entendo que o professor do século XXI jamais deve abrir mão da sua AUTORIDADE e da DISCIPLINA EM SALA DE AULA. Nem por isso esse mestre da educação deixará de ser lembrados pela sua bondade, pela sua compreensão, por seu amor à educação. Como educador não é mais DONO DO SABER, mas aquele que auxilia o seu aluno na CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO, sempre reflexivo e na busca constante de aperfeiçoamento, principalmente nesta ERA TECNOLÓGICA. É neste contexto que aluno percebe um ambiente de oportunidade de crescer e aprender num convívio prazeroso e gratificante.

Portanto, insisto, nem tanto ao céu ou a terra. O inferno que a INDICIPLINA pode causar em sala de aula, NINGUÉM MERECE. Professor é professor e aluno é aluno. A capacidade e a AUTORIDADE do professor devem nortear o sucesso do processo ensino aprendizagem.

No discurso de Bill Gates, a seguir, tudo fica evidente e mais esclarecido sobre muitas coisas, ou seja, não precisa ser um grande filósofo para perceber que NA VIDA REAL HÁ REGRAS, DISCIPLINA e AUTORIDADE.

Vocês estão se formando e deixando os bancos escolares, para enfrentarem a vida lá fora. Não a vida que você querem, não a vida que vocês sonharam ter, a vida como ela é. Vocês estão saindo de um mundo educacional que está pervertendo o conceito da educação, adotando um esquema que visa proporcionar uma vida fácil para a nova geração. Essa política educacional leva as pessoas a falharem em suas vidas pessoais e profissionais mais tarde. Vou compartilhar com vocês onze regras que não se aprendem nas escolas:

Regra 1: A vida não é fácil. Acostume-se com isso.

Regra 2: O mundo não está preocupado com a sua auto-estima. O mundo espera que você faça alguma coisa de útil por ele (o mundo) antes de aceitá-lo.

Regra 3: Você não vai ganhar vinte mil dólares por mês assim que sair da faculdade. Você não será vice-presidente de uma grande empresa, com um carrão e um telefone à sua disposição, antes que você tenha conseguido comprar seu próprio carro e ter seu próprio telefone.

Regra 4: Se você acha que seu pai ou seu professor são rudes, espere até ter um chefe. Ele não terá pena de você.

Regra 5: Vender jornal velho ou trabalhar durante as férias não está abaixo da sua posição social. Seu avós tinham uma palavra diferente para isso. Eles chamavam isso de “oportunidade”.

Regra 6: Se você fracassar não ache que a culpa é de seus pais. Não lamente seus erros, aprenda com eles.

Regra 7: Antes de você nascer seus pais não eram tão críticos como agora. Eles só ficaram assim por terem de pagar suas contas, lavar suas roupas e ouvir você dizer que eles são “ridículos”. Então, antes de tentar salvar o planeta para a próxima geração, querendo consertar os erros da geração dos seus pais, tente arrumar o seu próprio quarto.

Regra 8: Sua escola pode ter criado trabalhos em grupo, para melhorar suas notas e eliminar a distinção entre vencedores e perdedores, mas a vida não é assim. Em algumas escolas você não repete mais de ano e tem quantas chances precisar para ficar de DP até acertar. Isto não se parece com absolutamente NADA na vida real. Se pisar na bola está despedido… RUA! Faça certo da primeira vez.

Regra 9: A vida não é dividida em semestres. Você não terá sempre férias de verão e é pouco provável que outros empregados o ajudem a cumprir suas tarefas no fim de cada período.

Regra 10: Televisão não é vida real. Na vida real, as pessoas têm que deixar o barzinho ou a boate e ir trabalhar.

Regra 11: Seja legal com os CDF´s – aqueles estudantes que os demais julgam que são uns babacas. Existe uma grande probabilidade de você vir a trabalhar para um deles.”

Joao Costa
Joao Costa
9 anos atrás

Não está sendo radical. Está sendo sincero, quando muitos Pedagogos que escrevem teses, matérias não são. Somente quem vive a verdadeira realidade de uma escola pública entende o que é exposto aqui. Parabéns pela sinceridade; é preciso hoje debatermos sim, a relação de autoridade professor x aluno, familia e filhos, pois senão vamos continuar perdendo gerações de jovens para o crime.
Mas enquanto isso, vamos ai continuando a serviço do Estado, do Municípios estudando pedagogos que nunca entraram numa sala de aula, letramentos quando nossos alunos ainda estão na fase da alfabetização, mas já cursando a quinte série em diante. Poucos querem ir ao debate sério, e ai continuamos neste faz de conta absurdo em nosso País.

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