‘Estou e estarei na luta. Dou o meu melhor e creio em dias melhores, mas fácil não é’ 

Lidiane da Silva Noguêz – Rio Grande do Sul
Professora de Educação Infantil e de Geografia
Escola Gonçalves Dias – Zona Rural, Canguçu

Sinceramente, vou dizer que estamos esgotados, não bastasse todas as cobranças, pouco caso dos governantes e pressões de todos os lados, agora precisamos conviver com a insegurança, temos que acalmar os pais com diálogos que nem a nós próprios convencemos completamente.
As famílias querem de nós garantias que seus filhos estarão seguros, mas, por outro lado, não fazem sua parte e deixam os filhos “serem criados” por celulares.

Não sei se é geral, mas aqui ainda estamos sofrendo os reflexos do ensino remoto. Temos em torno de quatro níveis por turma. A escola precisa ser atraente, competindo com o mundo tecnológico, para isso tentamos de tudo e haja criatividade. Mas não nos basta preparar uma aula que supere todas as expectativas, a pressão é tanta que diariamente duvidamos de nossa capacidade.

Trata-se de um desabafo. Porque acredite, meu amigo professor, se eu não acreditasse na nossa causa eu já tinha rasgado meu diploma e procurado fazer qualquer outra coisa. Estou e estarei na luta. Dou o meu melhor e creio em dias melhores, mas fácil não é. Vejo colegas desanimados, vejo gente trabalhando a base de remédios. Tem muito profissional que chegou cheio de vida e está beirando a loucura e o poder público não está nem aí para nós.

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