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O segredo da caverna

Livro de Wagner Bezzera, O Segreo da Caverna, faz uma análise do Mito da Caverna, de Platão, aos dias de hoje. Confira a crítica de Rafael Leon.

Por Rafael Leon
Estudante de comunicação social e estagiário da revistapontocom. Ex-aluno do NAVE

O Segredo da Caverna (Cortez Editora), de autoria de Wagner Bezerra, é um livro infantil que associa a história do Mito da Caverna, de Platão, escrito há quase 2500 anos, ao estilo de vida que temos hoje. Estilo de vida marcado pelos meios de comunicação, principalmente a TV e a internet. A história é uma fábula sobre os habitantes de uma caverna que, aprisionados pelo cruel Doxa, não conhecem o mundo exterior, algo inimaginável. Conhecem somente as ‘sombras’ impostas por Doxa como a única realidade existente.

O autor tem a intenção de comparar a realidade vivida pelos prisioneiros da caverna com a que vivemos hoje. Uma realidade muito limitada, imposta pelos meios de comunicação que veiculam uma programação pobre culturalmente que não é questionada pela maioria das pessoas. Realidade imposta desde as gerações mais antigas, na qual as pessoas já nascem aprendendo que algo é assim porque é assim, sem explicações nem questionamentos.

Wagner Bezerra faz uma reflexão sobre os indivíduos que estão conectados 24 horas aos veículos de comunicação, sem se preocuparam em procurar uma programação sadia nem novas “realidades”. Indivíduos, portanto, que se satisfazem apenas com o que vêem, crendo que aquela é a única visão correta das coisas.

O autor compara Doxa com a mídia em geral. Doxa apenas se importa com sua opinião e não quer que os prisioneiros descubram qualquer outra realidade. O escritor cita como exemplo uma grade de programação que não respeita às crianças e exibe cenas de violência, sem se importar qual horário é mais adequado para divulgá-la. Também fala sobre os vários produtos supérfluos, completamente desnecessários, mas que ao serem veiculados pela mídia provocam o desejo de comprá-los.

Na fábula, a jovem Episteme é uma das prisioneiras da caverna que resolve procurar por algo a mais. Episteme se liberta das correntes e acaba descobrindo novas formas e realidades. Ela consegue sair da caverna, liderando seu povo. Nos dias atuais, Episteme seria a bandeira da qualidade da programação da TV, a bandeira do acesso a outros bens culturais, como livros, cinema, teatro, internet, escola e outros espaços de socialização e conhecimento. Para o autor, não devemos ignorar a mídia, mas devemos ser mais críticos em relação ao conteúdo que nos passam, não nos contentando passivamente com qualquer programação dita de qualidade, quando, na verdade, não passa de lixo midiático.

No Mito da Caverna, Platão conta que os acorrentados não acreditarão no libertado, dizendo que ele apenas está tentando iludi-los. Se o libertado insistir, corre o risco de ser morto por aqueles que estão presos, justamente por não aceitarem que existe uma realidade diferente daquela. Na fábula de Wagner Bezerra, o fim da história fica a critério do leitor. Mas partindo de bons argumentos e uma discussão sadia, o autor acredita que podemos convencer e mostrar para aqueles que estão iludidos pelas “sombras” que há um mundo muito maior de sabedoria e conhecimento.

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Joana
Joana
9 anos atrás

A escola indicou pro meu filho,estou tendo dificuldade de encontrar
Onde conseguir

Orfeu Xavier
Orfeu Xavier
10 anos atrás

Tambem penso desta forma, achavam que eu estava viajando na maionese, pelo visto nao sou só eu. Parabéns ao autor deste livro penso também em fazer algo para atingir a inteligência das crianças. Parabens.
Orfeu Xavier.

carol
carol
10 anos atrás

obrg me ajudou muitissimimo

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