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Indiferença e desinformação

Os jovens e a política. Como se dá esta interação? Seriam os estudantes alienados?

Por Marcus Tavares
Publicado originalmente no Jornal O DIA

Enquanto o Brasil para por conta da Copa do Mundo, o calendário das eleições de 2014 se aproxima. Quando você, leitor, se der conta, espero que não tenha nenhuma surpresa. O cenário político — seja no plano federal ou estadual — está bastante confuso, e os desdobramentos, acredite, imprevisíveis. Neste contexto, um dado chamou, recentemente, a atenção da imprensa: somente 25% dos jovens de 16 e 17 anos tiraram o título de eleitor e, portanto, poderão participar das eleições deste ano. Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que revela que o percentual vem caindo historicamente.

Responda: o baixo número de adesão significa indiferença ou protesto (lembre-se de que o voto para esta faixa etária não é obrigatório)? Acho que deve ser uma mistura dos dois. Fruto de uma descrença geral e unânime na política e, principalmente, nos políticos brasileiros, que contamina, cada dia que passa, não só os adultos, mas também os próprios jovens.

Alienados? Não. Esqueça essa palavra. Isto, eles não são. Podem ser, sim, desinformados. Afinal, quem discute política com esta geração? Quem, de fato, dá espaço, tempo e voz e propõe um diálogo sobre o tema? Os partidos políticos falam com os jovens como potenciais eleitores, como de fato são. Pouco importa a formação histórico-social e política deles. A imprensa parte do princípio de que todos — incluindo os adolescentes — conhecem a cartilha da política, desde a organização partidária brasileira até a divisão dos poderes nos três níveis governamentais. Ledo engano. Não sabem. E isso é triste. Estamos negligenciando um direito dos cidadãos, dos jovens, conquistado na Constituição de 1988.

O resultado da equação é simples: se não há trocas, discussões, explicações e aprofundamentos, não há interesse. Isso é óbvio. E é, como se vê, mensurado. Por que então todo este espanto com o percentual de 25%? Talvez, a porcentagem esteja até alta demais para a pouca ou nula aproximação que se faz com os adolescentes. É isto o que os dados revelam: a indiferença que a sociedade, como um todo, tem para com os jovens. Seria política assunto de adulto?

Diante deste quadro, o que fazer? Instituições governamentais têm algum projeto? A mídia planeja ações? Os partidos políticos pensam em alguma atividade contundente? Nada, nada. Pois é, é a escola, talvez, o único espaço e cenário possível para uma aproximação. Se a escola do seu filho(a) tomar esta discussão para si, comemore e apoie. Se não, proponha.

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