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Equilíbrio emocional

Salas lotadas, brigas, plágios, faltas, indisciplinas, indiferenças e enfrentamentos testam a todo o momento o limite emocional dos professores.

Por Marcus Tavares
Editor da revistapontocom

Participei, recentemente, de um debate sobre a seleção de professores para o magistério.  Um dos principais pontos discutidos: os pré-requisitos. Experiência, conteúdo, conhecimento, segurança etc. Enfim, tudo o que se espera de um bom profissional. Mas na lista havia um item que me chamou atenção: equilíbrio emocional.  Ora, para exercer qualquer profissão e, em princípio, para conviver em sociedade, todas as pessoas não têm que ter equilíbrio emocional? Se isto é uma das prerrogativas, por que destacá-la?

Bem das duas uma: ou cresce – o que não é de se espantar – o número de pessoas que estão desequilibradas emocionalmente e não faltam justificativas da ordem social à econômica, ou, então, a profissão está cada vez mais testando a paciência e o controle daqueles que optam pela carreira.

Pensando bem, talvez, as duas explicações se somem. Como não se desequilibrar emocionalmente no dia a dia em que estamos diante de tantas pressões, responsabilidades, compromissos e desafios, seja no trabalho ou em casa? É difícil manter a calma. E o que dizer da sala de aula? Salas lotadas, brigas, plágios, faltas, indisciplinas, indiferenças, enfrentamentos testam a todo o momento o limite emocional dos professores. Não, não é fácil, seja no Ensino Infantil, Fundamental, Médio ou Superior.

Você leitor perguntaria: mas isso tudo não faz parte do universo do trabalho do professor? Sem dúvida, porém o fato é que este cenário ocupa cada vez mais o tempo da sala de aula em vez do ensino propriamente dito, da troca de conhecimento. O ambiente escolar assume mais e mais outros papéis, como a educação de valores. É também seu dever, mas conjugado com o da família, o que pouco se vê na prática. Não é à toa, portanto, que aumenta o número de professores que pede afastamento por motivos de saúde, desencadeados pela agressividade dos alunos.
Não estou criticando a profissão nem lamentando. Dar aula é muito interessante e gratificante. Mas haja equilíbrio emocional.  Nos dias de hoje, pré-requisito sine qua non.

Fonte – Jornal O DIA

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Abelardo P. Santiago
Abelardo P. Santiago
10 anos atrás

Um certo advogado, cujo nome só lembro de um sobrenome, Tancroso, disse que “todo o homem é dotado de talento, que bem direcionado é levado ao sucesso”. Isso tem lá suas verdadades pedagógicas. Todavia, é mister que tenhamos claro que a educação é um processo pelo qual o homem adquire mais que conhecimentos acadêmicos. Por exemplo, os valores permanentes como responsabilidade, respeito, disciplina social e individual, sentimento de gratidão, solidariedade e amor, são relegados a segundo plano em favor de conteúdos factuais, quando deveríamos estar voltados aos conteúdos procedimentais, conceituais e atitudinais para os quais muitos de nós professores não estamos preparados, especialmente quandp não sabemos distinguir o que é dificuldade de aprendizagem e os diferentes tipos de aprendizagem. Por isso, meu prezado colega, precisamos de capacitação constante diante deste novo aluno, que carece de ensino de qualidade, que permita ao aluno entusiasmar com dinãmicas e estratégias pedagógicas capaz vibrar tanto o professor quanto o aluno. Quando digo, novo aluno, quero dizer, que hoje temos um corpo discente muito mais crítico e participante de um mundo tecnológica que dá instrumentos que tornaram nossas aulas uma chatice.

Luiz Carlos Gomes Silva
Luiz Carlos Gomes Silva
10 anos atrás

Então, é instigante este assunto, já que é uma busca incessante de todos em acharem um caminho para solucionarmos este problema que se agrava a cada dia!!! E o que fazer? Todos buscamos resposta, e que muitos respondem através da psicologia da educação e de outras tantas fontes. Mas o problema é crescente e parece não ter solução nos moldes que o grande contingente de professores e alunos estão nas redes públicas de ensino. Poe desconhecimento das causas verdadeiras, os governantes insistem e continuar numa política burra de construção de uma sociedade acrítica. a educação democrática nos parece ser a mais eficiente diante tal quadro. mas, para isto é preciso passar por várias etapas, e a maior é a capacitação dos professores.
Agora, a causa ainda vai ficar sendo encoberta, já que a humanidade desconhece a mesma. Se somos seres inteligentes fazendo uma etapa evolutiva neste planeta, e então porque não conseguimos entender qual é a nossa rela composição física e intelectual? Na verdade somos um composto de força e matéria, sendo a força o princípio inteligente que comanda a matéria, ou seja o corpo físico. Assim, quem pensa então? AH, parece o espírito ou a mente. Assim, estamos presos num paradigma velho e antiquado que á o materialismo que cega e embrutece os seres humanos. Então, quem interessa que estes saberes não venham incomodar as pessoas? então, se queremos mudar este estado de coisas , teremos que por nossa mente para pensar uma saída, já que o que pensamos fica gravado indelevelmente na atmosfera , que se torna um oceano fluídico, onde os pensamentos afins se encontram, fazendo este inconsciente coletivo.

samuel da silva alencar
10 anos atrás

Iniciei miha carreira docente em 1992, de lá pra cá, foram muitos os entraves; do alcoolismo à separação familiar, descambando na falência financeira. Tratei-me do problema com o etilismo… Atualmente, dependo única e exclusivamente do que me restou: 1 cadeira de professor e a perspectiva de novos horizontes. Agora, descobri que deveras gosto da profissão; portanto, por ela vou até o fim dos meus dias, aprendendo e ensinando a ser útil e melhor para minha comunidade…Tolerância!…”Mudar é preciso…sempre!”

José Vieira de Souza Filho
Reply to  samuel da silva alencar
10 anos atrás

Olá Samuel, temos algo em comum, o gosto de ser professor – não o estar professor. Neste respeito muito mais do que mudar, acredito que temos de nos redescobrir, sempre.

samuel da silva alencar
Reply to  José Vieira de Souza Filho
10 anos atrás

Sábias palavras… Novos horizontes despontarão!…Obrigado!

paty
paty
12 anos atrás

Olá a Todos educadores

Ser educador não é fácil, mas acredito que em tantas outras profissões não deva também ser fácil, como muitas vezes se pensa.Já fui bancária e vendedora antes de ser educadora e acho que todas as profissões são e serão cada vez mais exigidas; Cada uma em um aspecto. Escuto frequêntemente a fala de nossos colegas como vítimas. Não podemos nos colocar nesta posição! Todo seguimento social está degradado, não está fácil para ninguém! Nós professores sentimos diretamente , pois estamos no “olho do fucação”, lidando com jovens sem perspectiva , mesmo com todo assistencialismo. Não há família Brasileira que esteja intacta. Há inúmeros problemas: separações, falta de atenção dos Pais ( porque trabalham fora), muitos adolescentes fazem o papel da própria mãe, quando a mesma está enferma, algumas vivem com um salário mínimo , entre outros problemas. Como todos os brasileiros, inclusive o professor.
Ora, nos livros de grandes pensadores da Educação, a criança e ou adolescente tem de passar esta fase brincando ou tendo outras atividades para sua idade, mas não é a realidade. Então, temos inúmeros adolescentes e crianças queimando suas fases e se tornando um adulto sem limites ou sem perspectiva. Esta é a realidade! Muitos ex-alunos que encontrei e que faziam bagunça, brigavam, hoje se arrependem de ser um adulto sem instrução e sem perspectiva. E aqueles que ouviram, chegaram lá! Tenho ex-alunos que já estão trabalhando na mesma escola em que eu lhe dei aula e hoje trabalham comigo. Eles serão os profissonais do amanhã; bons ou não! Logo estarão ao nosso lado no mercado de trabalho. Os que são da escala social mais alta dirigirão algo e os que são da mais baixa , farão o serviço menor e obdecerão as necessidades do mercado de trabalho com poucos avanços. Terão suas famílias e colocarão os seus filhos em escolas públicas. O professor precisa observar bem a situação que é bem mais complexa do que o problema específico do professor. Todos estamos no mesmo barco! Se virar, nós também podemos nos afogar! Não estou defendendo a indisciplina e muito menos a intolerância! Todos nós temos que ser tolerantes! Ou não teremos solução! O discurso precisa apenas de ajustes: TODOS NÓS SOMOS RESPONSÁVEIS! A família, a sociedade, o estado, os municípios, A política Federal e nós professores também! Não virá nenhum salvador para mudar a situação , se o professor não se reunir para montar comissões e se organizar!

Reafirmo que não estou defendo alunos indisciplinados, apenas chamando a atenção para o professor praticar mais a discussão política: sobre a formação profissional, sobre condições de trabalho, sobre metodologias de ensino ( que não escuto mais a muito tempo!). Certamente algum professor vai dizer: __ Não temos tempo ou a escola não permite exercitar isto dentro da instituição! Então , que tal marcar na casa de alguém, ou em um lugar público, ou para quem é do sindicato ; em seu estabelecimento. Há outras maneiras de mudar, vamos pensar!!
Como dizia Gonzaguinha:__ “Viver e não ter a vergonha de ser um eterno aprendiz”

José Vieira de Souza Filho
Reply to  paty
10 anos atrás

Tem razão Paty, não podemos ser acometidos pelo ¨complexo de Cinderela¨: ‘meus alunos são minha madrata-bruxa-má, o Estado é minha madrasta-bruxa-má, a escola é minha madrasta-bruxa-má etc’. Melhor é assumir em primeiro lugar o que é e o que quer para poder sentir os resultados e as possibilidades.

Maria da Penha dos Santos
12 anos atrás

O educador agora tem que fazer o papel dos pais, pois não estão ensinando em casa regras básicas de amor e respeito ao próximo.

José Vieira de Souza Filho
Reply to  Maria da Penha dos Santos
10 anos atrás

Olá colega Penha, com o advento “sexo, drogas e roch-in-hol”, iniciado nos anos 50, mas que nos influenciou desde a década de 70, os adultos e pais de hoje são pessoas que apreenderam e aprenderam a regra: satisfaça seus desejos em 1º lugar; não há espaço, com algumas excessões, para a ‘regra áurea de Cristo’: ‘O que queres que outros te façam, faças a eles primeiro’. Todo o contexto social moderno – que é sebremaneira infuenciado pela mídia – dá sempre o enfoque de se auto-satisfazer, exercendo uma grande pressão para a auto-proibição do desprazer, seja por sacrificar tempo, energia ou recursos (financeiros, emocionais e outros) em detrimento do resultado que se quer alcançar.

Helena Lazzaro Fernandes
Helena Lazzaro Fernandes
12 anos atrás

Colegas.
O que se conclui com tal artigo é que não adiantara aumentar a carga horária para cinco horas. Infelizmente, o que está faltando é a educação, o respeito que deveriam vir de casa.
Leva-se mais tempo pedindo ordem dentro de sala que transmitindo conhecimento.

sonia
12 anos atrás

COITADO DO PROFESSOR,
AGORA É UM DESEQUILIBRADO,
ONDE VÃO PARAR TANTAS ACUSAÇÕES,
MEUS DEUS DO CÉU, QUE PROTEJA OS PROFESSORES…..

Maria Cristina Taveira
12 anos atrás

Este artigo resume bem os desafios atuais de um educador, que inclui muito mais do que os conhecimentos específicos de nossa disciplina. É uma carga muito grande.

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