Achamos legítima a existência de classificação indicativa. Seria importante para a escolha dos pais até que outras entidades opinassem sobre a adequação da programação. O importante é que isso não seja transformado em censura e que a escolha democrática fique com os pais. Uma classificação indicativa é ferramenta de informação fundamental para que os pais possam exercer seu direito e dever intransferíveis de educar seus filhos. O que seria importante é que os critérios e os próprios classificadores fossem representativos da sociedade brasileira, que é multicultural e extremamente diversificada, o que não acontece hoje – uns poucos funcionários públicos decidem por todos nós. É importante ter em mente que o telespectador é exatamente o mesmo cidadão que vai às urnas eletrônicas periodicamente escolher o futuro do país. Nada mais democrático que ele exerça essa mesma cidadania com o controle remoto.
Luís Erlanger
Diretor da Central Globo de Comunicação. Depoimento concedido ao site do Rio Mídia, em 2007, logo após a aprovação da portaria 1.22o, sobre a classificação indicativa.