Mais que o puro chocolate, os ovos de páscoa vêm recheados com brindes cada vez mais sofisticados. Bonecas, canecas, brinquedos, lanternas e até mesmo gravadores são alguns dos brindes que o consumidor encontra nos ovos. Mas esse “brinquedinho” pode custar muito caro para o consumidor.
O que geralmente atrai, principalmente as crianças, são as embalagens coloridas, as propagandas e o brinquedo. Os ovos de personagens licenciados e times de futebol são os mais solicitados pelos pequenos – e também os mais caros.
Uma pesquisa realizada pelo Idec analisou 12 ovos de páscoa de seis marcas. São elas: Arcor, Ferrero, Garoto, Kraft, Nestlé e Village nºs 12, 14 e 15 do tipo mais simples (chocolate ao leite). O principal objetivo da pesquisa era avaliar a presença de apelo ao público infantil nas embalagens e verificar dessa forma se as empresas que assinaram o acordos de autorregulamentação publicitária (Ferrero, Kraft e Nestlé) estão cumprindo a promessa.
Também foram avaliadas as características nutricionais dos ovos e seu custo médio. O levantamento dos preços ocorreu de 18 a 22 de março nas lojas Americanas.com, Pão de Açúcar Delivery e no Supermercado Sonda, em São Paulo.
Chocolate x brindes
A partir dos resultados, o Instituto constatou que o consumidor paga cerca de R$ 23,53 em um ovo de 180 gramas com brinde. Já um ovo sem brinde, porém com 60g a mais, fica em torno de R$ 22,02. Na conta proporcional, o ovo com brinde é 42% mais caro.
A diferença fica ainda maior se a comparação for feita com uma barra de chocolate de 170g e um ovo com brinde de 180g. Para se ter uma ideia, 100g desse ovo custas três vezes e meia a mais que a mesma quantidade do chocolate ao leite da barra. Para a assessora do Idec, Silvia Vignola, a diferença entre os preços mostram pelo que o consumidor realmente paga. “Tamanha discrepância deixa claro que o consumidor não paga pelo chocolate em si, mas pelo imaginário em torno do ovo de Páscoa”, afirma Silvia.
Com ou sem brinquedo, o preço dos ovos em geral subiu cerca de 21% em relação ao ano passado.
Vale a pena?
Para a gerente de atendimento do Idec, Karina Alfano, ao comprar um ovo de páscoa com brinde, além do custo mais alto os pais podem acabar tendo de lidar com a frustração dos filhos. “As crianças muitas vezes podem se frustrar, porque a imagem que tem na embalagem não corresponde aos brindes internos. Podem não ser as mesmas cores e às vezes são muito menores”, explica Karina.
Para diminuir o custo, os pais podem criar alternativas. “Às vezes é mais indicado que os pais comprem brinquedos separados junto com os chocolates em barra ao leite, se a criança fizer questão de consumir”, aconselha Karina.
O impacto da propaganda
Outra questão abordada pelo Idec é a maneira como a publicidade de alimentos não saudáveis e bebidas de baixo teor nutricional atinge os consumidores e influencia no aumento dos índices de sobrepeso e obesidade, principalmente entre crianças.
A propaganda voltada ao público infantil é um assunto discutido em todo o mundo. Vale lembrar que em algumas empresas, entre elas a Kraft e Nestlé, aderiram em 2009 aderiram a propostas de autorregulamentação publicitária.
Um dos problemas da proposta é que a própria empresa cria os parâmetros de autorregulamentação. A Kraft, por exemplo, diz que vai limitar o uso de personagens licenciados, exceto em promoções de curto prazo. A Páscoa pode ser uma dessas “exceções”.
Fonte – Idec
nossa esse coelhinho e tao fofinho da uma vontade de apertar