Por Marcus Tavares
É uma jogada de mestre: pessoas lindas, esbanjando saúde e ‘enquadradas’ no estilo da beleza dos nossos dias (magras e ou saradas), bebendo refrigerantes, comendo hambúrgueres, batatas fritas, bolachas e uma infinidade de guloseimas. Quem não gostaria que os 30 segundos dos comerciais se eternizassem na realidade? A balança que o diga.
Por desinformação e uma indústria alimentícia/publicitária que nos convence e vicia, com açúcares e gorduras, a comer sempre mais do mesmo, somos um país de obesos. E pior: um país de crianças obesas. Segundo o IBGE, são 33%. A realidade não é de hoje, muito menos de algumas metrópoles ou de famílias menos favorecidas. É geral. Acredite: é uma pandemia. Desta vez, o alerta vem do filme Muito Além do Peso, de Estela Renner, que estreou ontem, em oito cidades brasileiras.
Quem puder, assista. Na internet, já há alguns trailers e cenas. O filme impacta. Este é o objetivo. Não é possível que 56% das crianças com menos de um ano bebam refrigerantes, que crianças deixem de brincar por sentirem dores nas pernas, que tenham problemas cardíacos, pressão alta e até trombose por conta de uma alimentação não saudável, que não identifiquem legumes e verduras e que sejam hipnotizadas pela propaganda. De acordo com o documentário, o índice de sobrepeso aumenta 134% quando as crianças são expostas à publicidade.
O primeiro passo para a mudança é a informação. É o que o filme traz. Os personagens do documentário são as crianças, de todos os cantos do Brasil, os pais e especialistas no assunto que explicam o que está escondido nos rótulos dos produtos industrializados, o que não é dito, mas deveria. Uma das cenas mais chocantes do filme é quando uma das meninas entrevistadas diz o que falta na vida dela: sentido. Triste realidade. O que nós adultos — pais, responsáveis e educadores — podemos fazer?
Clique aqui e leia entrevista com a diretora Estela Renner, publicada no jornal Correio do Brasil