Lego e criatividade

Evento no Rio faz parte da etapa regional do First Lego League.

Alunos de dez escolas públicas e privadas do Rio de Janeiro, na faixa dos 10 aos 15 anos de idade,  participaram, no dia 8 de dezembro, na unidade do Serviço Social da Indústria (Sesi) de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, da fase regional do torneio First Lego League  (FLL), que ocorre desde 2004 no Brasil e há 20 anos nos Estados Unidos. No Rio, ele é promovido desde 2008.

A First é uma organização não governamental norte-americana, criada em 1989, que desenvolve programas inovadores com ênfase em matemática, ciência e tecnologia para jovens. Anualmente, mais de 2 mil alunos participam dos torneios de forma direta e indireta.

Nesta etapa da competição, os 15 times formados, representando dez escolas, apresentaram projetos  com o tema Soluções para Idosos, que ajudam a tornar essas pessoas mais independentes e conectadas. Os projetos utilizam o brinquedo Lego (peças de encaixe com diferentes formatos para montagem de objeto) e a robótica como ferramentas. Das dez escolas participantes, duas são da Rede Sesi (Serviço Social da Indústria), localizadas em  Jacarepaguá e Nova Iguaçu.

O Sesi participa  desde 2010 do torneio. A entidade é pioneira na utilização de Lego na educação profissional e na educação básica, que é o foco da competição deste ano, disse à Agência Brasil o gerente do Sesi/Senai de Jacarepaguá, Marcelo Gonçalves.

“A gente usa o Lego na parte de automação e robótica, como  também na parte de matemática, lógica e, inclusive, em ciências como biologia onde, por meio dos kits Lego, nossos professores montam  simuladores da respiração, do batimento do coração. Então, o Lego tem auxiliado muito os estudantes em todas essas ciências”, disse. Gonçalves destacou que muitos projetos elaborados pelos alunos auxiliam pessoas com deficiências, além de estimular os estudantes a aprender de forma mais lúdica.

A responsável pelo evento no Rio de Janeiro, Sueli Abreu, informou à Agência Brasil que além de construir um robô, os alunos têm de fazer pesquisa sobre o tema que produza conhecimento para aplicar nas comunidades onde estão inseridos.”E tem a questão das equipes. Há um envolvimento pedagógico das escolas. Não é um simples torneio de robótica. Ele envolve mais que isso”.

Os vencedores da etapa no Rio de Janeiro participarão da competição nacional, programada para março de 2013. Serão avaliados, entre outros aspectos dos projetos, o espírito de competição e a harmonia das equipes, design,  inovação e processo de pesquisa.

Sueli disse que, atualmente, o jovem está cada vez mais voltado para o esporte e para atividades ligadas à diversão, ao lazer e, por isso, o torneio First Lego League enfatiza o valor da escola e do aprendizado. “A gente quer que a escola e  valores como estudo, aprendizado, ciência, possam ser tão divertidos como o jogo de futebol ou qualquer outra coisa que os jovens gostem. Que a aprendizagem possa ser um esporte para eles”.

Por meio da competição, a ONG americana quer estimular também a atuação dos alunos em profissões como medicina, engenharia, além de áreas sociais. Sueli disse que  muitos projetos idealizados pelos estudantes brasileiros tiveram a pesquisa  patenteada.

É o caso de uma bengala para cegos, apresentada no ano passado, que foi doada para o Instituto Benjamin Constant de educação para cegos, unidade do Ministério da Educação que está sediada no Rio de Janeiro. A bengala tem um sensor na ponta. Ao se aproximar de algum objeto, ela emite um som e treme, ajudando, dessa forma, o cego a se locomover e a evitar obstáculos.

São Paulo já teve sua etapa regional da competição. Depois do Rio de Janeiro, as cidades de Salvador, Uberlândia, Caxias do Sul e Guarujá  também sediarão o evento.

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