PIB e educação

Deve ser obrigatório o gasto de 10% do PIB com a educação? Leia artigos com visões contrárias, publicados pela Folha de S. Paulo.

O jornal Folha de S. Paulo publicou em sua edição do dia 4 de agosto dois artigos. Um favorável a obrigatoriedade do gasto de 10% do PIB com educação, de autoria de Ivan Valente, deputado federal pelo PSOL-SP. Outro contrário, de José Francisco Soares, professor de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais.

Clique abaixo e confira cada uma das opiniões:

– Lições de Cocal dos Alves e de Brasília
José Francisco Soares

– 10% ainda é pouco
Ivan Valente

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Heitor Garcia de Carvalho
Heitor Garcia de Carvalho
12 anos atrás

Heitor Garcia de Carvalho, professor aposentado da FAE-UFMG,
Pedagogo, PhD em Tecnologia Educacional
Do ponto de vista econômico, INSTRUÇÃO é Serviço. Este ramo da economia se estabelece em função da renda. Pergunte-se a si mesmo: onde existem os melhores restaurantes? A resposta nunca será: nos lugares mais pobres. Onde existem os melhores hospitais? Também não será nos lugares mais pobres. Portanto: onde existem as melhores escolas? Evidentemente não será ONDE NÃO SE INVESTIR dinheiro nelas.
Mas…Educação é outra coisa. Pergunte-se: Onde está o filho Steve Jobs? Onde está o Principe Charles, filho da Rainha da Inglaterra? O de Bill Gates? (Pense em alguns milionários brasileiros… para evitar polêmicas não vou citar) Certamente estas respostas NÃO TERÃO A VER com o dinheiro “investido” neles.
Mas, voltemos à economia e educação. Durkheim, considerado o pai da Sociologia da Educação a definiu- vou sintetizar a frase- como aação e a influência que a geração adulta exerce sobre a jovem transmitindo-lhe a herança cultural com dois própósitos. O primeiro é tornar todos iguais em algumas coisas úteis para a preservação e progresso da sociedade em que vivem, por exemplo, no Brasil ensinamos nossos filhos a lingua portuguesa. O segundo é fazê-los diferentes uns dos outros, cada um com seu quinhão de habilidades e qualidades de personalidade para cada um preencher um lugar único na construção e manutenção daquela sociedade. Por exemplo, a educação de um menino deve diferir daquela de uma jovem. O menino, por mais que se esforce, nunca gerará um filho no útero que ele não tem.
Por outro lado, a sociedade impõe, a cada tempo e lugar, um modelo básico de educação do qual não conseguiremos nunca fugir.
NENHUM POVO OU PAIS, na verdade, investe MENOS que um terço do produto nacional bruto em educação.Quanto se investe em educação na Filândia? O cálculo exato é dificil mas, uma aproximação básica é relativamente fácil. Basta multiplicar a renda per capita do país por dezoito, ou seja, em dezoito anos, para que o jovem chegue a esta idade, o país investiu nele aquela soma. (Renda ´per capita da Filândia em 2012 é de 24 280 dólares na cotação do ano de 1998 e, portanto, o investimento é de 437 040 em média em cada jovem).
Resolvido este ponto, precisamos saber mais duas coisas. Uma vez que isto é um valor médio, alguns receberão mais investimento do que a média e outros muito menos. Interessa-nos saber se a diferença entre quem recebe muito e aqueles que recebem pouco. Onde todos tem uma renda média mais igualitária, toda a escolarização fundamental é de tempo integral e paga com os impostos (NÃO EXISTE INSTRUÇÃO GRATUITA, APENAS AQUELA EM QUE O ALUNO NÃO PAGA MENSALIDADES MAS OS ADULTOS PAGAM SEUS IMPOSTOS!), então grande parte dos investimentos em educação SÃO SIMILARES para todos os jovens, incluindo os menores de um ano que estarão em creches, alimentados, cuidados, socializados e instruidos segundo a respectiva idade. Se, ao contrário, a distribuição de renda é enormemente desigual, existe uma escolarização de tempo integral só privada (Ob1serve-se que no Brasil a classe média alta tem uma escolarização de tempo integral porque além das aulas regulares esta criança frequenta cursos de judô, balê, informática, línguas estrangeiras, faz autoescola, etc…) então… Ou seja, a educação, ao menos no que tange à escolarização está ENORMEMENTE DESIGUAL. E também, na parte referente à alimentação, a moradia, a assitência à saúde, ao direito de ir e vir em um ambiente familiar e de vizinhança sem violência e com garantias de direitos legais.
Pouco adiantará escrever mais umas linhas na assim chamada “Constituição” do país. Isto pode até render votos a alguns políticos (e basta assistir aos julgamentos de alguns deles e os esforços para varrer para debaixo do tapete, por exemplo, as falcatruas que deveriam estar sendo apuradas na CPMI do “Cachoeira”, para ver que desta parte pouco virá para a INSTRUÇÃO E EDUCAÇÃO. Uma MINISTRA DO PLANEJAMENTO declarou que a greve das U.niversidades FEDERAIS não é prioridade do governo! Ora, se o planejamento do governo declara público e bom som que aquela parte – relativamente pequena se comparada a toda a máquina da instrução -fundamental, média, profissional e universitária- que é do GOVERNO FEDERAL não é sua prioridade, então como quer que o resto o seja? Diz para estados, municípios, escolas privadas, pais e aos próprios jovens “que se virem”!
É preciso deixar de se preocupar em “fazer leis” e sim em cobrar impostos e cobrar daqueles que tem o dever de aplicá-los bem que deixem de gastá-los em propaganda mentirosa e façam o que deve ser feito: alimentação, moradia, assistência de saúde e instrução, todos essas ações que sejam de qualidade, contínuas, públicas e para todos. E o preco? Aquele que for necesário para que as pessoas que se encarreguem destas tarefas tenham seu justo salário quando fizerem bem feito o serviço e tenham condições de trabalho como salas de aula, livros, etc… de acordo com as necessidades de cada situação e com o famoso sexto Produto Interno Bruto dentre as nações soberanas.

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