Por Marcus Tavares
O que é inovação na educação? Mais tecnologia na sala de aula? Um computador, um tablet por aluno? O uso de celulares e de redes sociais numa prática pedagógica? Na segunda-feira, dia 1º de outubro, foi realizado, em São Paulo, o congresso InovaEduca 3.0, com o objetivo de debater a educação do século XXI frente às tecnologias, respondendo às perguntas que tanto afligem professores e educadores.
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A melhor definição sobre o tema coube ao professor Luciano Meira, da Universidade Federal de Pernambuco. Para ele, inovação em educação envolve cinco palavras: diversão – a sala de aula precisa ser divertida, seja a da Educação Infantil ou do Fundamental e Médio; diálogo – o discurso unilateral da escola não encontra eco no mundo colaborativo em que vivemos; desafio – meninos e meninas têm de ser desafiados o tempo todo, instigados a pensar, refletir e produzir; narrativa – o ser humano necessita de histórias, de boas histórias, isso é que gera memória; e, por fim, aventura – estabelecer atividades interessantes. Em resumo, inovação é qualquer novidade, implantada e disseminada pelo professor, capaz de transformar crianças e jovens, capaz de mudar, para melhor, comportamentos. A tecnologia neste processo ajuda, mas não é pré-requisito.
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Como começar? Aos poucos, é a receita do educador. No dia a dia, ele propõe que o professor invista 10% numa inovação radical na sala de aula, 20% na experimentação de outras práticas e 70% no que já vem fazendo – até que os dois primeiros investimentos recebam, cada um, 50% de atenção. Luciano afirmou que a escola deveria perguntar aos alunos o que gostariam de aprender e não somente impor conteúdos.
Para despertar a reflexão, Jim Lengel, professor e consultor da Universidade de Nova York, exibiu, durante sua apresentação, uma hipotética história de como seria o dia de um aluno de uma escola regular e o de seu professor, num contexto máximo de interação com a mídia, sem os resquícios de uma escola tradicional, com horários, avaliações e imposições de modelos.
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Vani Kesndi, professora do programa de pós-graduação em Educação da USP, fez coro às observações de Luciano e de Lengel, mas destacou que a cobrança pela inovação não pode ser exigida apenas dos professores. “Não é possível investir na inovação sem que haja, na prática, uma mudança na concepção do ensino, na estrutura do ensino. É preciso haver uma desconstrução do modelo tradicional da escola”, avisa.
Como esperado, empresas de softwares – Windows, Intel, Geodinâmica,Mind Lab, Toptek e Msetch -, patrocinadoras do evento, apresentaram as últimas novidades digitais, prometendo aulas mais interativas e instigantes, com mil e uma facilidades para os professores. Venderam “o seu peixe”.