Hospital em Londres abre setor para atender jovens viciados em tecnologias

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Preocupados com o tempo excessivo com que seus filhos convivem com videogames, computadores e celulares, pais e responsáveis convenceram o Hospital Capio Nightingale, no centro de Londres, a inaugurar um setor de tratamento de reabilitação para adolescentes viciados.

“Os serviços de saúde mental precisam se adaptar rapidamente às mudanças no mundo em que os jovens vivem e entender o quão seriamente suas vidas podem ser prejudicadas por causa da falta de controle sobre o tempo que eles passam conectados à internet, diante da tela da TV ou jogando videogame”, declarou Richard Graham, psiquiatra que comandará o serviço.

Segundo Richard, apesar de outras clínicas oferecerem atendimento para adolescentes, o foco no vício nessas novas tecnologias ainda é raro nos serviços psicológicos. Ele afirma que, quando a criança passa muito tempo viciada nessas novas tecnologias, “o usuário é comprometido tanto em termos de autoconfiança para enfrentar as demandas da vida no mundo real, quanto fisicamente, em decorrência de uma alimentação pobre e da falta de atividade física”.

Para reverter este problema, a reabilitação, que atenderá pessoas a partir de 12 anos, incluirá atividades individuais e terapias de grupo. O objetivo principal será persuadir os pacientes a ampliarem suas atividades sociais e de lazer no mundo real, mantendo-se mais tempo distantes dos computadores e videogames. O hospital espera ajudar os adolescentes a refletirem sobre sua relação com os equipamentos eletrônicos e sobre como mantê-los desligados.

No Brasil, ao menos, duas instituições, ligadas a universidades, já trabalham neste sentido e foco. O Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes (Proad), do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo, usa psicoterapia para tratar os adolescentes. Outra iniciativa é do Núcleo de Pesquisas em Psicologia e Informática da PUC de São Paulo que atende diariamente a pacientes por e-mail e tem um núcleo que visa a estudar o comportamento dos jovens viciados. Na clínica da PUC, os internautas podem ser tratados sem se identificar, protegidos pelo anonimato que a internet oferece.

Em seu artigo Limitações e disparidades do mundo high tech, publicado no livro Geração Digital, o antropólogo social G. Cajetan Luna avisa: ”Há uma necessidade compulsiva e insaciável de conhecimento e informação sem limites, imediatamente acessíveis, a um simples apertar de teclas. A expansão tecnológica depende de pessoas compulsivas, questionadoras e que necessitam da última versão do produto lançado no mercado globalizado. O contato imediato com outras pessoas, facilitado pela tecnologia, cria nelas a ilusão de que talvez pudessem controlar futuros problemas ou outros assuntos de interesse. Infelizmente, tudo isso sacrifica o tempo livre que deveria ser destinado ao lazer, contemplação e tranquilidade”.

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