A cada dia, alunos pelo mundo afora têm o direito básico à educação negado por causa do bullying na escola. Muitos pais e educadores encaram o bullying na escola como algo ”normal”, mas o Relatório das Nações Unidas sobre Violência contra Crianças, de 2006, mostrou que o bullying é um problema educacional sério. O relatório indica que a violência e o bullying motivados por orientação sexual e identidade de gênero são dirigidos a meninas por professores e colegas do sexo masculino, assim como a jovens lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBT). Pesquisas mostram que o bullying por motivos de orientação sexual e de gênero afeta todos os alunos percebidos como não conformes às normas sexuais e de gênero preponderantes no meio, inclusive lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e intersexuais.
Conhecido como bullying homofóbico, esse tipo específico de bullying tem graves repercussões na educação, violando o direito à educação e prejudicando o rendimento escolar. O bullying homofóbico ocorre em todos os países, independentemente de crenças ou culturas. A discriminação baseada em orientação sexual e identidade de gênero real ou percebida é tão inaceitável quanto a discriminação baseada em raça, sexo, cor, deficiência ou religião. Todos os alunos têm o mesmo direito de acesso a uma educação de qualidade em um ambiente escolar seguro.
Para tratar deste assunto, a Unesco acaba de lançar a publicação Respostas do Setor de Educação ao bullying homofóbico. O caderno foi produzido pelo Setor de Educação em HIV/Aids e Saúde da UNESCO, e escrito originalmente pela consultora Kathy Attawell. A publicação começou a ser preparada por Mark Richmond (diretor aposentado da Divisão de Educação para a Paz e Desenvolvimento Sustentável e coordenador global para HIV/Aids da UNESCO), e foi concluída por Soo Choi Hyang, a atual diretora e coordenadora global dessa Divisão.